A senhoria

A senhoria Fiódor Dostoiévski




Resenhas - A Senhoria


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Karime 24/11/2023

Dostoiévski ?
Ordinov e um jovem solitário que se vê forçado a mudar de lugar e em meio a sua procura o mesmo se depara com um Senhor e uma Jovem moça pela qual ele fica encantando, não conseguindo esquecer a ambos, o mesmo acaba por indo morar com eles.

Em meio a uma espiral delirante, ele se vê desconfiando do Senhor e de como a Jovem menina/mulher parece sofrer na companhia do velho. Entre febres delirantes e sonhos irreais a gente acompanha a mente delirante em declínio de Ordinov.

Escrita densa em uma narrativa que declina entre a realidade e o delírio de uma mente ilusória, tendo um personagem em uma solidão interna e externa.
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DanteSw 28/01/2023

Difícil
Ao ler essa obra do Fiodor Dostoievski fiquei fascinado pelos diálogos e de como ele monta os pontos altos de drama. E uma ótima leitura mas tem alguns pontos que deixam a desejar.
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Mi_ 28/05/2023

A narrativa mais fluida de Dostoiévski, porém está longe de ser a melhor leitura.
Quem está acostumado com a escrita do autor e já leu as obras que ele escreveu na maturidade, sentirá uma grande diferença.
Aqui também encontramos um mergulho psicológico na mente dos personagens.
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Renata (@renatac.arruda) 29/07/2018

Esse terceiro livro do Dostoiévski é meio louco, em alguns momentos eu nem sabia direito o que estava acontecendo, mas creio que seja intencional, criando um clima de ilusão e loucura -- em muitos momentos parece até uma novela de suspense. É aqui que aparece a figura do homem do subsolo, o intelectual isolado e desconectado da vida real.

É uma leitura bem rápida, embora cansativa devido ao excesso de passagens dramáticas.

Em: https://www.instagram.com/p/BiGBhbWHnVN/

site: https://www.instagram.com/p/BiGBhbWHnVN/
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Clau Melo 07/05/2023

Literatura russa
Literatura russa, 1847. Releitura.
A Senhoria também é conhecida como A Anfitriã.

Em 20 de outubro de 1846, Dostoiévski escrevia a seu irmão: "todos os meus planos foram por água abaixo e ruíram por si mesmos... Abandonei tudo (que estava escrevendo), já que isso não passava de uma repetição de coisas velhas. Agora ideias mais originais, vivas e luminosas brotam de mim no papel... Estou escrevendo outra novela, e o trabalho vai de vento em popa, está saindo com facilidade e frescor, como nunca...".

A novela a que Dostoiévski se referia com tamanho entusiasmo era 'A Senhoria', que viria à luz no ano seguinte. Ao contrário de suas expectativas, entretanto, Bielínski - o mais influente crítico literário da época - tratou a obra como um disparate, fruto da fantasia mirabolante do autor. De fato, as inovações que Dostoiévski introduziu com relação ao foco narrativo - bem como a trama que liga o intelectual e sonhador Ordínov à figura misteriosa de Katierina - permaneceram totalmente incompreendidas em seu tempo.

Só no século XX, uma nova geração de leitores iria reconhecer neste livro, escrito quando o autor tinha 26 anos, uma obra-prima que antecipa 'Memórias do Subsolo' (1864) e seus grandes romances da maturidade. Pela primeira vez em tradução direta do russo, 'A Senhoria' conta, nesta edição, com 14 xilogravuras de Paulo Penna e um esclarecedor posfácio de Fátima Bianchi, no qual a tradutora reconstitui o conturbado ambiente literário da época, destacando a atualidade da contribuição de Dostoiévski.
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Sandra.Pogalski 25/03/2023

Nobre, não trabalho, me dedico as minhas coisas (o auge ??)
Essa foi uma releitura. Ano passado li a edição da Martin Claret com o título de ?A anfitriã?. Lembro de ter gostado muito mas o final me fez tirar uma estrela. Ao reler, eu li em 24horas, fui consumida pelo livro. O posfácio da tradutora me ajudou demais a compreensão de algumas ideais que Dostoiévski queria passar aqui. Eu adorei! Recomendo
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Fernando 13/05/2024

Enredo e narrativa parecem aquém dos primeiros, mas parece extrair mais com menos em termos de linguagem e de construção sensorial, filosófica e até psicológica do protagonista
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Flávia Menezes 05/03/2024

DOSTÔ E O COMPLEXO DE ELECTRA.
?A Senhoria? (ou ?A Anfitriã?) é uma novela do escritor, filósofo, psicólogo e jornalista do Império russo Fiódor Dostoiévski, escrita em 1847, e publicada sua primeira parte originalmente no jornal ?????????????? ???????? (?Anais da Pátria?) em outubro do mesmo ano, e a segunda parte na sequência, em novembro.

