Resenhas - As sete luas de Maali Almeida

Maria 02/10/2024

?? [...] Nada é esquecido. A gente só não lembra onde guardou as coisas.?

Se fosse uma fantasia do eixo ocidental, já tava estourada. É uma história bem interessante, cheia de elementos sobrenaturais ligados à problemas históricos da região do Sri Lanka. Eu adorei a construção do mundo pós-vida e tudo que envolvia essa parte. Pensei muitos pensamentos sobre questões de karma, espiritualidade, memória, vida e morte. 

Apesar de muito significativo, quando vinha pros acontecimentos do presente no mundo real, eu ficava meio entediada, mas acho que era por causa de, inevitavelmente, fazer uma comparação entre as duas "partes". Já em relação à parte histórica e política, eu sinto que o autor conseguiu passar as mensagens que ele queria e foi foda.

?? Quem você culpa por esta zona? Foram os colonizadores que foderam com a gente durante séculos? Ou as superpotências que estão fodendo com a gente agora??

Faluz 14/09/2024

As sete luas de Maali Almeida Shehan Karunatilaka
Num país conturbado políticamente como Sri Lanka, antigo Ceilão, nos defrontamos com a experiência de um fotógrafo que não acredita em vida após a morte mas se encontra nessa situação, numa espécie de um limbo ou purgatório preparado-se para uma nova etapa num espaço de tempo de sete luas.
É nesse período que ele enfrenta sem se lembrar das condições em que morreu como pode fazer valer a pena sua vida. Aprende a se relacionar entre os dois mundos para salvar duas pessoas amadas que podem se comprometer com fotos que ele tirou sem autorização.
Num momento em registrou as consequências de um tumulto em 1983 com o massacre de muitas pessoas e a criação de movimentos que se rebelam contra os massacres e também com a divisão tribal na ilha entre os tâmis e os cingaleses havia a suspeita de que ele trabalhava para os Tigres (Tigres de Libertação da Pátria Tâmil) para o exército e para uma associação independente, tudo isso atrelado a interesses financeiros, venda de armas que até hoje apresentam dificuldades com relação a exploração de diamantes e outras riquezas.
O autor nos apresenta esse quadro tão violento de maneira a trazer as muitas crenças ancestrais e as diferenças entre a bolha de uma cidade rica como Colombo e o restante do país mas de uma maneira divertida e crítica.


(A guerra civil aconteceu por consequência direta pela influência britânica, que, desde o século 19, valorizou uma das etnias locais, os tâmeis, que são de maioria hindu e vivem na faixa mais ao norte em detrimento dos cingaleses, budistas em geral e moradores da área mais ao sul do país. Durou até 2009 com um acordo. )

Danielle 24/08/2024

O que esperar da morte?
Gostei demais. Comecei a ler sem muita expectativa, mas a forja de construção da história e dos personagens é muito boa. Ao mesmo tempo que aborda o tema da morte com diálogos e espíritos afiados, você é convidado a conhecer mais a história do Sri Lanka. Em muitos momentos do livro fui pesquisar sobre a guerra civil, sobre o país. Um livro que vale a pena.

lara 18/08/2024

As sete luas de Maali Almeida
Achei meio pesado porque é bem realista, mas gostei. Também gostei que conta uma realidade que não fazemos a mínima ideia.

Michele 13/08/2024

Esse livro foi uma LC, e tínhamos expectativas de que seria incrível uma experiência cultural.. nao rolou. Em vários aspectos ele é sim relevante, mas demora em pontos desnecessário e se torna chato... em um determinado momento eu já nem ligava mais só queria queria acabasse

Paula 09/08/2024

Ótima leitura. Começou um pouco lento por conta da minha falta de familiaridade com o contexto histórico, mas logo engrenou.

Geovani.Moreno 08/08/2024

A jornada de Maali
As sete luas de Maali Almeida (2021) de Shehan Karunatilaka é um livro muito bacana. Ultimamente, para mim, o que faz um livro ser bacana é ser despretensioso. Ou sendo mais atual, não promete nada, entrega muito. Demorei um pouco para finalizar mas não foi nada relacionado ao livro não. Ele possui uma escrita super fluida e acho que equilibra bem a história do Sri Lanka e a construção ficcional dos personagens. Por falar nisso, um gênero que gosto demais é o romance com pano de fundo na história real. E aqui somos apresentados a história borbulhante do Sri Lanka (antigo Ceilão) no final do século passado. Em meio as atrocidades políticas daquele país, acompanharemos a história de Maali, fotógrafo e anti herói nato, que é assasinado e tem seu corpo desmembrado nas primeiras páginas. O fantasma dele continuará vagando por 07 dias, ou melhor, sete luas ao final das quais, ele terá que decidir que rumo tomar, se seguirá a luz, as sombras ou continuará vagando por aí. O problema é que Maali não sabe quem o matou e nem as razões. Para isso, ele espera poder contar com a ajuda de seu namorado DD e de sua amiga Jako. Seu assassinato é bem provável estar relacionado com sua atividade de fotografar as atrocidades do governo.
Assim, a história é construída de maneira cuidadosa e totalmente despretenciosa, criando um atmosfera bacana e aquela sensação de ter lido um bom livro.

Leila 16/07/2024

As sete luas de Maali Almeida, vencedor do Booker Prize de 2022, é uma obra que mistura fantasia e realidade para abordar temas profundos de maneira acessível e palatável. O autor Shehan Karunatilaka nos transporta para Colombo, Sri Lanka, em 1990, em meio à guerra civil, através de uma narrativa que desafia as convenções.

