Ciranda de Pedra

Ciranda de Pedra Lygia Fagundes Telles




Resenhas - Ciranda de Pedra


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Janaina 05/10/2022

Prosseguir na leitura depois de ser apresentada à vida da pequena Virgínia é um ato de coragem!

Virgínia é uma criança que coleciona carências e abandonos. Depois da separação dos pais, em plena década de 50, quando a mãe resolveu ceder a um novo amor quase ao mesmo tempo em que sucumbiu a uma doença mental, ela acaba compartilhando o ambiente seco e carregado que gira em torno de cuidados com a mãe, enquanto suas irmãs mais velhas seguem na vida de abundância material proporcionada pelo pai e rodeadas de amizades e programas que pincelam aquele cenário com a tinta da vida perfeita idealizada por sua mente infantil.

Seu único desejo é o de fazer parte da ciranda formada por suas irmãs e seus amigos, e em especial por Conrado, por quem nutre um amor platônico que a acompanhará por muito tempo.

Mas quando ela finalmente se vê diante da possibilidade de integrar aquela vida perfeita, uma ardilosa revelação, que uma criança solitária não consegue digerir sozinha sem o aparecimento de sequelas, direciona sua vida a um rumo diferente que, mesmo sem que ela saiba, acabará levando-a, anos mais tarde, ao mesmo lugar de busca desenfreada por pertencimento naquela ciranda de pedra.

Ela perceberá que o tempo, a distância e a camuflagem de seus sentimentos por debaixo das excelentes notas obtidas no colégio interno não terão sido suficientes para prepará-la para a reinserção naquele ambiente e que precisará, aos poucos, com a bagagem acumulada até então e com o olhar desromantizado conquistado pela maturidade, fortalecer-se para fazer as escolhas que a conduzam a seu verdadeiro eu.

Uma leitura deliciosa, voraz e dolorida, que rendeu a melhor discussão que o grupo de leitura do meu prédio ? Sarau do Positano ? já teve até hoje, numa noite recheada de trocas, carinho e cumplicidade.
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Eliane Sousa 30/09/2022

Foi um livro melancólico, que te faz ficar triste pela personagem...mas achei o final vago demais, queria mais desenvolvimento da história.
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Michele 26/09/2022

Lygia é sinestésica
A escrita da Lygia é bem característica, e encanta facilmente aqueles que se deixam levar pelas suas palavras. Eu já conhecia alguns contos, e depois de ler esse romance, sigo impressionada com o quanto ela consegue, a partir da observação de um objeto qualquer ou de uma cena corriqueira, fazer transbordar sensações e sentimentos tão íntimos. Ela traduz a complexidade das relações humanas de uma forma muito clara e honesta, coisa que muitos de nós não somos capazes de fazer.
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kamile 21/09/2022

A ciranda de pedra, por Lygia Fagundes Telles
Bom, foi minha primeira leitura da Lygia, não sei se comecei pelo lugar certo, mas o romance me despertou uma curiosidade tremenda sobre a autora e suas obras. A ciranda traz uma relação temporal fantástica, que só um bom e verdadeiro romance de formação pode trazer. Lygia é a prova de que a literatura brasileira tem um potencial absurdo, é motivo de orgulho e fascínio. Virgínia é uma protagonista de peso, suas questões e incômodos são perfeitamente colocadas. Gostei do final, mas acho que a obra em desenvolvimento grita muito mais em comparação ao final. Grande erro analisarmos livros apenas pelos seus finais. Ótima leitura, fiquei contente de saber que ela e Clarice eram amigas, é lógico. Ciranda foi uma leitura que caiu no meu colo, e eu, clichê que sou, concordo que alguns livros são feitos para lermos em momentos específicos da vida.
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Vanessa591 05/09/2022

Sublime
Eu não ia nem fazer uma resenha pq simplesmente não tenho palavras pra expressar todos os sentimentos que esse livro me trouxe.

Mas precisava vir aqui pelo menos pra dizer que essa foi talvez a prosa mais bonita que eu já li na vida. A habilidade da autora de colocar em palavras reflexões extremamente profundas é de espantar. Ela constrói imagens tão cheias de significado, metaforas tão interessantes, dá vontade de grifar o livro todo.

É um romance de formação, então traz um aprofundamento psicológico intenso, o que eu gosto muito. A partir das angustias da personagem a autora consegue passear por temas variados como a vida e a morte, a loucura, o amor, a sexualidade, etc, com delicadeza mas sem passar a mão na cabeçado leitor (ou da personagem). É uma obra bastante complexa pra quantidade de paginas que tem.