Nesta história somos transportados para São Petersburgo, onde um jovem bastante solitário e desafortunado, chamado Vassíli Mikhailovich Ordínov, está em busca de uma nova moradia, quando se depara com a jovem Katierina, por quem sente um amor quase que instantâneo, que o deixa obcecado em descobrir o que uma jovem tão bela como ela faz ao lado de um homem sombrio tão mais velho do que ela.

Divida em duas partes, na primeira acompanhamos o olhar observador e bastante curioso do protagonista, que nos convida a entrar em sua mente e ver a sua vida através da sua percepção, repleta de singularidades, nos fazendo caminhar pelas ruas da cidade, e apreciar cada detalhe, mesmo o mais ínfimo, do mundo que o cerca.

Quando Ordínov deixa o lugar onde vivia para ir em busca de um novo lugar para morar, chega a ser sensorial essa experiência de acompanhar a forma como ele vai percebendo as pessoas ao seu redor, com seus sons e vozes e expressões, revelando o quanto ele está sedento por enfim poder se relacionar com essas pessoas que tanto lhe causam estranheza, mas também que tanto o fascinam.

Mas entre essa multidão de rostos, ele percebe a beleza feminina delicada de Katierina, e essa atração é tão grande que ele passa a segui-la, observando cada um dos seus passos, tentando compreender o que acontece entre ela e esse homem mais velho, cujo olhar parece esconder algo de maligno.

Uma percepção que tive nesta primeira parte, é em como é comum nas histórias do Dostoiévski essa obsessão do protagonista pelas mulheres que são belas por conta dessa delicadeza, com sua fala e gestos tão singelos, que chega a parecer que se trata de algum ser etéreo.

Uma outra observação importante que gostaria de fazer sobre essa primeira parte, é que essa forma como o protagonista absorve e apreende o mundo, e principalmente as pessoas ao seu redor (em especial a jovem Katierina e seu acompanhante misterioso) é essa quantidade (absurda!) de inferências que ele faz.

Ordínov não nos fala das pessoas como elas são. Ele fala do que ele imagina que elas sejam!

Sabe quando vemos aquelas frases nas redes sociais que dizem: ?Não suponha, não deduza, não ache, mas pergunte!?. Então... é o que Ordínov deveria ter feito.

Por mais que Dostoiévski tenha sido um exímio psicólogo, eu fiquei com a sensação de que tudo o que eu via o Ordínov falar sobre os demais personagens eram coisas nulas, porque eram apenas parte das fantasias que ele tinha sobre elas.

E veja bem, por mais que, quando temos uma narrativa em primeira pessoa, já tenhamos plena consciência de que o narrador não é confiável, já que veremos o mundo através da sua percepção, sem saber com os outros pensam ou sentem, nesta novela, o olhar do Ordínov estava puramente contaminado pelas suas distorções perceptuais.

Quando eu li ?A Trégua?, do Mário Benedetti, o que mais admirei na história, era a forma como o protagonista tinha um senso de percepção do mundo tão honesto, a ponto de apresentá-lo o mais fiel possível. Ele não inferia as características dos outros personagens, mas descrevia os personagens através do que diziam ou de como se comportavam com ele.

É a diferença de quando eu suponho algo sobre o que alguém pensa ou sente, de quando eu falo ao outro o que eu vejo nele como acontece quando fazemos um exercício chamado ?Janela de Johari? (quem já o fez, vai saber exatamente o que estou tentando dizer aqui!).

