Resenhas - Cidade Feminista

Tatá 10/10/2024

A forma pela qual a autora constrói o seu raciocínio é um exemplo para pesquisadoras/es. A partir de seu próprio corpo, hora se afastando, hora voltando para si, Leslie Kern vai construindo seus argumentos acerca de como pensar o espaço urbano. Inspirada em Adrienne Rich, ela parte da geografia mais próxima - seu próprio corpo - para fazer uma pesquisa cuidadosa e feminista, que foge do perigo das universalizações que apagam a trajetória e experiências que não sejam a do homem branco. A interseccionalidade é um ponto muito enfatizado pela autora, inclusive.

Vale muito a leitura e todas as provocações que ela faz sobre o pensar as cidades.

Danilo.Milev 16/11/2023

Achei um livro bem bacana, a questão da cidade e como ela se relaciona com as mulheres de maneira distinta com os homens (e vice versa) é um ponto muito interessante a se discutir , e gostei bastante de como ela o livro inteiro trabalhou a interseccionalidade, não considerando que essa relação mulheres-cidades se dêem de maneira uniforme, mas, ao contrário, considera as diferentes opressões existentes.
E é interessante pensar que até mesmo pensando em banheiro público , é possível enxergar essas diferenças entre homens e o espaço urbano e as mulheres e o espaço urbano.
Vale a pena a leitura

Mary Stella 03/04/2023

Excelente
Uma perspectiva interessante dos estudos sobre mulheres. A forma como a mulher consegue usufruir dos espaços urbanos é fruto de uma construção das cidades que desconsidera as tantas jornadas dela. A pessoa de quem se espera todo o dever de cuidado da sociedade e a participação no mercado de trabalho é também a que cresce treinada para sentir medo do mundo fora de casa, mesmo que os números digam que o perigo maior compartilha desse espaço privado.

mariloca 15/01/2023

interseccionalidade
"Misoginia esculpida na pedra" reúne tudo o que livro destrincha. A posição da autora relatando interpretações da sua vida na cidade é enaltecida no reconhecimento de seus privilégios como mulher branca cis de classe média e como isso reverbera na sua comunicação urbana - pelo foco desse modelo por empresas especificas, pela ação gentrificante, o alvo para violências morais e físicas, como esse perfil historicamente já reproduziu condutas sociais contra grupos marginalizados - e o que as soluções arquitetônicas e urbanísticas pecam ao reparar o dano enraizado sobre não violentar quem vive na cidade.

A questão é que francamente determinadas análises não são tão proveitosas por permanecerem com argumentos generalizados, apesar de que pode ser estratégico pra manter um livro mais curto. Por opinião segundo gostos pessoais, já não me foi de tanto interesse ler sobre experiência que se limitam ao norte ocidental (Toronto, Londres e Nova York) por falta de referência que dialogassem com o vivência latina e/ou de paises do hemisfério sul.

déb 15/01/2022

Apenas leiam
Eu lendo esse livro foi tipo ?vou marcar só as partes importantes? aí no final marquei quase todas as páginas. Importante. Necessário.