Paulo de Tarso Lira 29/09/2024
Quem é RESPONSÁVEL pelos instintos VIOLENTO do SER HUMANO?
"Estou falando sério sobre isso com vocês, irmãos. Mas faço o que faço porque gosto de fazer"
Com uma narrativa em primeira pessoa, conhecemos o Alex, um garoto de 15 anos que comete muitos crimes (estupro, assassinato, lesões) até ir parar na cadeia. Enquanto estava aprisionado, o Estado, lhe propõe uma cura para seus instintos violentos, ou seja, a técnica Ludovico, após a domesticação, ele é reincerido na sociedade e o final, só lendo pra saber.
Quem deve limitar nossas ações? O estado ou nós mesmos?
Todos convivemos com comportamento violentos, pois de alguma forma, existe um ecossistema de entretenimento baseado nessas práticas, de alguma maneira temos que deixar fluir para algum lugar, seja em filmes violentos, música raivosas, politicagem hostil ou xingamentos no X.
Seria ótimo domesticar os instintos, mas isso é bom? E Se for, é para quem?
Drogas, ultraviolência e assassinato, a sociedade seria melhor se livrasse desses atos, né? Mas a que custo.
O estado traz para si uma grande responsabilidade, a de ser o mediador e garantidor da paz social, para isso, detém o poder da violência, ou seja, para que nós vivamos pacificamente é preciso que todos se disponham a acreditar nessa "verdade",
Dizem: desde que existe conflito, surge então a necessidade do estado.
Seria ótimo ter uma técnica para nos deixar mais mansos e domesticados, sim, ela existe, e se chama LEIS, no entanto, até que ponto essas normas tiram o nosso árbitrio? Será que há e sempre haverá excessos em quem as aplica em nome da segurança pública?
Na minha interpretação, essa é a grande crítica do livro. O estado limitar e domesticar os nossos instintos, isso é bom, com certeza, mas até que ponto?
De um lado temos a humanidade e suas imprevisibilidades e do outro, o estado materializados em pessoas, impondo suas arbitrariedades a fim de manter a paz social, mas um vez, na minha opinião, essa é a discussão que o Livro propõe, um questionamento bastante atual, quer uma aplicação atual para a situação problema do livro, ao analisarmos as ações dos governantes do Brasil e a tentativa de lobotomia aos seus cidadãos nos últimos anos, há uma tentativa de sufocar a manifestação, muitas vezes em face de determinado campo político que o estado diz que é o errado, e quem pensa diferente, tem que passar pela tecnica Ludovico a brasileira, ou seja, a penalidade de censura ou cursinhos obrigatórios registrados pelo Estado como forma de conter nossos atos, consequentemente, a censura nas plataformas digitais impondo sanções, justificadas pela finalidade de obter a paz social e o controle das nossas ações ditas, "odiosas".
Em fim, o livro indica o grande problema da sociedade em todos os tempos, os impulsos e o controle social, ou seja, uma aguda reflexão sobre a eficácia dos mecanismos coercitivos do Estado.