A ?Janela de Johari? é uma técnica de autoconhecimento, cujo objetivo é mostrar (de maneira visual, através de palavras escritas) a relação existente entre a nossa percepção de nós mesmos, e a forma como as outras pessoas nos enxergam. Ou seja, quando passamos por esse exercício, podemos comparar as qualidades, defeitos e até comportamentos que acreditamos ter, com o que outras pessoas (que convivemos mais diariamente, seja no âmbito pessoal ou profissional) veem que nós temos.

Tudo isso acontece através de feedbacks, e muitas vezes podemos nos surpreender achando que agimos de forma mais séria (por exemplo), quando outra pessoa com quem convivemos nos vê como uma pessoa altamente animada. Isso acontece porque a forma como acreditamos que os outros estão percebendo nossas atitudes ou comportamentos, pode ser diferente do que eles realmente veem.

Faço essa breve explicação, porque confesso que essa parte chegou até a me incomodar, porque foi uma parte tão nula, que confesso me deixou um pouco entediada.

Mas através dessa sede de contato, dessa obsessiva paixão fantasiosa que ele nutria pela sua nova ?senhoria?, que Dostoiévski me levou a segunda (e indiscutivelmente mais brilhante) parte desta história.

Se Freud leu essa novela, ele deve ter entrado em êxtase, já que nesta segunda parte acompanhamos tanto a relação edipiana que Ordínov estabelece com Katierina, quanto uma velada (e bastante chocante!) relação entre Katierina e seu companheiro mais velho (que depois descobrimos se tratar do seu esposo), chamado Múrin, com ares de Complexo de Electra.

Nesta segunda parte, algo que eu já havia visto em ?O duplo? (ou ?O sósia?), romance de Dostoiévski que antecede a esse, e se repete aqui, é esse sentimento de perseguição do protagonista, repleto de fantasias de estar sendo enganado e humilhado pelos outros, que na verdade só esconde por trás apenas esse forte medo da rejeição.

Digo isso não porque quero fazer uma análise psicológica do personagem, mas porque é exatamente esse mesmo sentimento que por tantas vezes Joseph Frank (estudioso literário americano e um dos principais especialista na vida e obra de Fiódor Dostoiévski) relata sobre o próprio Dostoiévski em sua biografia sobre a vida do autor.

Mas apesar dessas ideias delirantes do protagonista, o que mais conquista nesta história é que sua narrativa traz muito dos contos folclóricos cossacos, e nesta parte, esse clima mais gótico, e os símbolos que surgem, deixam a trama ainda mais fascinante.

A temática por trás da história é tão ousada, tão provocante, que não consegui parar de ler até poder terminá-la!

Todo esse vinho que embriaga (desejo sexual), e essas facas (símbolo fálico) que surgem em momentos em que o outro (pai ou mãe) dorme, vai nos revelando todo esse jogo sexual cheio de ousadia oculto em uma série de frases tão enigmáticas dos diálogos, que mesmo esta sendo uma história tão curta, não perde em nada para as outras obras deme, porque (como sempre!) é igualmente repleta de significados.

Apesar desta não ter sido uma das suas obras mais admiradas no momento de sua publicação (quando o autor inclusive já passava pelos problemas de ter sido preso por ser acusado de conspirar contra o czar Nicolau I), ?A Senhoria? é uma novela tão única, que vai muito além do revelar a mente humana, para trazer, através dos contos folclóricos, um universo rico em simbolismos tão sedutor quanto instigante, onde tudo é dito de uma forma tão furtiva, que quando menos esperamos, ficamos em choque!

Obs.: quem tiver interesse em saber mais sobre p exercício da ?Janela de Johari?, tem uma animação que pode ser encontrada no YouTube, de 9 anos atrás (postada por Joilson Melo), que explica bem o que é. Vale a pena conferir! ?
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Regis2020 05/03/2024minha estante
Fiquei apaixonada por essa análise instigante que fez através da resenha maravilhosa dessa novela, Flávia! ?
Já estava na lista, mas agora estou curiosíssima para fazer essa leitura.


Brujo 05/03/2024minha estante
Que resenha fantástica, Flávia.
Você não está vendo mas eu estou aqui aplaudindo... hehe


Flávia Menezes 05/03/2024minha estante
Ah Regis! Muito obrigada pelas suas palavras sempre tão carinhosas! ?
Essa é uma obra tão curtinha, e eu fico feliz de saber que já estava na sua lista, porque estou curiosa pra ver a sua resenha dela! ?
Que obra ousada do Dostô!!! E esse climinha mais gótico?tenho certeza de que você vai adorar!!!


