O Continente

O Continente Erico Verissimo




Resenhas - O Tempo e o Vento: O Continente - Vol. 1


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Pri.Kerche 15/05/2024

Publicando de novo a resenha que tinha sumido!
"O Continente I" é o primeiro volume da Saga O Tempo e O Vento.
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O autor monta uma estrutura cinematográfica para contar a história.
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Nas primeiras páginas somos levados para 1895 e imersos na tensão do cerco ao Sobrado, residência de Licurgo Terra Cambará, chefe político de Santa Fé e Republicano (Chimango).
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José Lírio, soldado Federalista, está de tocaia no campanário da igreja com ordem para atirar em qualquer um que saia do sobrado na tentativa de pegar água no poço do quintal.
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Sozinho no alto da torre, Liroca (apelido engraçado) se angustia dividido entre o dever militar e a afeição que sente pelos moradores do Sobrado. Afinal, antes da revolução ele frequentava aquela casa, tem paixão por Maria Valéria e se preocupa com a velha Bibiana e as crianças. Então, notamos que logo de cara Erico consegue nos colocar diante de duas guerras: a Revolução Federalista e a guerra psicológica/emocional que se desdobra na mente de um povo que se volta contra si mesmo.
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O primeiro capítulo fecha no auge da tensão e o segundo começa em 1745, num nascer do sol idílico lá nas missões jesuíticas! Então, vemos o Rio Grande que nunca conhecemos, com índios tocando violinos que eles mesmos fabricavam com a arte da luthieria ensinada pelos padres.
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Você sabia que nas missões o refinamento da arte chegava a esse ponto? Eu não sabia. E adorei acompanhar a história do padre Alonzo e do místico Pedro Missioneiro, filho de uma índia e um branco, que nasce e cresce na Missão de São Miguel.
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No Continente I, Erico segue essa estrutura, mesclando capítulos do passado com o presente (que no caso é o momento do cerco ao sobrado). E aos poucos descobrimos que os capítulos do passado mais longínquo nos apresentam a história dos ancestrais da família que mora no Sobrado. Então, fica mais interessante perceber o agora e seus porquês, que vêm lá de trás. Como por exemplo, o motivo pelo qual Licurgo defende tão ferrenhamente aquela casa.
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"O Continente II" seguirá com essa estrutura presente-passado-presente, sendo o presente ainda o momento do cerco do sobrado.
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No início do Continente I, me admirei e me irritei com a insistência de Licurgo em não pedir trégua, mesmo com a esposa dando à luz e adoecendo em seguida. Mas acompanhando a história passada e a formação da personalidade dele (mostrada no Continente II), entendi o porquê (embora entender não seja concordar, posso dizer ao menos que entendi).
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Ana Terra! Preciso falar dela! Personagem fascinante, uma mulher forte e como o próprio nome declara: uma mulher da Terra, da Nossa Terra.
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Achei o texto tão vivo ao descrever o rancho no qual vivia com os pais, os sofrimentos que passou e a viagem de carro de boi até Santa Fé, que a impressão que tive é que fui abraçada por aquelas palavras e transportada para aquele tempo. Eu não estava lendo a história de Ana Terra, estava vivendo ao lado dela, sacolejando com ela naquela carroça de roda pesada que toda hora atolava na estrada lamacenta.
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Tenho esses livros há muito tempo e estava enrolando para começar a ler, pois a saga é longa (7 volumes ao todo: O Continente I e II, O Retrato I e II, O Arquipélago I, II e III). Também, assisti ao filme no cinema e confesso que não gostei, achei chato e muito arrastado. Só tomei coragem quando a Michela falou da Leitura Coletiva. Pensei comigo: é agora ou nunca! E para minha surpresa, estou amando essa saga!
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Então, um conselho a quem for ler O Continente I e II: dispa-se de todos os receios e todas as prevenções que você tiver, mergulhe sem pensar nesse texto rico. Você só tem a ganhar.
Max 15/05/2024minha estante
Otima resenha, Pri!?
Vou por em minha lista interminável...?


Pri.Kerche 15/05/2024minha estante
Nem diga, Max. Minha lista de "quero ler" é infinita tb




Clio0 25/02/2024

A história da colonização do Rio Grande do Sul.

Verissimo, que na época ainda oscilava entre o realismo moderno e o realismo fantástico, cria nessa obra as figuras de Ana Terra, Bibiana e Capitão Rodrigo - arquétipos dos colonizadores nos livros escolares brasileiros durante boa parte do século XX.