Pra mim, foi uma experiencia arrebatadora, nada menos de 5 estrelas e favoritado.
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Vinícius 04/09/2022

O PRIMEIRO ROMANCE DA DAMA DA LITERATURA BRASILEIRA
? (?) mais importante do que nascer, é ressuscitar.? (Lygia Fagundes Telles- ?Ciranda de Pedra?, p. 186)
?
Aproveitei alguns dos dias de descanso desta semana para retomar a leitura de ?Ciranda de Pedra?, primeiro romance de Lygia Fagundes Telles. Publicado em 1954, a trama gira em torno de Virgínia, filha mais nova de uma família desestruturada por conflitos dos mais diversos e sua jornada da infância triste até a libertação em sua vida adulta.
O estilo de Lygia de contar suas histórias é simplesmente inconfundível: dividido em duas partes que separam as duas metades da trama, cada capítulo vai revelando as chagas e as mazelas de cada um dos membros da família.
Um belo livro para recomeçar a gostar de Lygia Fagundes Telles, a dama da Literatura Brasileira.
#lygiafagundestelles #cirandadepedra #livro #book #libro #literaturabrasileira #brazilianliterature
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Robtavares 22/08/2022

"Quando um casal de classe média se separa, a caçula, Virgínia, é a única das três filhas que vai morar com a mãe. É do ponto de vista dessa menina deslocada e solitária que se narram os dramas ocultos sob a superfície polida da família. Loucura, traição e morte são as forças perversas que animam esse singular romance de formação, que já na época de seu lançamento, em 1954, chamou a atenção para o talento e a originalidade da literatura de Lygia Fagundes Telles. Saudado com entusiasmo por intelectuais como Antonio Candido, Paulo Rónai, Otto Maria Carpeaux e Carlos Drummond de Andrade, Ciranda de Pedra mantém-se há meio século como um dos livros mais amados da autora. Sua popularidade é tão grande que rendeu duas telenovelas da Rede Globo, uma em 1981 e a outra em 2008."
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A Levada da Nerd 20/08/2022

?Bom é a gente não querer ser nem anjo nem diabo, é ir sendo o que na hora calhar...?


??recomendado para maiores de 15 anos
??contém gatilhos (su1c1di0/tr4içã0/ab4ndon0 afetiv0)



Na primeira parte do livro, Virgínia é uma criança que cresce em meio a um ambiente caótico: seus pais são divorciados e das três filhas, ela é a única que vive com a mãe que é instável e seu padrasto Daniel, a quem ela odeia.

Sonhando com a possibilidade de morar com seu pai, onde ela acredita ser um local confortável e assim participar mais do convívio com as irmãs e os amigos. Mas ela perceberá que não consegue se encaixar e constantemente questionará seu lugar nessa ciranda que é a vida.


? Amei a leitura! A sensação é de que a solidão de Virgínia se estende ao leitor de forma inevitável. Ao tentar se encaixar, fazer parte do convívio familiar, é nítido como ela se sente deslocada buscando sempre estar presente mas sendo constantemente ignorada por todos. A falta de amor, de fé e de atenção tocam na ferida da menina e expõe seus anseios e angústias. Na segunda parte, temos uma Virgínia mais velha, porém com a mesma vontade de pertencer a essa ciranda que insiste em mantê-la do lado de fora. A escrita da autora nos instiga a devorar a leitura e depositar as esperanças de um futuro melhor para a personagem!

ig literário: @alevadadanerd
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Bruna Peixoto 13/08/2022

É uma história muito bonita. Bem dinâmica. É um livro sobre pertencimento, a protagonista se sente deslocada em todos os grupos da qual faz parte. Gostei bastante.
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Jazi @jazibooks 01/08/2022

Marcante
Escrevendo sobre essa leitura e ainda extasiada com ela, foi a minha primeira experiência com a obra da Lygia Fagundes e me identifiquei com a escrita desde as primeiras páginas. Sabe aquele livro que diz muito mas ao mesmo tempo te deixa reflexivo até pelo que não está ali escrito e escancarado? Foi isso que senti com Ciranda de Pedra, durante o tempo em que ficamos juntos, a história me proporcionou muitas reflexões profundas e me cativou demais.

Publicado originalmente em 1954, Ciranda de pedra foi o primeiro romance da autora, que antes, já havia publicado contos, nele somos apresentados a Virgínia, filha de pais separados e que, dentre as três filhas do casal é a única que permanece morando com a mãe, enquanto as duas irmãs moram com o pai em uma casa descrita como burguesa. No decorrer da história, acompanhamos a evolução de Virgínia, que, ainda criança, não entende muito bem os problemas familiares, dentre eles, a loucura da mãe, a ausência de afeto daquele que imagina ser seu pai e das irmãs, que por sua vez, integram a ciranda da qual a garota sonha em fazer parte, mas da qual é constantemente excluída.

Na primeira parte da obra, a protagonista ainda é uma criança, enquanto na segunda, já está no final da adolescência, e esse é um fator muito interessante do livro, pois podemos de fato observar o amadurecimento de Virgínia e a forma como ela passa a entender e lidar com as mesmas questões e pessoas ao seu redor, como ela enfrenta esse ambiente de desajuste familiar.