Flávia Menezes 05/03/2024minha estante
Sidney, que pena que o Skoob não tem comentário por vídeo, hein? ? Mas recebo aqui esse aplauso, muito grata por tantas palavras gentis!! Ganhei o dia! ?


debora-leao 05/03/2024minha estante
Eu não conhecia essa obra do Dostô e fiquei com muita vontade de ler por causa dessa resenha! Arrasou. Adoro quando as pessoas conectam com outras obras, outras leituras, outros saberes, outras referências. Parabéns e obrigada ??


Flávia Menezes 05/03/2024minha estante
Debora, puxa! Muito obrigada pelas palavras! Fico lisonjeada! ?
E esse é um livrinho tão curtinho, que dá pra ler em um dia. Sem contar que realmente ele é bem empolgante! O trabalho que o Dostô fez aqui, mostrou muito da maturidade dele de escritor acontecendo. Porque essa inclusão do clima dos contos folclóricos cossacos deu esse tom gótico e deixou a trama mais intrigante! Vou ficar de olho quando você ler pra acompanhar suas impressões!


Craotchky 05/03/2024minha estante
Sou outro que fiquei querendo ler o livro após seu texto, Flávia. E vai ser fácil encaixar logo adiante já que se trata de uma obra pequena.


Flávia Menezes 06/03/2024minha estante
Minúscula, Filipe!!! Você vai ler rapidinho!!! E eu vou ficar de olho, porque quero ver suaa impressões sobre a segunda parte! ??


Cleber 06/03/2024minha estante
Resenha incrível! Adoro ler suas resenhas, são verdadeiras aulas literárias e fico curioso para ler todos osnlivros que vc resenha.


Flávia Menezes 06/03/2024minha estante
Cleber, muito obrigada! Fico lisonjeada! ?
E me sinto feliz por saber que te deixo curioso. Até porque esses são livros fantásticos mesmo. Os clássicos nunca decepcionam, e ler Dostô é como assistir uma aula. Nos ensina e nos inspira! Ele foi único e não me canso de indicá-lo!
Vou ficar de olho nas suas impressões quando você for ler esse! ?
Obs.: obrigada por sempre estar presente por aqui. ??


italomalveira 07/03/2024minha estante
Amei a resenha. Esse é um dos próximos do Dostoiévski que irei ler.

Muito interessante a parte da Janela de Johari, não conhecia esse conceito. Fiquei tentado a fazer o teste.


Flávia Menezes 07/03/2024minha estante
Que bom que gostou, Italo!! Ainda mais essa leitura estando já na sua lista de próximos!

Sobre isso da ?Janela de Johari?, tem um vídeo (uma animação) de 9 anos atrás que você pode encontrar no YouTube que explica como funciona. Ele não é um teste, mas um exercício, que geralmente vivenciamos em um contexto de grupo (sala de aula, trabalho em equipe?), porque primeiro você precisa escrever algumas características suas, e depois (e a critério de quem for aplicar o exercício), você escolherá um número de pessoas que te conhecem ou tem alguma convivência com você, que irão descrever características suas. Ao final, você irá comparar o que você escreveu, com o que escreveram sobre você, e poderá perceber como as pessoas te veem e se está adequado a forma como você se vê.
Nessa situação, não existe certo ou errado. É só um exercício de feedback, que te faz perceber como você tem se colocado no mundo ao seu redor. Caso te traga somente feedbacks negativos, aí sim será necessário trabalhar essas questões. Caso contrário, é apenas para autoconhecimento, pois como o outro nos vê, não será mesmo exatamente igual ao que achamos que ele pensa sobre nós. ?


Wesley - @quemleganhamais 08/03/2024minha estante
Não conhecia essa obra do Dostô, mas depois dessa resenha já fiquei querendo lê-la em breve. Dostô tem suas características na escrita e você nas resenhas. É só eu ler uma resenha sua e o livro já vai para a lista dos desejados. Obrigado por compartilhar sua análise e ponto de vista.