Maali Almeida, o protagonista, é um fotógrafo de guerra cuja vida termina de forma abrupta e misteriosa, levando-o a acordar no Interstício, um purgatório repleto de almas perdidas. O enredo se desenrola à medida que Maali tenta descobrir quem o matou, enquanto enfrenta uma lista interminável de suspeitos em um cenário onde a violência é cotidiana. O livro aborda a complexidade da identidade de Maali, um homem gay não assumido, e seu esforço para que as fotografias incriminadoras que tirou antes de morrer sejam descobertas e usadas para revelar as brutalidades da guerra.

O que torna As sete luas de Maali Almeida especial é a forma como Karunatilaka combina humor sarcástico com uma abordagem descontraída para tratar de temas extremamente pesados. O autor satiriza a realidade política do Sri Lanka, oferecendo uma crítica afiada.

Ao embarcar na leitura sem grandes expectativas, fui agradavelmente surpreendida pela viagem proporcionada por Karunatilaka. A vibração sarcástica e descontraída do livro, apesar dos temas sombrios, criou uma experiência literária bem bacana. O livro é um testemunho das atrocidades da guerra civil do Sri Lanka, contado de forma que nos faz rir, refletir e, acima de tudo, sentir.

Se você está em busca de um romance que mistura fantasia e realidade com um toque de humor mordaz, enquanto explora questões humanas e políticas, As sete luas de Maali Almeida é uma boa escolha. #ficaadica

Taly 15/07/2024

Incrível
Eu adoro fazer a leitura de livros sem criar expectativas, sem ter conhecimento algum sobre o que fala. Livro que me surpreendeu muito, me trouxe nuances interessantes sobre a vida. Acompanhar o interstício de Maali Almeida durante as sete luas foi angustiante, mas foi também uma viagem incrível.

aestantedaellie 14/07/2024

Fantasia sobrenatural
Ante os conflitos políticos do Sri Lanka, a história retrata a morte de um fotógrafo que fez registros comprometedores e após sua morte se vê em um mundo desconhecido. Na mistura da fantasia sobrenatural e da realidade, imperam a amizade, o luto e a vida após a morte!

Edu 06/07/2024

Um gostoso caos sobrenatural
O livro é um excelente caldo que mistura política do Sri Lanka com um pitadas de sarcasmo, humor, desesperança, além de ser rico, colorido e emocionante.

Uma história que faz uso do realismo mágico e nos coloca no interstício, entre o 'lá embaixo" e a "luz", entre o mundo dos vivos, dos mortos e das perguntas sem respostas.

Foi uma excelente jornada explorar o pós-morte construído pelo autor e me deixar cativar por seus personagens. Espero poder viver mais algumas luas nesse universo.

Mahuucp 29/05/2024

Livro foda. Meu primeiro contato com a literatura do Sri Lanka. E eu me apaixonei.

Maali é um homem gay no armário, meio trambiqueiro e meio comunista, que tenta, de alguma forma, encontrar sentido para a vida em um país tomado por uma guerra civil e em um mundo terrivelmente ignorante e preconceituoso sobre a AIDS.

Eu confesso que tive que dar uma lida sobre a história do Sri Lanka na wikipédia. Primeiro porque sou completamente ignorante sobre a história dessa parte do mundo, e porque isso me ajudou a entender melhor esse livro (recomendo fazer isso, caso você não saiba nada sobre o Sri Lanka); e segundo porque o livro me deixou curiosa para saber mais sobre esse país e sua cultura.

O livro é narrado em segunda pessoa, o que traz uma inovação para mim, que enquanto leitora que até então somente li livros em primeira ou terceira pessoa. Mas não é só inovação que encontramos nesse livro; a prosa de Shehan Karunatilaka é muito rica, cheia de humor, surrealismo, poesia, pessimismo e amor. É uma mistura de tapa na cara, violência policial, ressaca e amores proibidos. Você senta para ler, se diverte, se apaixona, sente nojo de tamanhas violências e ri dos absurdos da vida e do pós vida desse mundo. E depois, você quer ler mais e mais daquele mundo cheio de absurdos e maluquices.

Um livro cheio de realismo e surrealismo. Com amores perdidos e proibidos. Uma jornada pelas ruas de Colombo, com encontros com vivos, mortos, monstros e coisas bizarras e engraçadas acontecendo.

E tudo junto e misturado, o que dá sentido a uma vida sem sentido.

Thaís 28/05/2024

Uma viagem pelo Sri Lanka
Achei esse livro muito diferente e cativante. No início, fiquei mega perdida com uma enxurrada de informação e nomes e acho que era a intenção do autor mesmo, dar essa sensação de estar confuso e sem saber onde está.
Com o avanço da leitura as coisas vão encaixando e o fluxo da narrativa vai te envolvendo.
Nossa, recomendo demais a leitura. Um passeio pelo história de um país tão distante e fascinante como o Sri Lanka, de quebra com altas referências religiosas.

Thi 28/05/2024

Uma leitura rica, interessante que traz a história de Malinda e do Sri Lanka com detalhes perturbadores da guerra civil, com um humor ácido.

day 03/05/2024

Muito bom.
?Não se deixe assustar pelos demônios,e dos vivos que devemos ter medo .
Um livro sensacional,uma sátira que vai nos contando como foi os anos em meio a tanto medo e horror.
Gostei bastante como a história é contada e super aprovei o livro .