Resenhas - The Vulnerables

Carol 19/09/2024

Impressões da Carol
Livro: Os Vulneráveis {2023}
Autora: Sigrid Nunez {Estados Unidos, 1951-}
Tradução: Carla Fortino
Editora: Instante
176p.

Em 17/11/24, completam-se 5 anos do primeiro caso de infecção por coronavírus no mundo. 5 anos e, para mim, aqueles dois primeiros, são como um borrão: o desconhecimento, o medo, o isolamento - ineficaz, no caso de quem o trabalho foi considerado essencial -, pessoas próximas adoecendo, o luto, a ira com a omissão (dolosa) do governo do decrépito. Uma torrente de sensações, cujos efeitos ainda sentimos e que começam a ser revisitados por meio da literatura.

"Os Vulneráveis" é um desses livros. Por meio de um texto ficcional, Sigrid Nunez consegue reconstituir toda a atmosfera de incertezas e de vulnerabilidades do início da pandemia. E o faz de maneira que lhe é muito própria, refletindo sobre o papel da escrita e da literatura num mundo que está indo buraco abaixo.

A narradora, uma mulher idosa, aceita prestar um favor a uma amiga de uma amiga: mudar-se para um apartamento em Nova Iorque para cuidar do papagaio de estimação desta, o Eureca. Com o fechamento dos aeroportos impedindo o retorno de seus tutores, a pobre ave havia sido deixada só. O que, de início, foi uma benção – quem não gostaria de poder se isolar num apartamento chique em Nova Iorque durante o lockdown? - transforma-se em conflito quando Ervilhaca, um jovem de vinte e poucos anos, ex-babá de Eureca, reaparece.

O enredo é despretensioso. A profundidade de "Os Vulneráveis" está nas ponderações da narradora. Por mais que todos tenhamos sofrido com os efeitos da pandemia, é negacionismo achar que fomos afetados da mesma forma. Raça, Classe e Gênero são componentes que devem ser levados em conta numa análise séria.

Sigrid Nunez tem o dom de fazer com que a gente se identifique com suas narrativas. Mais uma vez, fica minha indicação =)

"Olhando para trás, sempre me pergunto: como passava meu tempo? Mantendo os pés o mais alto possível, lendo muitas notícias, embora outras leituras - leituras por prazer - tenham se tornado bastante difíceis. Eu simplesmente não tinha concentração para avançar muito em um livro. Tinha que recomeçar várias vezes." p. 125

Nathale.Rebello 17/09/2024

Uma história morna sobre uma escritora entediada. Não fica claro até o final se a personagem é mesmo tão monótona ou se isso é causado pela situação do mundo no recorte relatado.

luizagross 31/08/2024

Sensibilidade & Delicadeza
Livro curto, escrita fluida, que tem como pano de fundo o início da pandemia COVID 19, em que a narradora fica confinada em um apartamento de uma amiga de uma amiga para cuidar do papagaio dela com um jovem.

Mas o livro não é sobre essa história, tampouco sobre a pandemia. É sobre o sentimento gerado pela pandemia, por esse trauma coletivo demonstrado através de um fluxo de ideias e reflexões de uma imensa sensibilidade e delicadeza. E para melhorar, ainda tem um humor sarcástico na medida certa. Não é um livro usual, não é um romance com início, meio e fim. Mas é incrível. Eu amei.

andrealog 16/06/2024

Das esquisitices de cada um
Ainda muita história vem com a pandemia como cenário, esse é um livro de final surpreendente, com um enredo que não é lá muito perfeito mas que revive no leitor os sentimentos de angústia e incerteza dos primeiros meses da pandemia de COVID

Jvcsantanna 22/07/2024

Excelente livro
Livro muito bom mesmo. É um livro curto, leve e fluido. A escrita pode parecer confusa no início, o ritmo é pouco cadenciado e os capítulos parecem uma sucessão de memórias. Porque é exatamente o que é, um fluxo de ideias/memórias, que em algumas partes não sabemos se são realmente reais ou algo modificadas.
No entanto a escrita nos prende, com seus tópicos profundos e sensíveis que são levantados a partir de situações simples, com seu humor inteligentíssimo e por vezes sarcástico na medida certa, com seu estilo de em momentos parecer que está conversando com o leitor e em momentos conversar consigo mesma, e pela riqueza de referências (tive que buscar vários dos livros e atores citados, mas acho que isso ampliou a experiência da leitura, não fez perder fluidez).
São muitas esferas trabalhadas nesse livro, que nos fazem pensar. O momento vivido durante a pandemia (sentido por todos, de forma que nos identificamos, mas experenciado de forma diferente pelas pessoas que trabalham com potencial criativo, como no caso da própria autora/narradora do livro), o pensamento sobre o que é a literatura e como ela vem se modificando ao longo dos anos (com autores perdendo seu estilo próprio em favor do que vende, como a crítica e a pressão molda o que é produzido), as dinâmicas de relações familiares e de amizades, o gap geracional da forma de ver a vida e o mundo (em evidência no contato entre a narradora e o jovem que divide apartamento com ela), a simplicidade e o bem estar que o contato com a natureza e a observação do mundo existindo pode nos trazer (todos nós experimentamos isso na pandemia, ainda mais quem teve algum bicho em casa, como o papagaio do livro). Enfim... um livro muito profundo, sensível, provocador e ao mesmo tempo simples, inteligente, engraçado.
Não tinha lido nada da autora, para mim foi uma descoberta incrível, uma leitura bem diferente da maioria.

