Hanna Carolina | @mundinhodahanna 06/08/2021Ciranda de pedra traz a história de Virgínia, que presença de perto os acontecimentos de uma família imperfeita. Divido em duas partes, a primeira traz Virgínia ainda criança, a mais nova de três filhas e pais separados. Convive de perto com a doença da mãe e um pai distante. Anos mais tarde, temos uma Virgínia já crescida, que vê ainda sua família com olhos inocentes em vários momentos. Mas ainda assim, ela quer fazer parte dela de alguma forma.
Porém, mesmo com uma linguagem até mais fluida do que eu esperava, a leitura desse livro não foi algo fácil, exatamente por ser fora da minha zona de conforto. Talvez por isso, eu custei a engrenar na leitura e, quando o fiz, só acabei passando raiva, em especial com os personagens secundários, que pareciam ter vindo ao mundo a passeio e nada mais.
Quem salva, de alguma maneira, a leitura, é a própria Virgínia, cujo amadurecimento é marcante e até emocionante em algum momento. No entanto, até que isso acontecesse, ela passou por várias situações que me fizeram querer entrar no livro e dar uns conselhos para ela, pois ela era inocente demais, mesmo depois de adulta, o que me dava agonia em vários momentos.
O final é algo emocionante, mas acho que eu já estava com tanta raiva de outros personagens, em especial as irmãs de Virgínia, que acabei não me conectando tanto quanto a cena pediria. Mas confesso que foi um final satisfatório e não imaginaria outro tão tocante quanto esse.
Em resumo, não me foi uma leitura simples de se fazer, então ele leva três estrelas dessa vez. Mas ainda assim, eu recomendo a leitura, pois pode ser o seu tipo de livro. Além disso, ele traz diversos temas tidos como tabu por muito tempo, tratados de forma tão natural aqui, que me custou a acreditar que foi escrito na década de 1950.
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