liandr444 01/02/20235,0O primeiro livro que li de Lygia foi Corda Bamba, por recomendação de pessoas especiais. Assim como o primeiro, A bolsa amarela surpreende com a delicadeza ao descrever a inocência e a profundidade de uma criança.
Aqui Raquel tem três grandes desejos: crescer, escrever e ser menino. Os verbos expressam a urgência da garota em viver sem ser julgada ou reprimida. Entre bolsas sem fundo, galos e guarda-chuvas, Raquel compreende que não vale a pena tolher-se para se encaixar.
O livro ensina, em linguagem clara, mas ainda assim poética, lições que passam despercebidas aos olhos adultos e apressados: o valor da amizade, da imaginação, das vontades descabidas... Admito que este me tocou mais que o outro, talvez por identificação ou pelo contato direto com minha criança interior.
Merecedor de cinco estrelas.