Encaixotando minha biblioteca

Encaixotando minha biblioteca Alberto Manguel




Resenhas - Encaixotando minha biblioteca


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Bia 28/09/2021

Passei o livro inteiro com o coração quentinho, foi um achado inesperado é maravilhoso. Um livro que fala sobre o amor aos livros (e muito mais). Fez meu coração transbordar, valeu cada minuto.
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Ana Lívia Mourão 25/09/2021

Bicho, queria eu ter 35 mil livros!!!
As partes em que ele abre o coração e relaciona toda a vivência dele aos livros que ele teve na vida, as bibliotecas...são fodas!
Algumas partes mais ?técnicas? são meio maçantes. Me tirou da zona de conforto! E livros que falam de livros são minha paixão!
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Pandora 15/09/2021

Para quem ama livros e leituras o que pode ser mais gostoso que um livro sobre livros, bem escrito, fácil de ler e cheio de carinho pela história do livro e das bibliotecas? Pois é, a leitura de “Encaixotando minha biblioteca” do Alberto Manguel é um presente para as pessoas leitoras, um papo gostoso, bom de se ter numa noite de sábado que se alonga até uma manhã de domingo.
Comecei a ler o livro numa noite de sábado e só fui parar no fim da manhã do domingo de tanto que achei interessantes as digressões do Manguel. Sou apaixonada não só pelo ato de ler, mas também pelo de colecionar livros e pela pesquisa da história dos livros e da biblioteca.
Foi incrível ouvir sobre Gilgamesh, Alexandria, o Mundo Antigo Grego-Romano, Borges, dicionários e enciclopédias, as origens da cidade de Buenos Aires na Argentina. É possível sentir a paixão e o conhecimento da cultura ocidental que o Manguel acumulou ao longo da vida em cada página. Cita vários autores, compartilha experiências de leitura e impressões sobre os textos de Shakespeare, Kafka e Borges, fala sem pressa em uma linguagem fácil, sem ser prolixo.
Muitos dos livros citados por ele também fazem parte da minha trajetória como leitora, temos muitas paixões em comum como Kafka, Borges, dicionários e enciclopédias. Para a forma como construir minha visão de mundo a narrativa kafkaniana é seminal, o Manguel tem três estantes dedicadas só para Kafka. Meu Deus! Que delírio!
Concordo com vários pontos de vista do Manguel, com outros não concordo. Fiquei com vontade de reler alguns livros citado por ele e reler outros. Gostaria de apresentar Neil Gaiman e Sandman, acho que ele iria gostar. Esse foi meu primeiro encontro com o autor, espero que outro aconteçam.
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Paulo Sousa 07/09/2021

Leitura 21/2021

Encaixotando minha biblioteca: uma elegia e dez digressões [2018]
Orig. Packing My Library: An Elegy and Ten Digressions
Alberto Manguel (Argentina, 1948-)
Companhia das Letras, 2021, 184p
Trad. Jorio Dauster
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?O esvaziamento de uma biblioteca, embora doloroso, e o encaixotamento de livros, embora injusto, não precisam ser vistos como conclusão. Há novas ordens possíveis de sombras, secretas mas implícitas, só visíveis depois que as velhas são desmontadas? (Posição Kindle 1457/90% do ebook).
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De Alberto Manguel eu havia lido o excelente ?Os livros e os dias?, de 2005, uma espécie de diário de leituras em que o autor vai brindando o leitor com suas impressões por alguns livros relidos e, pela relevante relação em sua vida, bastante caros para ele.
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Manguel tem em sua escrita uma característica: a de entrelaçar de forma caótica, sem um rigor aparente, memórias, lembranças e fatos, que vão se misturando ao ato de ler determinado texto e criando uma rede voluptuosa de referências do mundo literário. Talvez, por isso, assim que topei com ?Encaixotando minha biblioteca? eu tenha logo buscado lê-lo. Gosto de ler livros que falam de livros, de livros que, ao falar de livros, traçam relações para outras obras do mundo literários, a fatos sobre autores e bibliotecas hodiernas e passadas. Você como que sai da leitura com uma renovada - e exasperante - nova lista para futuras leituras; são renovados velhos planos com autores que muitas vezes não conhecemos ou conhecemos e não os damos a devida importância.
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Nos livros de Manguel você encontra a vida de um leitor apaixonado, por vezes ludita, mas sempre aberto ao infindável mar de capas e páginas e não tem como não se embevecer com suas digressões literárias. A biblioteca encaixada, contendo os 35 mil volumes por anos acumulado num cantinho da França, levou o autor a se debruçar sobre autores, sobre bibliotecas ora perdidas, ora esquecidas, ora renovadas e, principalmente, a abordar o papel de reconstrução da empatia entre humanos, maculada pelo atual modo de viver cada vez mais conectado e menos presente, mas que possibilitada pelo empenho mútuo que há em juntar, guardar e cuidar de livros.
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Se você anda cansado dos livros que lê, se tem enfrentado uma ressaca literária mais aguda que aquele que topamos com um livros que nos exigiu mais, se perdeu interesse na listinha de ?a ler? que mantém, leia Manguel, qualquer um dele ou algum livro que fale sobre o prazer que livros nos dão, esses salvadores nas horas improváveis. Vale!
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Marcelo 23/08/2021

