Vitória 14/08/2023
Mais um livro da Cinthia que eu demorei séculos pra vir falar aqui pelo simples fato que o bonito se tornou um favorito meu. Sinceramente, eu pensava que já tinha me acostumado com as histórias dela, que seria difícil ela me surpreender daqui pra frente, afinal só esse ano foram 5 leituras realizadas, mas eu estava errada mais uma vez. Desses 5 livros, 3 se tornaram favoritos, e do jeito que andam as postagens sobre o próximo lançamento da bonita, eu me arrisco a dizer que as coisas só vão melhorar.
Eu não tenho problema com séries grandes, afinal sou uma grande fã de romances de época e já li os Bridgertons, que tem nada menos do que 9 volumes. Por isso, o fato da série dos Kingstons ter 7 livros, um para cada primo, nunca foi um problema pra mim. Apesar disso, é inegável que, já tendo contato com todos os primos nos livros anteriores, eu criei certas expectativas sobre eles, principalmente com o Kendrick, que sempre dava um jeito de se enfiar nas histórias dos outros. Eu amava o fato dele ser o palhaço da turma, de sempre ter uma piada na ponta da língua, e ser o companheiro das novelas da vovó. Achava sim que ele escondia algo pesado dentro de si, afinal todos escondem, mas nunca pensei que seria algo tão grave. Eu fico besta como a Cinthia consegue escrever cenas de comemorações em que todos os Kingstons se reúnem na casa da vovó e parecem verdadeiramente felizes, ao mesmo tempo em que os piores traumas de cada um deles tem algo a ver com a família. Acho importante demais ela mostrar que, ainda que os netos tenham uma ótima relação com a vovó, nenhum passou imune à segunda geração, que eram um bando de arr0mb4d0s. O Kendrick me pegou de jeito, não sei se por eu me ver tanto nele, ou por ele ser o piadista do coração quebrado pelo qual eu sempre caio de amores. Ele esconde muita coisa atrás das piadas, e foi doloroso e lindo desvendar esse personagem, ir conhecendo cada dor dele conforme as páginas passavam. Como ele queria culpar a sua família por tê-lo afastado durante tantos anos num internato no meio do nada, sem sequer visitá-lo, ao mesmo tempo em que amava cada um deles, porque sabia que o sentimento de todos ali era real, ainda que às vezes tivesse dificuldade em acreditar nisso. Ele é diferente de qualquer outro protagonista que eu já vi a Cinthia escrever, e por isso ganhou meu coração.
A Pandora foi escrita pra mim, e ninguém consegue tirar isso da minha cabeça. Eu comecei a chorar na primeira vez em que essa mulher foi descrita como uma pessoa gorda, na primeira vez em que ela demonstra as suas inseguranças com o corpo, e a partir daí eu não parei mais, porque foi impossível não estabelecer uma identificação gigantesca. As cenas em que a Pandora sofre bullying na escola por ser bolsista e gorda são reais demais, e eu sei disso porque já fui a bolsista gorda na escola mais cara da minha cidade. Mesmo que eu não tenha encarado tudo o que aconteceu nos meus tempos de escola da mesma forma que ela encarou, eu me senti no lugar da personagem em todos os momentos. E pior ainda foi ver que, mesmo no auge dos seus 30 anos, sendo bem sucedida e tendo mais segurança com o próprio corpo, ela ainda tem momentos de fraqueza, porque essa é a grande verdade: ninguém consegue ser forte o tempo inteiro. Eu sei que sou uma mulher bonita, mas não é todos os dias que eu me sinto assim. Eu sei que tenho capacidade de exercer as funções para as quais eu fui formada, mas às vezes eu ainda me sinto como aquela garotinha de 9 anos que passou pelo portão de uma escola gigantesca pela primeira vez por causa de uma bolsa e se sentia menor do que todo mundo ali, se sentia incapaz de realizar as atividades ou pensava que não era suficiente, mesmo tendo notas excelentes. A história da Pandora tocou em algo muito pessoal meu, que ninguém tinha tocado antes, e só por essa mulher a Cinthia merecia o favorito da vida. Principalmente porque, mesmo que o Kendrick a auxilie, repetindo o quão linda e maravilhosa ela é, e como as propostas dela pra empresa são incríveis, o reconhecimento é algo que parte dela. Aliás, isso é o que eu acho de mais lindo nesse casal: cada um está ali pra apoiar o outro, pra segurar quando ele estiver prestes a cair e ajudar a levantar, mas a cura é algo que parte de dentro de cada um deles, é algo que eles próprios precisam procurar, e não o seu companheiro.
Eu sou uma grande cadelinha do plot de segunda chance, e aqui não poderia ser diferente, porque a Cinthia fez tudo com maestria. O romance com o melhor amigo do tempo de escola é algo que me toca num lugar muito único porque aconteceu comigo, e ainda que no meu caso não tenha ido pra frente, foi lindo acompanhar a trajetória desses dois. É perceptível que o Kendrick nunca deixou de amar a Pandora, que ele se afastou dela por medo de machucá-la e por não entender o motivo de uma hora para a outra ela ter se afastado. Já do lado da Pandora existe o ódio, totalmente justificável, e essa raiva dá um tom delicioso pras primeiras interações entre os dois depois do reencontro, porque o Kendrick, como o safado que ele é, só entra na jogada. Os hots da parte do enemies, onde a Pandora não sabia se beijava ou estapeava o Kendrick, foram incríveis, e tudo só melhorou quando o sentimento arrombou a porta e montou morada no coração desses dois. A química entre eles transborda das páginas, a gente consegue sentir que o que eles tem é antigo, especial e único. E a minha adoração pelo Kendrick só aumentou ao saber que ele era um pai de pet dedicado e um grande adorador da bunda da Pandora. Tudo que eu queria era um homem que adorasse a minha bunda do jeito que ela merece, ao ponto de tirar uma xerox dela e mantê-la num quadro dentro do quarto. Essa é a descrição do homem perfeito.
Quando eu faço uma resenha gigantesca só falando sobre o casal, é perceptível que o livro tem que levar nota máxima. Essa não foi uma leitura fácil, afinal mexeu com coisas muito pessoais minhas, e eu acabei demorando muito mais tempo do que pensava que iria demorar com essa leitura, ela me deixou numa ressaca braba, mas valeu muito a pena. Ainda queria trazer pontos externos a esses dois pra comentar aqui, mas sinceramente tudo perde a importância pra mim quando eu lembro dos meus amores. Pandora e Kendrick vão junto com Damon e Candy para o posto dos meus Kingstons favoritos até agora, e não duvido que outros se juntem a eles conforme eu continuar com a série. Aliás, logo após concluir essa leitura dona Cinthia fez uma promoção na lojinha dela e eu quase completei a minha coleção dos Kingstons nas edições físicas. Faltou o meu queridinho KK, mas a hora dele vir pra minha casa ainda vai chegar, eu creio, agora vou esperar pra fazer a leitura dos próximos nos físicos. A única coisa fora do casal que me lembro pra comentar sobre esse livro tem a ver com o Damon, e a crise de ansiedade que a Cinthia está criando dentro de mim por eu não ter mais a certeza de com quem esse homem vai ficar. Sei que sou besta, afinal o livro já está publicado, eu poderia muito bem só abrir a amazon e ir lá olhar, mas vou deixar essa dúvida permanecer na minha cabeça, até porque ela está me instigando a pegar os livros da série mais rápido, e eu quero terminá-la antes do próximo lançamento da Cinthia.