A desbravação da terra e a violência seguida da miscigenação indígena aparecem na primeira parte do volume I, com a família dos "Terra" e o encontro de Ana Terra e Pedro Missioneiro, um índio catequizado. A violência desses primeiros tempos se traduz em morte e migração, também uma clara aluzão a demarcação de terras.

Bibiana e Rodrigo Cambará (cujo nome é um tipo de árvore), são o casal fundador da família de maior influência política na cidade de Santa Fé. Bibiana é o ponto fixo nessa parte da história, apresentando os problemas causadores e causados pelas guerras do período. Rodrigo é hora o "Grande Vencedor", hora o homem incapaz de se adaptar aos novos tempos.
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Paulo 12/10/2020

Por que a escola não nos apresenta livros assim?
Alguns livros nos despertam o interesse instantaneamente. Para mim, bastou um breve story de Instagram para me fazer colocar esta obra na minha meta de leituras para 2020. Entre outras, eu até então nunca tinha lido uma obra da literatura brasileira que se passasse no Sul do Brasil; já li algumas que se passam no Nordeste, em Minas e em São Paulo, e muitas que se passam no Rio de Janeiro, mas nunca uma que se passasse no Sul. Então a ideia de um romance histórico situado naquela região do país me chamou a atenção logo de primeira.

E talvez eu nunca encontrasse um livro melhor para embarcar na literatura sulista do que este primeiro volume de O Continente. Aqui ele já foi capaz o bastante de me fazer mergulhar não apenas na literatura mas também na história sul-riograndense. E, devo dizer, estou impressionado.

O livro que dá início à saga de O Tempo e o Vento deve ser o indicativo do que vou encontrar no decorrer dela até o fim: uma história instigante e muitíssimo bem escrita, rica em detalhes e culturas regionais, com personagens bem descritos e marcantes, e tudo isso ambientado nos fatos históricos que compuseram a formação do estado do Rio Grande do Sul. Em poucas palavras: estou na frente de um clássico.

Esse é um livro muito bom para quem gosta de literatura nacional e para os (poucos) brasileiros que se interessam pelas histórias do nosso país - e é certamente um livro essencial para os nossos conterrâneos gaúchos. Enfim, é uma pena não terem nos apresentado uma obra-prima dessas na nossa época de escola, pois aqui são apresentados episódios da nossa história de forma muito interessante sem nunca perder a mão de uma bela obra literária.

É o segundo livro que leio nesse estilo, em que a história perpassa gerações. O primeiro foi Cem Anos de Solidão. Em alguns momentos eu senti em Santa Fé alguns ventos de Macondo. Em ambos os livros eu recomendo que leiam com a foto aberta da árvore genealógica da família, para facilitar.
Amanda3913 13/10/2020minha estante
Muito boa a sua resenha, fiquei com vontade de ler


Débora 13/10/2020minha estante
Ótima resenha. Ainda não o li, mas Gabo já disse em alguma entrevista (ou algo do tipo) que "O tempo e o vento" foi um dos livros que lhe serviu de inspiração para "Cem anos de solidão; daí a semelhança.


Bru 03/11/2020minha estante
Só pra comentar que aqui no RS faz parte da lista de leituras obrigatórias na escola


Valscabral 16/11/2020minha estante
Li esse livro. Após na escola ter tido contato com o livro Ana Terra que conta parte dessa incrível história. Me deparei na biblioteca da escola onde trabalho. Com a trilogia incrível de Érico Verríssimo. Apaixonada!


Suane 29/12/2020minha estante
Esse livro foi uma das leituras obrigatórias da minha escola


Alê | @alexandrejjr 19/01/2021minha estante
Suane, eu gostaria de dar parabéns à sua escola por ter dado o primeiro volume da saga pra vocês.


Karina 20/01/2021minha estante
Estou lendo e amando. Principalmente pela força e o ponto de vista das personagens mulheres.


Pedro 05/02/2021minha estante
Lindo, perfeito muito bem escrito, li na adolescência e até hoje não consigo superar esta leitura. Obra magnífica ótima para se ter em coleção


Nat 04/06/2021minha estante
Sou prof de literatura. Vamos pedir O Continente como leitura para o primeiro ano do ensino médio nesse tri ????


Valscabral 05/06/2021minha estante
??????????


Rafa MB 25/09/2021minha estante
Boa resenha, falou tudo.
Na minha opinião sobre os livros que temos que ler na escola, acho que tem professores que pararam no tempo, são obcecados pelos clássicos mais antigos, que eles chamam de "literatura brasileira essencial", como se só aqueles livros fizessem parte da literatura brasileira ou fossem os únicos essenciais. Acham que os jovens só aprenderão a ler e escrever lendo aqueles livros como Memórias Póstumas de Brás Cubas, O Cortiço, Iracema e etc... Quando tem muitos outros bons como esse do Érico Veríssimo.