Com uma linguagem simples, direta e de fácil acompanhamento, Lygia nos presenteia com uma obra completa em todos os sentidos, com belas metáforas e trechos que impactam o leitor do inicio ao fim, e ainda, temas um tanto quanto polêmicos para a época em que fora escrito, desde doenças mentais, adultério, homossexualismo, dentre outros. É uma obra nacional que merece valorização e farei questão de indicar sempre, pois me marcou demais.
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Tecio Ricardo 29/07/2022

Não vou desmerecer a importância desse livro na nossa literatura, mas pra mim não deu.

Só recomendo para quem consegue ler muito rápido, que não é o meu caso.
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Kaiã 28/07/2022

Que livro lindo. Cheio de metáforas sobre pertencimento em suas diversas esferas. Primeiro contato com a autora e mal posso esperar para ler outros dela.
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Pedro.Gondim 27/07/2022

No Inútil também está Deus
?Ouça, Virgínia, é preciso amar o inútil. Criar pombos sem pensar em comê-los, plantar roseiras sem pensar em colher as rosas, escrever sem pensar em publicar, fazer coisas assim, sem esperar nada em troca. A distância mais curta entre dois pontos pode ser a linha reta, mas é nos caminhos curvos que se encontram as melhores coisas. A música ? acrescentou, detendo-se ao ouvir os sons distantes de um piano num exercício ingênuo. ? Este céu que nem promete chuva ? prosseguiu. ? Aquela estrelinha que está nascendo ali? Está vendo aquela estrelinha? Há milênios não tem feito nada, não guiou os Reis Magos, nem os pastores, nem os marinheiros perdidos. Não faz nada. Apenas brilha. Ninguém repara nela porque é uma estrela inútil. Pois é preciso amar o inútil porque no inútil está a Beleza. No inútil também está Deus.? (p. 135/136)
Carolina.Gomes 27/07/2022minha estante
??




Sté 26/07/2022

?mais importante do que nascer é ressuscitar?
?? Antes, deduzi que Ele devia existir. Mas fui além, depois. O fato é que nesta minha vida assim de solidão, eu pensava ter escalado toda aquela escada de que fala Platão, você se lembra disso? No primeiro degrau, o simples amor pelas coisas terrenas, pelas belas coisas terrenas. Prosseguindo, chega-se às belas formas, das belas formas ao belo proceder, do belo proceder aos belos princípios, dos belos princípios ao princípio último, que é o da beleza absoluta. Raciocinei, e a beleza absoluta só pode ser Deus?, pp. 144/145

Fui ver as aulas do clube para poder fazer essa resenha. Este livro é INCRÍVEL, talvez o melhor que já li. Os personagens são ricos de detalhes, a personalidade deles é particular, única, como se ela descrevesse pessoas de seu convívio, nada imaginado, eles parecem ganhar vida... E o enredo é espetacular, uma história que te prende desde o início. Você vai sendo introduzido naquele lar, naquela família, com seus problemas característicos de família, e acompanha a protagonista Virgínia e toda a sua angustia, seus medos, seu jeito de lidar com a rejeição e a solidão, com o amor e a dor. Me vi em Virgínia muitas vezes, dos melhores sentimentos aos piores, talvez por isso a obra tenha me conquistado tanto.
?Agarrar-se só ao presente, nua de lembranças como se acabasse de nascer?, p. 191

Eu, infelizmente, não posso precisar o quanto me prendeu e impactou, eu amei de todo meu coração, fiquei numa ansiedade imensa para saber o final e sentir que tudo ia ficar bem. Toda vez que me lembrar dessa história me virá lágrimas aos olhos. Tudo que tirei dessa história é conversa para várias tardes inteiras, não cabe aqui... Mas se posso dizer uma coisa, eu sou jovem, não construí minha família ainda, e aos que estão nesse passo, cautela, você pode dar o mundo a alguém, mas também pode tirar tudo dele. Ame as pessoas e cuidem delas, somos muito frágeis, mesmo que acreditemos no contrário, e também somos tão diferentes...

Seguem alguns trechos precisos, embora já tenha colocado uns muito bons nas atualizações de histórico.
?Apesar de tudo. Que significaria para a freira aquele ?apesar de tudo?? A perseguição de Irmã Flora? A proibição de ter Ofélia como amiga constante? Os longos castigos que suportara com o coração cheio de ódio? As sucessivas hóstias recebidas com o coração vazio de fé??, p. 112
?Fiz tudo para te amar e não consegui?, p. 210
?Nunca ele conseguira apagar nada. Sim, devia ter sido imenso o seu amor por Laura para não ter podido perdoá-la, nem a ela nem a si próprio. Que pensamentos o alimentavam naquele longo abandono??, p. 214
?[...] Eu tinha me perdido e me achei outra vez?, p. 221
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