Guynaciria 03/02/2019Essa novela escrita por Dostoiévski em 1847, é diferente das outras obras do autor, com que estamos acostumados. Pode-se dizer que ele estava em um período de auto descoberta, de transição, para o autor celebre que vivíamos a conhecer.
O autor criou um protagonista tido como intelectual, mas acomodado, que se deixava flutuar pela cidade e pela vida, absorvendo o que considerava mais interessante, porém sem grandes ambições.
O livro se desenvolve em um fluxo, que muitas vezes deixa o leitor confuso a respeito do que é ou não realidade, colocando em cheque a sanidade do Ordínov.
No inicio da narrativa, Ordínov é um homem solitário, que ler muito e acaba se achando superior aos que o rodeiam, ele mora em um quarto alugado, mas ver-se obrigado a encontrar uma nova residência.
Nesse período de transição em sua vida, ele encontra uma mulher de beleza singular, por quem se apaixonar imediatamente. Até esse ponto o livro era voltado para a racionalidade, porém esse arrebatamento amoroso, leva o personagem a um mundo de sonhos, mistério e ilusão, onde tudo deve ser questionado.
Fica claro que o personagem é incapaz de resolver os problemas mais simples, e que seu caráter é duvidoso.
Nada é o que se imagina, a mulher bela e abnegada, traz segredos, que serão confessados no desenrolar da história, seu marido, um homem mais velho tido como um bruxo, não é de fato um bruxo de magia e feitiços, mas um homem que tem o dom palavra e a usa em beneficio próprio.
Como todos os livros do autor, esse deve ser lido é apreciado sem pressa.