Lex28 15/10/2024
De quem é a culpa?
Gostei do livro, embora não o considere um dos meus favoritos. Ele oferece insights valiosos sobre os impactos das redes sociais na sociedade, apresentando histórias que ilustram como essas plataformas podem prejudicar a mente humana. No entanto, achei que o autor foi um pouco rígido ao criticar alguns CEOs, como Mark Zuckerberg. É compreensível que as redes sociais busquem lucro e utilizem estratégias para manter os usuários engajados por mais tempo, mas o mundo sempre enfrentou guerras e problemas sociais, independentemente das tecnologias em uso.
O autor argumenta que as redes sociais exacerbaram o lado negativo das pessoas, e isso levanta a questão: quem realmente é o responsável? O ser humano, que carece de autorresponsabilidade ao clicar em conteúdos nocivos e se envolver em bolhas ideológicas, ou os empresários, cujo foco é o lucro, muitas vezes sem controle sobre os algoritmos? Embora eu reconheça que os responsáveis pelas plataformas possam ter certa culpa por não moderar os efeitos desses sistemas, o livro me fez perceber que a tendência humana de transformar algo potencialmente positivo (como as redes sociais) em algo prejudicial (como fanatismo e extremismo) é uma constante.
Essa reflexão destaca como a mente humana pode ser direcionada tanto para o bem quanto para o mal, dependendo das circunstâncias e das escolhas individuais.
Quotes interessantes:
***"Na verdade, o incentivo é tão poderoso que aparece até em exames de imagem cerebral. Quando recebemos um 'Like', a atividade neural aumenta em uma parte do cérebro chamada núcleo accumbens, a região que ativa a dopamina. Indivíduos com um núcleo accumbens menor — uma característica associada a tendências aditivas — usam o Facebook por períodos mais longos. E, quando usuários assíduos recebem um 'Like', essa região cinzenta mostra mais atividade do que em usuários ocasionais, assim como ocorre com viciados em jogos de azar que foram condicionados a celebrar cada puxada na alavanca."***
***"As plataformas são construídas com base em uma crença supostamente neutra de que a atenção indica valor. Reddit e Twitter elevam publicações com base no número de usuários que as endossam com votos positivos ou retweets. Facebook e YouTube colocam essa autoridade nas mãos de algoritmos. Ambas as abordagens reduzem todas as formas de atenção — positiva ou negativa, irônica ou sincera, seja por algo que fez você rir ou se irritar, despertou sua curiosidade intelectual ou seus instintos mais primitivos — a uma métrica pura: para cima ou para baixo."***