Ciranda de Pedra

Ciranda de Pedra Lygia Fagundes Telles




Resenhas - Ciranda de Pedra


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Rafa Perejon 03/04/2024

Primeiro do ano. Mds a querida passou a vida inteira remoendo a própria existência por achar que não agradava os outros que agoniaaaaaaaa.
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Aline.Fazio 02/04/2024

Maravilhoso
Não sei como demorei tanto tempo para chegar nessa joia da literatura nacional!
Tem muitas elementos nesse livro que me encantam e lembram grandes escritores, até a minha favorita Jane Austen! Dessa última tem a referencia de construção de dialogos poéticos e cheios de significados e a construção sensivel de personagens que vão amadurecendo em um drama familiar. E que drama familiar original esse criado por Lygia, que parte de um divorcio pós traição marcado por loucura e que afeta a vida de todos os envolvidos, cada um a sua maneira vai crescendo com isso. Acompanhamos mais de perto a protagonista Virginia, que cresce com esse trauma e também com um drama particular de aceitação, entender em qual círculo ou ciranda no caso ela pertence, dado que nem na casa da mãe ou do pai ela se sente plenamente aceita.
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campos_cella 31/03/2024

"ouça, virgínia, é preciso amar o inútil. criar pombos sem pensar em comê-los, plantar roseiras sem pensar em colher as rosas, escrever sem pensar em publicar, fazer coisas assim, sem esperar nada em troca. a distância mais curta entre dois pontos pode ser a linha reta, mas é nos caminhos curvos que se encontram as melhores coisas."
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Ramon 30/03/2024

Fenomenal.
Acompanhei Virgínia na infância e na juventude adulta, uma menina atormentada pelos vivos, pelos mortos e pela memória. Acompanha-la veio num momento muito oportuno de leitura onde de fato eu precisava de uma leitura dinamica, gostosa e fenomenal. Esse livro é fenomenal, na narrativa, na escrita, nos diálogos, nas retomadas sensacionais de lembranças ao longo do texto que se fazem parecer ser de quem está lendo. O capítulo da noite de natal me deixou num êxtase sincero.
Consegui sentir uma correlação imensa com a família retratada, jogando toda a "sujeira" para debaixo do tapete sem dialogar, só mantendo "seguro" mesmo com a ciência dos demais. Sensacional.


"O mal maior foi não estar nunca presente, não ver de perto as coisas que assim de longe viraram histórias de semideuses e não de seres humanos inseguros, medrosos. Teria visto tudo com simplicidade, sem sofrimento."
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Henry.Davy 29/03/2024

Um relato "curto" de uma vida
"Via agora que jamais poderia se libertar das suas antigas faces, impossível negá-las porque tinha qualquer coisa de comum que permanecia no fundo de cada uma delas, qualquer coisa que era como uma misteriosa unidade ligando umas às outras, sucessiva- mente, até chegar à face atual. Mil vezes já tentara romper o fio, mas embora os elos fossem diferentes havia neles uma relação indestrutível."

Ciranda de pedra conta a história de Virgínia, menina que está aprendendo a lidar com a separação dos pais e a recente mudança de lar, na qual mora com a sua mãe, o seu novo pai e uma empregada, tudo isso longe da suas duas irmãs e do seu antigo círculo social, do qual se esforçava muito para se encaixar. A história após um grande acontecimento se divide em duas partes, que marcam a passagem de tempo da história.

O que mais me impressiona nessa narrativa é a habilidade da autora, a Lygia Fagundes Telles, de simplesmente nos jogar nessa história, a gente é introduzido no meio de uma discussão, sem conhecer os personagens e nem a motivação de tudo isso. Provavelmente isso seria um problema, mas a autora nos contextualiza de uma maneira tão dinâmica que o poderia ser um problema se torna qualidade, ela não para a história para contar tudo o que aconteceu antes, ela vai contando aos poucos, e muito da história a gente vai descobrindo por meio de detalhes e coisas sutis, nas ações e até mesmo nas falas dos personagens.

Para mim o enredo de ciranda de pedra é bastante simples, mas a Lygia transforma essa simplicidade em fator principal de qualidade na história, o modo dinâmico da qual ela conta essa história é o que dá a maior qualidade a ela.

