Pansexualien 13/09/2024
Problemas familiares, boas risadas e sáficas maravilhosas
Um romance sáfico simplesmente apaixonante. O cenário de Bright Falls é aconchegante e gostoso de imaginar. Todo esse clima campestre, com um pôr do sol belíssimo e muitas taças de vinho, nos faz querer viver algo parecido. É um livro divertido que prende o leitor desde o início. A obra mistura comédia com temas sérios, tornando a leitura leve e fácil, mas com um toque de complexidade.
As personagens são carismáticas, e o leitor realmente se importa com cada uma delas. Spencer, por outro lado, é caricato demais, e a situação do casamento me pareceu um pouco forçada e irreal, mas isso pode ser relevado. Delilah tem algumas atitudes escrotas, mas é compreensível, considerando seu passado (ainda que isso não justifique suas ações). Claire Sutherland, por sua vez, é simplesmente a mulher mais incrível do mundo. É muito fácil se apaixonar por ela, pois Claire é doce, meiga, carinhosa e empática. É lindo ver como ela trata as pessoas, como se importa, e como é uma mãe coruja que ama profundamente sua filha e se orgulha dela.
A relação entre Claire e Josh, apesar de complicada no início, tem um ótimo desenvolvimento. A cena final dos dois me deu uma sensação de conforto no coração, achei extremamente fofa. A amizade entre Astrid, Claire e Iris é bem divertida e bonita; gosto muito das três juntas. Quando Delilah se junta ao grupo, complementa de maneira perfeita.
O hot do livro não é muito explícito, que achei positivo. Além disso, gosto do fato de que as mulheres no livro possuem corpos reais, e características geralmente vistas como "imperfeições" são enaltecidas e admiradas. Isso é algo que adoro. O romance, de modo geral, é fofo e gostoso de acompanhar.
Também aprecio a forma como a arte é retratada no livro, especialmente nas descrições das fotografias de Delilah. Tudo é muito bem detalhado, permitindo ao leitor imaginar e até sentir o que ela quis transmitir em suas obras. Outro ponto forte da história é a maternidade, abordada de forma crua e real. O livro mostra tanto o amor incondicional de Claire por sua filha quanto o cansaço e as preocupações que vêm junto, sem romantizações excessivas.
As relações familiares de Astrid e Delilah, embora não tão aprofundadas (com descrições um pouco repetitivas), são compreensíveis. É interessante ver como elas foram criadas de maneiras diferentes, mas foram afetadas de forma semelhante, revelando que uma infância difícil pode deixar marcas profundas e duradouras nos adultos que essas crianças se tornam. O desenrolar dessa questão é realmente surpreendente.
No final, é um livro muito bom. Embora tenha alguns defeitos, nada é gritante. Recomendo a leitura para quem busca algo leve, com um romance suave e envolvente, pitadas de comédia e alguns clichês discretos.