Glenda 05/04/2018
A CARTOMANTE
A cena primordial para o prolongamento do enredo é uma sexta-feira de novembro de 1869. Em uma conversa com Rita, Camilo a pede para deixar de acreditar nas afirmações da cartomante. O nome dessa personagem não é revelado no livro, caracterizando, assim, a típica forma machadiana de escrever. A mulher era misteriosa e cheia de falsas predições. Dizia sempre o que os outros queriam ouvir. Era, portanto, uma mestra em mentir descaradamente. A cartomante servirá para enganar as personagens principais.
Camilo era amigo de longa data de Vilela. Este, então, casa-se com Rita que constrói uma relação mais íntima com o rapaz. A razão principal para o adultério entre eles é a morte da mãe de Camilo. Camilo, moço inocente, tenta negar os seus desejos, mas cai facilmente aos gracejos da mulher. Até então, o menino recebe uma carta anônima a qual deixa claro que os amantes estavam prestes a serem descobertos. Camilo foge de Rita, evitando-a. Preocupada, a mulher pede ajuda a cartomante, temendo que o seu amado não a deseje mais.
O jovem Camilo recebe uma carta de seu amigo Vilela. Este pede para que ele apressasse em encontrá-lo na sua residência. Temendo o pior, Camilo decide consultar-se com a cartomante. Ela o engana, assim como fez com Rita e a tantos outros. Garante a ele que o seu futuro era de amor pleno. Quando chega à casa de Vilela, ele está irreconhecível. Camilo percebe o corpo caído da amante, Rita. Sem reação, o jovem é morto pelo próprio amigo com um tiro à queima roupa. Vilela já o esperava para vingar a sua traição.
--
Ao meu ver, o conto A Cartomante é um conto muito pesado. Retrata temas como a falsidade, tanto de Rita para com seu marido, como de Vilela que era amigo de Camilo, e mesmo assim, ousou ter relações com a mulher do amigo. Retrata também mentiras, como a participação da Cartomante que ao invés de falar a verdade, preferia falar o que as pessoas queriam ouvir, não trabalhava com a verdade, mentia descaradamente. Ou seja, é um conto que envolve coisas pesadas, farsas, mas não deixa de ser bom.