Nós somos introduzidos na história no meio de acontecimento cotidiano da casa, com uma conversa da qual não compreendemos muita coisa, e no final do livro ele termina com uma conversa que não esclarece muita coisa, não determina nada, os personagens apenas continuam suas vidas, não há certeza se tudo dará certo ou não.
E isso para mim é a beleza de ciranda de pedra, o enredo termina ali porque o livro acaba ali, mas a vida dos personagens continuam, da mesma forma que somos jogados neste mundo, somos igualmente retirados.
Essa dinâmica se assemelha muito ao modo também de como a autora escreve seus contos, são pequenos relatos, acontecimentos, pensamentos, lembranças, etc., só que agora numa estrutura de romance.
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julinha1921 24/03/2024

Quis então me agarrar a vocês, mas vocês me recusaram?
Ciranda de Pedra, obra da Lygia Fagundes Telles, conta a história do crescimento e amadurecimento de Virgínia, que enfrenta diversos problemas familiares. Ela vive sua infância com a mãe ?louca? e o seu tio Daniel, enquanto suas irmãs, Bruna e Otávia, moram com seu pai, Natércio. Ela sempre almejou a atenção de todos, como era apenas uma criança queria sempre alguém pra ouvi-la e explica-la sobre qualquer coisinha simples, mas ninguém realmente tinha paciência pra atender a todas perguntas dela. O livro como um todo mostra como Virgínia cresce com todos traumas de sua infância e mostra que, mesmo adulta, ela no fundo ainda queria poder fazer parte daquela ciranda, mas já estava muito tarde pra ela poder acompanhá-los.
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Entre Café e Livros 20/03/2024

Resenha:Ciranda de Pedra de Lygia Fagundes Telles
Na década de 1950, Virgínia é uma menina solitária, porém imaginativa, que vive com sua mãe, Laura, e o novo parceiro dela, o médico Daniel. No entanto, esse relacionamento é marcado por escândalo, já que foi com Daniel que Laura traiu seu marido, Natércio. Como resultado, Laura teve que deixar suas duas filhas mais velhas, Otávia e Bruna, com Natércio, enquanto se mudava para uma casa mais modesta com a caçula, Virgínia. A menina cresce sentindo-se excluída pelas irmãs mais velhas e seus amigos, a 'ciranda de pedra', bem como por todos na rica casa de seu pai. Quando Virgínia volta a morar com Natércio, um evento significativo muda sua vida para sempre. Na idade adulta, ao retornar de um internato, as lembranças da infância ainda a assombram, e Virgínia precisa confrontar seu passado ao reencontrar o antigo grupo de amigos de suas irmãs.

Minhas impressões sobre a obra.

Ciranda de Pedra", uma das obras-primas da literatura brasileira escrita por Lygia Fagundes Telles, mergulha os leitores em um intricado universo familiar, onde segredos, desejos reprimidos e conflitos pessoais se entrelaçam em uma trama envolvente e emocionante. Lygia habilmente constrói seus personagens, dotando-os de profundidade psicológica e complexidade. Cada membro da família, assim como os personagens secundários que os cercam, possui suas próprias angústias, ambições e fraquezas, tornando-os incrivelmente humanos e cativantes para o leitor.

A autora também utiliza a ambientação da década de 1950 para abordar temas relevantes, como o papel da mulher na sociedade, as expectativas sociais e a busca por identidade e realização pessoal. Através dos olhos de Virgínia e de outros personagens femininos, a autora oferece uma reflexão perspicaz sobre as restrições impostas às mulheres na época, destacando suas lutas e aspirações.

Além disso, a prosa poética e evocativa de Lygia transporta o leitor para o mundo da alta sociedade paulistana, repleto de luxo e aparências, mas também permeado por uma profunda sensação de vazio e descontentamento.

Por fim, "Ciranda de Pedra" é uma obra que cativa e emociona, convidando os leitores a refletirem sobre as complexidades das relações humanas e os dilemas morais que permeiam a vida familiar. No geral, é um livro para ser lido com calma, assimilando as metáforas, refletindo sobre as passagens e sentindo os conflitos dos personagens. Foi uma leitura impactante e arrebatadora, que vale muito a pena, trazendo um olhar crítico sobre os pensamentos da época.



site: https://youtu.be/LhFiDob0964?si=GyVRJDGYDfNuIBH8
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Nathane6 16/03/2024

São traidores, não delatores.
?Leitura concluída em 13 de março de 2024

?Nota: ????????½

?Resumo: Virgínia é uma menina sonhadora e muito sensível. Vive uma situação atípica desde que seus pais se separaram. Desde então, passa a buscar sua aceitação pelas pessoas que ela ama. Mas vale a pena entrar nessa ciranda?

