Dyonathan 08/02/2021
Obrigado, Joe e Beau. Obrigado pela a esperança.
"Todo este maldito mundo pode desmoronar. Você vai ficar bem, siga seu coração. Quando estiver encrencado, virei ao seu encalço." Trecho de "You Get What You Give", dos New Radicals. Canção-tema de Beau Biden.
Uma boa forma de começar essa resenha é citando essa música. Esse pequeno trecho mostra quem era Beau Biden. E quem era seu pai, Joe Biden. Porque Beau era a versão aperfeiçoada de Joe, digamos. Um Joe 2.0. Não era Joe o político mais popular de Delaware, era Beau.
Beau era um ser humano que viveu 46 anos e deixou uma marca que muitos não deixariam vivendo 146, como disse Barack Obama no tributo a Beau. Era o melhor amigo de todos, estava SEMPRE lutando pelos menos favorecidos, pelas crianças, fazendo o bem, sendo gentil. Beau pensava primeiro nos outros que em si. Durante a leitura fica claro como ele estava lá para todos. TODOS.
Quando Beau descobriu o tumor maligno no cérebro, que custaria sua vida, ele logo pediu para o pai fazer uma promessa. "Me prometa, papai. Me dê sua palavra que, não importa o que acontecer, você vai ficar bem." Joe fez essa promessa. E o livro mostra como essa família é unida. Desde o início, em 1972, na tragédia que levou Neilia e Naomi, esposa e filha pequena de Joe, com Hunter e Beau, seus filhos, sobrevivendo, ficou claro o quanto Joe Biden teria sua família como apoio: Hunter, Beau, depois Jill, Ashley, netos, sobrinhos, marido da filha, esposas dos filhos... Todo o clã Biden sempre se une. No livro está claro como eles são especiais. Somente uma família especial mantém firme uma tradição, no dia de ação de graças, por mais de 45 anos. Nantucket é a segunda casa dos Biden.
Beau queria que Joe concorresse a presidência em 2016. Hunter, irmão inseparável, aquele que Beau segurou a mão primeiro, também. Hunter e Beau tinham um amor incondicional que os ligavam. Difícil falar de um sem citar o outro. Como Ashley Biden disse no tributo a Beau, ela foi a irmã caçula mais sortuda do mundo por ter dois homens extraordinários como irmãos. "Hunter era o vento que impulsionava Beau." Joe não concorreu em 2016, mas sim em 2020. E ganhou. Beau sabia que ele ganharia e com certeza, lá no céu, está feliz hoje.
É um livro sobre seguir em frente, superar tragédias, chorar, abraçar, fazer o bem, amar e ser amado. Lembrar-se do que importa, ser corajoso e se manter fiel aos seus ideias.
"A verdadeira coragem é quando há pouquíssimas chances de vitória, mas você continua lutando." p. 132
Beau foi corajoso até o fim. Hunter foi o último a segurar sua mão, mas a mão de Beau jamais largará a de Hunter.
"Ele me abraçava em silêncio, sem me largar. Não era por causa dele, como na vez anterior em que nos encontramos. Era por minha causa. "Obrigado", foi tudo o que pude dizer. "Obrigado. Obrigado. Obrigado."
Obrigado, Joe e Beau.
Obrigado pela a esperança.