@quixotandocomadani 12/01/2024Lendo esse livro da Yara Fers, dá para perceber como ela consegue ter um olhar poético e especial sobre a vida. Há o tempo todo associações de coisas corriqueiras do dia-a-dia, como comer uma tangerina, com a vida. Do nosso corpo com as máquinas da fábrica. Do braço amputado com o galho de uma árvore. Do pai ausente com a mão que lhe falta. Até o nascer do sol Yara consegue associar com a mecânica da fábrica. É demais.
O livro é narrado por Bárbara que trabalha numa fábrica metalúrgica e num acidente, tem a mão e meio braço amputados. Fala sobre a raiva, a culpa, a importância dos ritos para marcar inícios e fins de ciclos, como essa tragédia afetou sua relação com Letícia, como aceitar o fim e refazer seus planos e sonhos. Além de como Barbara vai morrendo um pouco por dia com a rotina insalubre de trabalho em uma metalúrgica.
Mas a vida é repleta de coisas boas que também são temas no livro: o bem-estar que a música (e a arte) é capaz de nos trazer, a amizade, a coletividade e união, e a reconexão consigo mesma. Aliás, que final! Não podia ter sido melhor.
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