?Opinião: Maravilhosa trama psicológica sobre pertencimento e aceitação de quem nós somos. Virgínia passa por grandes perturbações até entender quem é ela nessa ciranda. Uma história agridoce mas tem um final importante para a protagonista. Gostei da leitura....personagens bem complexos.
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Deborah252 15/03/2024

Amar o inútil
Ouça, Virgínia, é preciso amar o inútil. Criar pombos sem pensar em comê-los, plantar roseiras sem pensar em colher as rosas, escrever sem pensar em publicar, fazer coisas assim, sem esperar nada em troca. A distância mais curta entre dois pontos pode ser a linha reta, mas é nos caminhos curvos que se encontram as melhores coisas.
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Natalia.Tamaio 10/03/2024

Ciranda na qual qm está não sai, e quem está fora não entra
Ciranda de Pedra foi meu primeiro contato com a autora brasileira Lygia Fagundes Telles, que foi indicada ao Nobel de Literatura, e também o primeiro livro nacional que eu li neste ano de 2024. Ele se passa na década de 50 e conta a história de Virginia, a caçula de três irmãs e filha de um casal que se separou, e agora Virginia mora com a mãe e o novo padrasto ? a quem chama de tio ? em uma casa diferente da residência luxuosa do pai, Natercio. Podemos dizer que Ciranda de Pedra é um romance de formação, porque vamos observando justamente o decorrer da vida de Virginia: a primeira parte do livro trata de sua infância e dá a entender que a personagem está entre os 7 e 10 anos, e a segunda parte mostra ela já voltando, por volta dos 20 anos, do internato para onde foi morar e enfim para a convivência com a família.

O que mais me chamou a atenção com certeza foi Lygia, a autora, montar um enredo desse em uma época em que o divórcio sequer era permitido por lei, ou seja, temos a oportunidade de acompanhar de perto as reações e consequências vividas pela família com relação ao escândalo da separação. Embora Lygia não aborde o impacto e a opinião da sociedade sobre a família (não é isso que ela tem interesse em mostrar, mesmo porque essa é a parte óbvia), ela traz justamente qual foi a reação e comportamento a partir de então dos próprios membros da família: de Natercio, o marido traído; de Bruna, a filha mais velha religiosa; de Otavia, a filha do meio que se assemelha à mãe e é artista e de ambas as empregadas: Frau Herta, governanta da casa de seu Natercio, e Luciana, empregada da casa onde vivem Laura, a mãe de Virginia; a menina e seu padrasto.

O livro traz pelo menos três reviravoltas importantes na vida de Virginia e sua família, e acho que foi por conta delas que gostei muito da leitura ? dei 4,5 estrelas como avaliação. Indico para qualquer pessoa que goste dessas histórias mais mundanas e dramáticas de famílias, que goste de entender a formação de personalidade e a hipocrisia de alguns comportamentos que observamos quando adultos ? e que enfim fazem sumir o aspecto de ?semideuses? que atribuímos a algumas pessoas quando éramos crianças.
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Alecia Rodrigues 09/03/2024

Sinto que só um outro brasileiro poderia escrever algo tão bom assim. Sou noveleira e é claro que me apaixonei por esse livro, todos os elementos desse livro me deixou nostálgica!!!
Tenho algumas ressalvas quanto ao final??? Mas, é mais uma coisa para alugar um triplex na sua cabeça por um longo tempo.

Os personagens são detectavem, pessoas sem caráter e a Virginia a protagonista também para falar a verdade desde o primeiro momento não gostei dela e ela não conseguiu me conquistar. Porém, isso é o objetivo da obra (mostra a futilidade das pessoas, potencialmente da classe média brasileira) e engrandece a autora que foi capaz de fazer uma representação tão boa.
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Wania Cris 08/03/2024

Questões...
O livro é um mergulho na sociedade machista dos anos 50, porém mostra ousadias que até hoje não são permitidas às mulheres, como lutar por sua felicidade. Mãe de Virgínia fez isso e enlouqueceu e duvido muito que a loucura tenha vindo da decisão, muito mais provável que do julgamento.

A desestruturação da família também é imposta à mulher porque, ora, onde já se viu um homem manter sua família de pé? Claro que isso é responsabilidade e culpa da mulher (contém ironia e raiva).

Virgínia cresceu protegida da verdade, vendo a mãe viver o amor que era tão rechaçado na casa do pai. Não tem como mesmo a menina ser menos confusa.

No fim, todo mundo tava despirocado das ideias e é isso que a gente aprende que acontece quando se importa mais com a opinião dos outros que com os próprios sentimentos.
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