Flávia Menezes 08/03/2024minha estante
Wesley, fiquei lisonjeada agora com esse seu comentário!!! Obrigada. Sem palavras aqui pra agradecer!
Eu embarquei em um projeto de um grupo para ler o Dostô e ordem cronológica, e dos romances e novelas dele (porque deixarei os contos de fora, no momento), esse foi o terceiro escrito, e me surpreendeu demais! Até porque difere bastante dos outros dois anteriores. Se quiser, eu te passo a minha lista dele que eu fiz. ?




Camile Carvalho 04/12/2013

A Senhoria - Blog Camilando
Publicado em 1847 após o grande sucesso de Gente Pobre, A Senhoria foi recebido com grande expectativa por parte dos críticos os quais estavam considerando o jovem escritor Dostoiévski, aos 26 anos, como uma grande promessa literária. No entanto, sua novela não agradou a todos, como podemos confirmar na observação do crítico russo Bielinski, o qual afirma que a obra foi um disparate, fruto da fantasia mirabolante do autor. Sabemos, no entanto, que tal característica fantasiosa foi valorizada apenas depois, com a entrada do século XX, no momento em que foram sendo aceitas novas correntes de estilo literário.

A Senhoria conta a história de um intelectual e solitário jovem russo, Ordinov, o qual precisa mudar de apartamento. Porém, tudo muda ao conhecer a misteriosa Katierina, uma mulher sensível e delicada, a qual passou a habitar seu imaginário diariamente. Com uma paixão ingênua, entre devaneios e realidade, o personagem mescla narrativas sem delimitar em que momento encontra-se no plano da realidade e no plano dos sonhos ou delírio. Tal estilo narrativo não foi bem absorvido pela crítica literária da época, sendo valorizado apenas posteriormente.

O livro, publicado pela Editora 34, possui 120 páginas, uma ótima diagramação e páginas amareladas, o que me agrada muito. O livro é dividido em duas partes e possui algumas notas de rodapé a fim de nos familiarizarmos com referências utilizadas na época em que foi escrito além de palavras comuns em russo. Possui também um posfácio escrito pela tradutora Fátima Bianchi. Sobre o personagem, ela afirma que: Objetivamente incapaz de resolver seu conflito com a realidade que o cerca, Ordínov encontra nos estudos uma forma de evasão. Mas quanto mais se dedica a desenvolver seu intelecto, mais impressionável se torna sua sensibilidade, mais precárias suas relações com as outras pessoas e mais irreversível a dissolução de seus vínculos com o mundo exterior.

Particularmente eu gostei do livro embora esperasse mais do final. Talvez uma releitura me faça apreender melhor os conceitos e esclarecer alguns momentos em que a narrativa, ao meu ver, se tornou obscura. É um livro que eu indicaria para amantes da literatura, principalmente para quem quer conhecer um pouco mais sobre as obras de Dostoiévski, a fim de se fazer um estudo de sua trajetória como escritor.

site: http://camilecarvalho.com/a-senhora-dostoievski/
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AndrAa58 25/01/2024minha estante
? obrigada pela companhia, Mi. Se não fossem vocês, a leitura não teria sido tão prazerosa para mim ? poderia até ter deixado para outro momento ?
É maravilhoso ler em boa companhia.


Michela Wakami 25/01/2024minha estante
Que delícia poder ter companheiras de leituras tão edificantes.
Vocês são muito especiais meninas, deixam minha leitura muito mais animada e proveitosa.

Obrigada a você, Andréa.???


AndrAa58 25/01/2024minha estante
????


Vanessa.Castilhos 25/01/2024minha estante
Mi, resenha incrível!! Conseguimos ir mt além do que imaginávamos!! Bom demais!! ?????


Michela Wakami 25/01/2024minha estante
Obrigada, Van. Sim, juntas vamos longe.???????




jackpveras 03/01/2024

Oh, L'amour
Assim como Noites Brancas, A Senhoria é uma narrativa que tem a construção platônica do amor em alta, sobretudo na cabeça relativamente perturbada do protagonista.

Com os diálogos açucaradamente bem construídos, frases de forte intensidade subjetiva e muito romantismo presente em casa letra dessa história, A Senhoria, de Fiódor Dostoiévski, está longe de mostrar a total genialidade do escritor russo, o que só aconteceu depois de sua prisão e condenação aos trabalhos forçados na Sibéria (1849-1859).
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