Silvio Almeida 25/12/2018Um duvidoso pseudo livro infanto-juvenilO livro conta a história de Raquel, a filha caçula de uma família bastante desequilibrada. Raquel apesar de ser apenas uma menina, é caracterizada como uma anti-heroína, egocêntrica, mentirosa (achando que os fins justificam o meios), que faz as coisas escondidas e não dialoga com os pais e por conseguinte os pais e demais familiares também a tratam com extremo preconceito, desatenção e nunca buscam entender os sentimentos dela.
Dentro deste contexto extremamente ruim, Raquel busca refúgio, criando seu próprio mundinho paralelo através de histórias fantásticas e em pessoas fora do círculo familiar.
Apesar de todo o relato acima, a Bolsa Amarela é realmente uma estória interessante, com boa narrativa e que prende a nossa atenção. Porém, creio que seja um livro impróprio para crianças lerem sozinhas, sem uma leitura mediada pelo pai/mãe, pois este livro questiona a família, a figura do pais, tendo como exemplo central da história uma família disfuncional e por outro lado mostrando como solução uma família ideal, onde inexiste a liderança paterna e tudo é resolvido com o voto da maioria.
Classifico este livro mais como leitura para adultos, pois nós pais corremos sempre o risco de cometer exageros ou omissões como os demonstrados no livro.
As crianças da atualidade, que muitas vezes tem pai e mãe que não cumprem seus papéis adequadamente ou que vem de lares "destruídos", não tem capacidade de analisar criticamente a obra e a mesma pode servir de impulso para consolidar sentimentos que levem a jovens e crianças a cultivarem atitudes ruins perante a vida e aos familiares mais próximos.