thedarkprince 17/06/2024

Os Vulneráveis
Me surpreendi bastante, esse não é um livro que eu olharia numa livraria e compraria e, por esse motivo, me surpreendi.
No início demorei um pouco pra me adequar ao estilo narrativo, que mistura lembranças com os acontecimentos atuais, mas peguei o ritmo muito rápido.
A história, narrada por uma mulher, já mais velha, se passa durante o confinamento da pandemia, e lança luz a reflexões, pensamentos e todo o cotidiano pandêmico ao qual tivemos que nos adequar.
A reflexão da aurora, pensamentos sobre a imagem do corpo perfeito, num dado momento ela narra uma conversa com o rapaz que foi seu companheiro durante o primeiro ano de pandemia onde ele fala sobre o preconceito a pessoas que necessitam de ajuda psiquiátrica e que mesmo sem assumir, todos nós estamos fazendo uso de algum tipo de medicamento/droga legal, ou ilegal, para ajudar a nos manter normais, mas que na verdade estamos todos mentalmente ferrados...
Há um momento específico onde ela narra uma conversa com uma pneumologista que disse estar assustada com o fato de que entre matar um vírus ou um médico, as pessoas prefeririam matar o médico.
O livro me levou de volta ao momento da pandemia, me fez lembrar de todos os sentimentos e medos que aquele momento trouxe...

Esse livro foi sensacional.

Lilliancs 23/06/2024

Os Vulneráveis
O início é um pouco arrastado e truncado, me incomoda os diálogos estarem em texto corrido, apesar da temática ser extremamente interessante.
A narrativa parece uma conversa entre amigos onde os assuntos se misturam, mudam muito rápido e depois voltam de onde começou.
Em alguns momentos se torna muito confuso, vários assuntos, umas ideias soltas com algumas citações para embasar.
Parece que a autora está em uma grande conversa com ela mesma, onde o fluxo de ideias vem desordenados, são muitas divagações.
Me tirou total da zona de conforto, esse é um ponto muito positivo.
Em alguns momentos parece um livro de citações. Assuntos são introduzidos, mas não são elaborados.
A segunda parte, sem dúvidas, é a melhor, principalmente, quando a autora aborda o processo de escrita e as dificuldades que enfrenta.
?Desenhe um bigode na foto da autora. Você teria gostado mais do livro se ele tivesse sido escrito por um homem??

Mayra.Matteo 20/06/2024

Fica marcada a sensação de frustração tão típica da pandemia nesse livro, tanto nos relatos e devaneios da autora como em mim como leitora. Alguns momentos interessantes queria que fossem mais explorados: o caderno vermelho, o ciclista, a convivência com Ervilhaca, o próprio pássaro. Mas não são, apenas acontecem e passam. Gostei bastante de algumas passagens, mas não é um livro que eu gostaria de ter escrito.

Caroline132 20/06/2024

É bem escrito... Mas achei um pouco aleatório, muito muito recente e muito muito contemporâneo. O sinônimo de literatura contemporânea, não que isso seja ruim, é só o que o livro é.

Giacomet1 06/07/2024

Memórias sobre a pandemia
Livro bem interessante falando de acontecimentos e pensamentos desordenados na pandemia. Vou querer ler novamente daqui uns dez anos, porque acho que a autora escreveu muita coisa sobre sentimentos pandêmicos que vamos perder com o tempo.

Fabiene.Barbosa 06/07/2024

Duas pessoas com personalidades diferentes vivendo juntas por uma imposição das circunstâncias e tentando se darem bem. Além disso, a presença de um papagaio que torna a convivência mais leve.

O livro aborda as questões e dificuldades contemporâneas, além da necessidade de pertencer a algum lugar.

CeciliaFAC 09/07/2024

Comecei o livro pensando que seria uma reflexão sobre a vulnerabilidade durante a pandemia, porém é mais sobre a narradora descrevendo seus autores favoritos e revivendo lembranças. Não fez jus ao momento desafiador que a pandemia foi na vida da maioria das pessoas. Fico triste em dizer, mas me decepcionou bastante o livro...

Barbis 10/07/2024

Parece que a escritora só queria mostrar que leu muita coisa e que tem muitas referências. Ela vai jogando várias citações, referências e informações que a história que foi prometida para nós na sinopse fica esquecida.

Larissa.Acosta 11/07/2024

Começa muito bem, mas fica um pouco confuso do meio pro fim. Gostei das referências do livro. Logo na primeira página, tem uma reflexão muito boa sobre leitura.

SocorroBaptista 18/07/2024

Embora fictício, com memórias portanto inventadas, é um livro de memórias bem interessante, perpassando pelas experiências do isolamento pandêmico e pela conscientização acerca de cuidados por si e pelos outros. Uma boa leitura.