Tainateixeira92 21/07/2023
Quanto de você existe naquilo que você odeia?
É indubitavelmente uma obra notável, embora, em minha perspectiva, não alcance o mesmo patamar emocional e impacto narrativo de Evelyn Hugo ou Daisy Jones and The Six. Sem sombra de dúvidas, Reid demonstra uma habilidade perceptível na construção de personagens bem desenvolvidos, mergulhando habilmente nas emoções do leitor.
A protagonista Carrie é uma personagem intrigante, e aqui cabe um elemento particularmente distintivo do livro, pois sua construção não parece estar destinada a conquistar afeição instantânea do leitor. Pelo contrário, o que transcende é um sentimento de aversão inicial com a personagem. O foco recai sobre as nuances de sua personalidade e os dilemas que a envolvem, abrindo espaço para uma experiência de leitura desafiadora, mas profundamente imersiva. Em contrapartida, o pai de Carrie é retratado de maneira excepcionalmente carismática, dando ao leitor um dos momentos mais emocionantes da história. É inegável que a autora possui um talento peculiar para explorar as complexidades das emoções humanas, engajando o leitor em uma jornada emocionante e envolvente.
No entanto, algumas descrições detalhadas das partidas de tênis, por exemplo, acabaram cansando a narrativa. Quanto ao desfecho, para mim, careceu daquele toque de surpresa que poderia elevar a experiência geral do livro. O que deixou uma impressão de que faltou algo para alcançar um desfecho verdadeiramente memorável. Mas entendo que cada indivíduo possui suas preferências e sensibilidades distintas, o que, naturalmente, impactará na conexão emocional com a história.