Vanessa 13/01/2022
Esse livro é um dos mais importantes que já li. Ele traz uma clareza tão grande acerca dos padrões de relacionamento, que arrisco dizer que QUALQUER mulher que o leia com acuidade pode se beneficiar dele.
Quem o lê de verdade começa a se questionar se realmente ama/amou alguém de fato ou se aquele sentimento é sobre um tipo de padrão autodestrutivo de relacionamento que lhe parece confortável, que é cômodo e que remete aquilo que já está enraizado em nós como estrutura básica de casal.
Para muitas mulheres é muito mais fácil assumir o papel de cuidadoras do que assumir a responsabilidade por suas vidas. O outro se torna a razão de sua existência, porém, essa suposta proteção e cuidado não passa de uma forma de controle e manipulação.
Desenvolver essa acurácia acerca dos próprios sentimentos é importante para que a mulher saia do papel de vítima e enxergue a relação dentro de um contexto mais panorâmico. Veja sua responsabilidade e trabalhe nisso ao invés de imputar ao outro toda a responsabilidade.
A mulher é cuidadora por excelência, está em seu âmago, mas a partir do ponto que ela faz do outro o seu mundo, as coisas mudam de perspectiva e aquilo que se transveste de ato amoroso, é na verdade uma tentativa de dominação.
A obsessão por alguém evita que as mulheres tenham que lidar com sua dor, seu vazio, seu medo, sua raiva. É uma distração do mundo, uma fuga da realidade. Nesse pequeno trecho fica clara a capacidade de se defraudar e criar um personagem que foge da realidade.
" Achamos o homem instável excitante, o não confiável desafiador, o imprevisível romântico, o imaturo charmoso e o mal-humorado misterioso."
Esse livro nos traz alguns exemplos mas não se atém a isso, funciona como uma espécie de terapia, faz você enxergar o problema, que ganha contornos mais claros a cada exemplo e depois oferece mecanismos para dirimir o problema. Já indiquei esse livro para todas as minhas amigas, mesmo as que acham que não precisam.
A bondade e o controle, no relacionamento tem uma linha muito tênue de separação. É importante nutrir essa virtude, mas tendo consciência que nem todos os atos são puramente bons, alguns escondem o desejo de manipulação. Elogios demais, fazer algo para que alguém aja de outra forma, desvirtua a natureza do amor. O amor é precipuamente amar o outro de forma livre, deixar que ele seja quem quer ser.
Se tivemos um pai distante, frio, frequentemente na vida adulta nos envolvemos com uma pessoa parecida, ou uma série de pessoas, em uma tentativa de vencer a velha luta para sermos amadas.
Há várias conformações mentais, esse livro contempla inúmeros exemplos e desdobramentos acerca dessas mulheres que amam demais, sejam elas pessoas carentes, dependentes, duronas. O inconsciente sempre tem um peso muito grande nas nossas escolhas, quanto mais clara for a situação, mais difícil se ludibriar.
eu realmente recomendo.