spoiler visualizarMariiah.Salvatore 28/01/2023
FAVORITADO!!! ??????????
Novamente trago aqui os meus critérios para começar essa resenha: 1. personagens 2. história/roteiro 3. escrita/ortografia 4. organização/andamento 5. final/reviravolta.
1. personagens.
completamente todos os personagens desse livro são extraordinários e bem escritos, mas sem sombra de dúvida a linha que rodeia Helena Smith, Barry Sutton e Marcus Slade, torna-os ainda mais surpreendentes. Helena, que simplesmente virou uma das minhas personagens literárias favoritas me surpreendeu do início ao fim, me fazendo criar uma conexão enorme com ela a cada página. a inteligência e a força que essa mulher possui é inimaginável, considerando tudo que viveu, tudo que perdeu e por tudo que lutou. como pode ser tão potente? criei uma simpatia por ela logo nos primeiros capítulos, então ao ver todo o desenvolvimento que o autor traçou em torno dessa personagem cheia de nuances é incrível, difícil até de encontrar palavras. Barry Sutton, o investigador da polícia, e quem é encarregado de nos direcionar nessa busca pela verdade, debaixo dessa teia de mistério. o cara é o cara! ele traz cenas de uma profundidade emocional imensa, cheio de complexidade, dores e perdas, além das cenas de suspense e ação. a todo momento enquanto lia passava um filme na minha mente. dois protagonistas que entre si parecem tão distintos e ao mesmo tempo tão semelhantes. como sofrem, não é?
também separei um momento porque queria falar um pouco de slade, que acho que deveria ser o grande vilão, mas que não acredito que seja. não sei se isso é realmente um spoiler, provavelmente sim, mas considerando que desde que ele é introduzido ao enredo, sentimos uma aura cheia de mistério e talvez um pouco de frieza, que foi citado pelo autor. ele provavelmente foi o personagem mais instigante, que faz nós leitores termos mais vontade de compreender, suas ações e as razões delas.
tem tanto para falar dos personagens, todos são bem construídos, com motivações dúbias, todavia, humanas, e acho que isso que faz com que simpatizemos tanto. ?
2. história/roteiro
uma história extremamente autêntica e por mais que usem o plot de ?voltar no tempo?/?viagem no tempo?, a forma que isso foi feita foi completamente única. acho que esse mistério que vai serpenteando, a questão do SFM ?síndrome de falsa memória?, que fez pesquisar e ler cada detalhe. o autor vai criando perguntas, e ao decorrer do livro quando as respostas são dadas e mais perguntas são feitas, e cada detalhe disso é bem trabalhado minuciosamente. e se você pudesse mudar suas memórias?
a pergunta fica em sua mente. contudo, ao mudar sua memória você muda toda a sua vida, muda seu passado, sendo assim, muda também a realidade. e o que é realidade?
já li e ouvi falar que é difícil, quase impossível falar sobre recursão e não dar spoiler. a questão é, quando se aborda um assunto/história completamente inusitado, abordada de uma maneira única, tudo aquilo se torna singular. para mim, amar e adentrar na narrativa criado por blake crouch foi quase que é inevitável, impossível. não foi só a questão de ficção científica, que eu amo, mas dentro dela há diversas narrativas e é como se passasse um filme em minha mente a todo momento. tem mistério, o suspense que te mantém vidrado, sem conseguir parar de ler, o romance, que não é o foco (obviamente), entretanto, você se apaixona absurdamente junto com os personagens, e o terror, que me fez chorar de medo.
eu poderia escrever por horas, sobre cada detalhe, mas vou tentar me ater somente aos principais. ?
3. escrita/ortografia
a escrita é impecável. todos os artifícios, artimanhas e jogos de palavras usados pelo crouch, não foram por acaso, e deram um ?quê? a mais a narrativa. acho que o que se torna mais fascinante seja o fato dele usar realmente termos médicos ou científicos, aliás, ele usa os termos apropriados para cada cena ou profissão. um exemplo disso, barry que é investigador (e quando é) fala impecavelmente como um e age, e helena, que é cientista, porém, que sempre deixa claro o seu intelecto. ??
as cenas de tensão em que é citado os medicamentos, cenas em que a cadeira é usado, todos esses momentos e principalmente, o momento em que o mundo começa a entrar em caos. naquele momento deu pra sentir a força da escrita, como foi doloroso de ler cada palavra e detalhe, a descrição minuciosa, a dor sentida por barry e helena e a impotência do leitor. foi quase como se ver refletido ali, e mesmo assim, não conseguir parar ou evitar. é nesses momentos, quando vejo uma obra de arte como recursão, que agradeço a ler, agradeço pela compreensão.
4. organização/ andamento
em relação a organização, isso é algo que eu quase não tenho nada a dizer, porque o livro todo é muito, muito bem organizado. cada parte, capítulo foi muito bem pensado e isso é perceptível, está tudo alinhado. o andamento é uma delícia, sabe ser calmo nos momentos certos, acredito que por ser tão bom e instigante, o ritmo se torna frenético, especialmente nos capítulos finais. nós como leitores tornando-nos tão impotente quanto os protagonistas por não conseguir sair desse looping e resolver essa situação. ??
5. final/reviravoltas
O QUE FALAR DAS REVIRAVOLTAS???? meu deus!!! não sei nem dizer quantos surtos eu tive ao decorrer da minha leitura, porque foram muitos. eu mal consegui largar esse livro, principalmente nos capítulos finais, que eu li tão rápido, chorando, porque não conseguia parar. a cada capítulo é uma reviravolta, maravilhosa, deliciosa e que sim, faz todo sentido na história. e você para e pensa ?como não pensei nisso antes??
tudo está conectado e tudo faz sentido, mesmo quando nada faz. e talvez seja toda essa ficção que as vezes se torna tão real e assustadora, que faz essa história ser tão boa. como as vezes mesmo com as melhores intenções cometemos erros que podem levar ao fim, como a culpa dilacera, como olhar o passado acaba com o seu futuro.
as questões levantadas, as filosofias, tudo isso é tão lindo e nos faz realmente refletir.
?os detalhes minúsculos, tão perfeitos, que me fazem saber que aconteceu de verdade.?
no final, é como encontrar a bonança, a paz, após uma grande, enorme tempestade. e o que seria melhor do que isso? depois de uma grande depressão (eu ainda tô deprimida). não é por menos que esse livro se tornou tão raro e o hype não é por nada, ele vale tudo isso e muito mais. e acho que posso até parar para dizer que toda essa recursão gerou de fato uma mudança em mim, e que a pessoa que eu era ontem não é a mesma que sou hoje. e o que é melhor do que um livro que tem o poder de modificar você e a sua vida?
um adendo apenas, um detalhe que enriqueceu lindamente a leitura foram as belas frases escolhidas pelo autor, que são seus autores favoritos. arrasou, crouch!
helena smith, faz aniversário no mesmo dia que eu, mesmo mês, e mesmo anos que minha mãe. 19/07/1970 ? 19/07/2002 ?? eu odiava meu aniversário, mas acho que agora até simpatizo um pouco mais.
e obrigada barry, por ser um personagem literário descente a ponto de fazer eu me apaixonar por você. ?eu quero passar todas as minhas vidas com você?
??