Resenha disponível no booksgram @cellobooks
Este foi um daqueles livros que, só pelo titulo, me fez correr para compra-lo.

Compartilhar os sentimentos de amor pelos livros, principalmente com Alberto Manguel, que tinha uma biblioteca com mais de 35 mil livros, foi uma experiência intensa.

A cada paragrafo que ele contava sobre sua relação com os livros, sobre como iniciou na leitura, como construiu sua primeira biblioteca na infância, depois na adolescência... me vi diante de meus livros. E que dor o fato de ele decidir de desfazer da biblioteca que cultivou durante toda a vida... A dor de encaixotar os livros, de ver a sala vazia, de saber que não estaria mais entre um lugar tão familiar...

Alberto morou em diversos países, e já aos 70 anos, tendo a necessidade de se mudar novamente de país, decidiu que não era mais tempo de levar sua biblioteca. Com a ajuda de diversos amigos, encaixotou seus livros e os colocou num galpão de sua editora, até decidir que fim daria aos mesmos.

Por fim, Portugal aceitou a doação e construiu um espaço para receber este acervo. E por fim, agora em 2021, Alberto Manguel se muda para Portugual com seu marido para dirigir o novo espaço, de seus velhos livros.

Me encantei com a emoção de Manguel com os livros, mas confesso que esperava que ele focasse mais nesta descrição. No entanto, o autor faz uma digressão em temas correlatos: a importância dos livros na sociedade, o uso das palavras, os dicionários, a impermanência das coisas.
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 20/08/2021

Alberto Manguel - Encaixotando minha biblioteca
Editora Companhia das Letras - 184 Páginas - Capa de Ale Kalko - Lançamento: 2021.

Em 2000, o ensaísta, romancista, tradutor e editor Alberto Manguel comprou um presbitério medieval na França, e construiu uma biblioteca para alojar um acervo de 35.000 livros. A biblioteca foi desativada em 2015, devido à mudança para Nova York e o convite para Manguel exercer o cargo de Diretor da Biblioteca Nacional da Argentina. A última notícia que li sobre o destino desta biblioteca, agora com 40.000 livros, é que ganhará um espaço definitivo em Lisboa como parte do Centro de Estudos sobre a História da Leitura, podendo ser finalmente libertada dos caixotes.

Encaixotando minha biblioteca é inspirado na relação de toda uma vida do autor com os livros. Na verdade, Alberto Manguel não é um bibliófilo como José Mindlin, ele está mais para Umberto Eco e Jacques Bonnet, sem a seriedade de um colecionador profissional, mas sim com a paixão de um leitor compulsivo. Este é um daqueles "livrinhos" deliciosos que todo amante da leitura não consegue largar até o final e não conseguimos evitar a comparação entre o livro impresso e o virtual, a praticidade e velocidade da consulta em nossos tempos de Internet que parecem apontar, espero que não, para o desaparecimento das bibliotecas e bibliófilos.

"O antigo celeiro, em cujas pedras estavam gravadas as assinaturas de quem trabalhara nelas no século XV, guardou meus livros por quase quinze anos. Sob um teto de vigas desgastadas pelo tempo, juntei os sobreviventes de muitas bibliotecas que datavam de minha infância. Tinha uns poucos livros que um bibliófilo sério julgaria dignos: uma Bíblia ilustrada de um scriptorium alemão do século XIII (presente do romancista Yehuda Elberg), um manual de inquisidores do século XVI, diversos livros de artistas contemporâneos, um bom número de primeiras edições raras e muitos exemplares assinados pelos autores. Mas me faltavam (e ainda faltam hoje) os recursos financeiros ou o conhecimento para me tornar colecionador profissional. Em minha biblioteca, jovens e lustrosos Penguins se sentavam felizes ao lado de patriarcas encadernados de aparência severa. [...]"

