A visão das plantas

A visão das plantas Djaimilia Pereira de Almeida




Resenhas - A Visão das Plantas


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iagomikan 21/02/2022

Um capitão de um navio negreiro decide morrer em casa, de velhice. Num pêndulo entre bem e mal, seus últimos dias são acompanhados pelo roseiral que ele cultiva. As plantas parecem não se importar com o passado cruel. Entre assombro e silêncio, Djaimilia Pereira de Almeida traça um passado-presente que conecta Portugal, Brasil e Angola. Três países centrais para entender sua obra. É um livro curto, tocante e complexo. Estou falando de livros em @rezendeiago. Vamos trocar por lá? :)
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Sidélia 15/02/2022

Tranquilo
Achei um livro tranquilo, é curtinho e achei ótimo para intercalar com leituras mais tensas. Não achei nada fantástico, mas a história é bem bonita.

Tem um eixo da narrativa que é muito interessante, principalmente no desenvolvimento do personagem.

A gente tá acostumado ao arrependimento e ressentimento dos personagens, nesse livro Djamila tira a literatura desse lugar de mobilizadora de afetos de culpa e punição.

Fiquei bem reflexiva porque acho que esse personagem é bem inesperado.

Recomendo!
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Danusa 06/02/2022

O livro não é bem escrito, porém não é fácil de ler de uma vez só.
Celestino traz a peso das mortes que causou em suas costas e as mesmas mãos que sujaram-se de sangue, agora cuidam de um lindo jardim.
Velho, cansado e sozinho voltou a casa de sua mãe onde espera o findar da sua vida, as vezes sonâmbulo e as vezes perturbado passa o dia com suas flores vendo tudo acontecer.
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Lurdes 06/02/2022

A Visão das Plantas é uma leitura ao mesmo tempo terna, revoltante, comovente e perturbadora.

Não é para menos.
Nosso protagonista é um ex capitão de navio negreiro, com um passado de crueldade que pesa sobre suas costas e suas lembranças.

Ao fim da vida, quase cego e iniciando um processo de demência, ele retorna à casa onde cresceu e passa a cultivar um jardim.

Capitão Celestino, este é seu nome.

Os vizinhos conhecem as histórias aterradoras e muitos evitam, até mesmo, passar por sua calçada. As crianças vivem um misto de medo e fascinação. Algumas poucas vizinhas, em consideração à memória de sua mãe, ainda se permitem alguns gestos mais generosos, como alcançar algum alimento.
A única visita que Celestino recebe é do Padre Alfredo, que gostaria que ele se confessasse e se arrependesse de seus pecados.
Mas Celestino não está arrependido. Ou está?
A delicadeza e cuidados dedicados às suas plantas teriam tornado Celestino um homem melhor?
Não é o que parece.
A dureza, instalada nele, está de tal forma solidificada que não pode ser extinta.
O que resta a Capitão Celestino é dedicar às plantas o afeto, cuidado e preocupação que ele nunca teve por nenhum ser humano.
E o que ele recebe de volta?
Flores viçosas, com cores e odores inebriantes que passam a ser sua razão de viver.
Mas as plantas não se importam.
Se não o julgam, tampouco podem lhe oferecer qualquer sentimento de carinho ou agradecimento pelos cuidados.
Elas vivem, crescem, florescem, não por, ou para ele, mas porque é de sua natureza.
Quando iniciei a leitura me senti muito incomodada porque não conseguia aceitar uma escrita tão bonita e poética com um protagonista tão escroto.
Estas contradições deixam a leitura ainda mais intensa.
Uma sacada de mestre usar da delicadeza para denunciar a barbárie.
Terminamos o livro com um aperto no coração.
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@ale_raposo 29/01/2022

Uma solidão de cortar com a faca!
Esse é um livro curto,poético,mas nem por isso,simples de ler.
Nessas páginas,encontramos o Capitão Celestino,um homem do mar,já aposentado,que retorna a Portugal,para passar o fim de seus dias na casa que morou sua mãe.
Apesar de ter sido um homem cruel,que assassinou,roubou,enganou e fez todo o tipo de maldade ao longo da vida,Celestino se descobre pleno ao lado de um jardim,que cultiva com muito capricho.
Toda a vizinhança o despreza e teme,e muitas lendas são espalhadas envolvendo seu nome. Sua única visita,é o Padre Alfredo,que além de elogiar muito seu jardim,sempre tenta o convencer a frequentar a missa e a se confessar.
Essa é uma história que envolve de tal forma,que fica difícil não virar uma página a mais.
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Wanessa Braga 23/01/2022

A vida das plantas
Não gostei.
É sobre Celestino, um velho capitão de navio negreiro que volta pra sua abandonada casa e passa seus últimos dias cuidando do seu jardim. Foi chato ler e grazadeus o livro é bem curtinho pois só assim eu consegui terminar.
Tenho certeza que o livro tá coberto de metáfora que infelizmente não soube captar. ?
Talvez vocês tenham mais sorte que eu.
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Renata (@renatac.arruda) 23/01/2022

Há tempos queria ler Djaimilia Pereira de Almeida e resolvi começar com este pequeno livro, que encabeçou várias listas de melhores de 2021.

Não foi uma tarefa tão simples. Mais do que o conteúdo, a autora prioriza o trabalho de linguagem aqui e exige uma atenção redobrada para que o ritmo não seja perdido. Não é um livro que dá pra ler de forma displicente, para passar o tempo.

O livro fala sobre um idoso que viveu como capitão de navio negreiro. De volta à sua terra natal, ele não se arrepende nem sente remorsos de nada, nem de atirar pessoas ao mar ou tirar a vida de crianças, entre outras coisas. Desprovido de empatia, o único vislumbre de sensibilidade que o pirata demonstra é ao cultivar seu jardim, tendo as plantas como suas únicas companheiras. Apesar disso, não parece ser por acaso que ele passa a ter visões de pessoas que matou -- o que não é nenhum tormento, mas uma forma de não chegar sozinho ao inevitável fim.

Inspirada por uma passagem de uma crônica do livro "Os pescadores", do autor português Raul Brandão, que fala sobre um certo capitão Celestino, que viveu como pirata e morreu como santo, Djaimilia procura explorar a vida interior dessa personagem tão intrigante em um romance cheio de pequenos detalhes, fragmentos de lembranças, pensamentos e anotações costurados em uma prosa poética que quem se distrair pode acabar não captando.

Para alguns, pareceu prolixo. Para mim, soou inspirado e original -- mãos menos habilidosas falhariam miseravelmente na experimentação mas Djaimilia Pereira de Almeida mostrou ter pleno domínio do seu projeto. É um livro gracioso, que consegue extrair beleza de onde muitos só veriam horror.
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Vitor 27/12/2021

Não espere encontrar nesse livro grandes acontecimentos ou reviravoltas. O objetivo do livro não é esse. É uma história bastante introspectiva. Conseguimos perceber os sentimentos do protagonista mesmo ele sendo tão reservado. Experiência interessante
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