Vivi 04/11/2023Um livro incrível e necessário!Que privilégio e que delícia ler as palavras do Ailton Krenak no livro Futuro Ancestral! Como sempre, ele traz a sabedoria dos povos originários com a valorização da ancestralidade e de um mundo não centrado na humanidade.
Nesse livro em especial, um dos capítulos usa a água como fio condutor, então já sabem que me conquistou de uma forma especial, né? Destaco alguns trechos, mas como podem ver nas marcações do meu exemplar, são muitos os trechos que me impactaram.
"A cidade virou uma caixa-preta da civilização. O corpo da Terra não aguenta mais cidades, pelo menos não essas que se configuram como uma continuidade das pólis do mundo antigo, com gente protegia por muros, e o resto do lado de fora [...]"
"Temos que parar com essa fúria de meter asfalto e cimento em tudo. Nossos córregos estão sem respirar, porque uma mentalidade de catacumba, agravada com a política do marco sanitário, acha que tem que meter uma placa de concreto em cima de qualquer corregozinho, como se fosse uma vergonha ter água ali. As sinuosidsdes do corpo dos rios é insuportável para a mente reta, concreta e ereta de quem planeja o urbano."
Viva as Soluções Baseadas na Natureza!
Ele também questiona a nossa sociedade, que vive apostando no futuro, que nada mais é do que especulação e projeção, ao invés de melhorar e vivenciar com plenitude o presente.
No último capítulo, ele fala sobre a educação que a visão oriental promove, com a ótica de formatar pessoas desde o momento em que elas chegam ao nosso planeta. Isso elimina a criatividade e as contribuições que elas poderiam trazer se tivessem a oportunidade de viver livremente a sagrada infância, momento especial em que os indivíduos deveriam explorar e conhecer a sua essência e se conectar com o planeta. Somente assim, podemos possibilitar que os novos indivíduos que farão o futuro acontecer, compreendam e tenham sentimento de pertencimento a um sistema que não existe para a humanidade, e sim, com e apesar dela.
Eu concluo essa leitura inspirada, reflexiva, admirada com essas palavras tão precisas, e ansiosa para espalhar um pouco dessa sabedoria em minhas conversas e práticas cotidianas.