Entre as diversas digressões de Alberto Manguel posso destacar as múltiplas citações literárias, passando em poucos parágrafos, e sem qualquer ordem cronológica, por autores tão diferentes quanto: Cervantes, Dante Alighieri, Robert Louis Stevenson, Lewis Carroll, Gustave Flaubert, Ray Bradbury, Marcel Proust, W.H. Auden, Homero, Sófocles, Jean Cocteau, Edgar Allan Poe, Franz Kafka, Vladimir Nabokov, William Shakespeare e com grande destaque para Jorge Luis Borges que ele conheceu ainda em Buenos Aires quando era um adolescente e Borges já estava praticamente cego, precisando que lessem em voz alta para ele, logo Manguel se tornou um dos leitores de Borges, várias vezes por semana de 1964 a 1968.

"Minha biblioteca, acomodada em estantes ou empacotada em caixas, nunca foi um animal único, e sim uma composição de vários deles, uma criatura fantástica formada a partir de várias bibliotecas criadas e depois abandonadas, repetidas vezes ao longo da vida. Não consigo lembrar de um tempo em que não tive alguma biblioteca. Minhas bibliotecas formam uma espécie de autobiografia em múltiplas camadas, todos os livros sustentando o momento em que os li pela primeira vez. As anotações nas margens, a data ocasional na folha de guarda, a desbotada passagem de ônibus marcando uma página por razões hoje misteriosas – todas essas coisas tentam me lembrar do que eu era então. Em geral, fracassam. Minha memória está menos interessada em mim do que em meus livros, e descubro que é mais fácil recordar-me de uma história lida uma só vez, faz muito tempo, do que do jovem que a lia."

Outras divagações do autor passam pela biblioteca de Alexandria que guardou, durante pelo menos três séculos, a maior parte do mundo do Mediterrâneo, sendo que seu fim ocorreu em circunstâncias tão incertas quanto as de sua existência ou o amor pelos mágicos e hoje anacrônicos dicionários diante dos dispositivos eletrônicos e aplicativos modernos, segundo Manguel algumas de suas aquisições favoritas: Petit Robert, Collins, Sopena e Webster's eram os anjos da guarda das suas bibliotecas. Uma época na qual não existia o poderoso Google, o que nos leva novamente à polêmica comparação entre livros impressos e a leitura por mídia eletrônica que provoca reações tão apaixonadas entre bibliófilos e amantes da cultura digital.

"Há leitores para quem os livros existem enquanto estão sendo lidos, e mais tarde como recordações das páginas lidas, mas que sentem serem dispensáveis suas encanações físicas. Borges, por exemplo, era um desses. Os que jamais visitaram o modesto apartamento de Borges imaginavam que sua biblioteca era tão vasta quanto a de Babel. Na verdade, Borges mantinha apenas poucas centenas de livros, e mesmo esses costumava dar de presente aos visitantes. Ocasionalmente, certo volume tinha valor sentimental ou supersticioso para ele, mas, de modo geral, o que lhe interessava eram algumas linhas relembradas, não o objeto material onde as encontrara. Para mim, sempre foi o contrário."

Sobre o autor: Alberto Manguel nasceu em 1948, em Buenos Aires. Passou os primeiros anos da infância em Israel, onde seu pai era embaixador, e concluiu seus estudos na Argentina. Morou em diversos países, como Espanha, França, Inglaterra e Itália, sempre rodeado por livros. Outras obras do autor no Mundo de K: Uma História Natural da Curiosidade (2016).
Paulo Sousa 21/08/2021minha estante
vou começar ele agora! :p


Alexandre Kovacs / Mundo de K 21/08/2021minha estante
Boa! Depois me conta se gostou.




Társis 17/08/2021

Pensando a cultura do livro
Segundo o relato de um amigo, Alberto Manguel não é apenas uma ensaista brilhante como um cara massa. Se você ama livros, vale a pena acompanhar suas digressões e seu amor aos livros e como estes mexem com a vida de cada um. A edição de Encaixotando minha biblioteca é bonita, papel bom, capa linda, um livro que vale ser mantido na tua biblioteca.
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