Suane 25/09/2021minha estante
Rafa Muniz, até tem professores que pensam assim, mas o problema também é em relação aos vestibulares, pois eles que cobram esses tipos de livros nas provas, fazendo com que os professores temham que fazer os alunos lerem os clássicos. Então acredito que o problema esteja realmente no pessoal que organiza os conteúdos do EM. Não diretamente os professores


Rafa MB 26/09/2021minha estante
Verdade Suane, os clássicos ainda caem nos vestibulares e Enem. Mas já vi professores falando que só os clássicos mais antigos são "essenciais" pra educação. Eles poderiam, pelo menos, avisar aos alunos que tais livros caem nas provas.


Jaqueline 12/07/2022minha estante
eu peguei este livro na biblioteca da escola onde estudo


Taty 06/06/2023minha estante
Eu li o livro "olhai os lirios do campo", do Érico Veríssimo e fiquei emocionada com a qualidade da obra. Estou curiosa pra ler esse tbm


Marcela 01/07/2023minha estante
É porque depende da região. Na minha cidade (Pelotas) ele não só é lido nas escolas, como caía no vestibular.


Anders.Dornelles 04/07/2023minha estante
Foi leitura obrigatória pro vestibular da universidade pública do RS por muitos anos.. lembro de ter lido na adolescência por causa disto, agora estou relendo.


Rodrigo Dias 08/07/2023minha estante
Rapaz... Cê acredita que na faculdade (de Letras!!!!), Quando estudamos o Modernismo, só se falava nos autores nordestinos? É como se, nessa época, só eles fizessem "literatura regional". E isso me incomodou muito, porque eu já conhecia essa preciosidade e depois descobri os mineiros (especialmente Fernando Sabino). E não é que eles são muuuuuuuuuito melhores que os nordestinos?




Flávia Menezes 28/02/2024

ETA MUNDO VELHO SEM PORTEIRA!
?O Continente ? volume 1? é o primeiro de sete volumes que compõe a trilogia de ?O Tempo e o Vento?, escrita por esse gaúcho que com a sua prosa simples e de fácil leitura, tornou-se um dos escritores mais populares da literatura brasileira, chamado Érico Lopes Veríssimo, e que por 13 anos de sua vida se dedicou a compor esse verdadeiro monumento literário capaz de fascinar leitores de diferentes gerações.

Atravessando um período de 200 anos, nestes volumes compostos por ?O Continente, volumes 1 e 2? (1949), ?O Retrato, volumes 1 e 2? (1951) e ?O Arquipélago, volumes 1, 2 e 3? (1962), somos transportados para a cidade fictícia de Santa Fé, nesta mescla de ficção com romance histórico onde a família Terra-Cambará tem seu início, e onde podemos acompanhar fatos e personagens reais que foram fundamentais na formação da identidade cultural e geográfica do Rio Grande do Sul, bem como da sua projeção política no país, enquanto o estado ia tomando forma entre a colônia, o império e a república.

Para escrever ?O Continente?, Érico teve como base de pesquisa, livros históricos e memórias da própria família, cujas raízes estiveram fixadas em Cruz Alta, e o resultado é esse enredo repleto de personagens únicos, que dão vida a essa narrativa que definiu o modo de ser do gaúcho, com seus pormenores de usos e costumes locais, criando até mesmo a sua própria mitologia.

Levando em conta o tempo cronológico de ?O Continente, volume 1?, estamos em 1745, momento em que ocorrem as missões jesuítas, e quando uma índia é estuprada por bandeirantes, trazendo ao mundo um menino mestiço que o padre Alonzo batiza de Pedro, aquele de quem a família Terra irá descender.

Já adulto, Pedro Missioneiro conhece Ana Terra, filha de uma família vinda de São Paulo, e do relacionamento proibido deles nasce Pedro Terra. Marcados por um ciclo de violência e mortes, mãe e filho serão obrigados a fugir e se instalar em Santa Fé, cidade esta que será abrigo dos protagonistas desta história.

Neste espaço de tempo de 91 anos, a todo instante esses personagens marcantes passeiam em tempos psicológicos, viajando entre o passado e o presente, recordando a força daqueles que vieram antes deles e lhes deram a vida, ou rememorando momentos em que a liberdade era sentida no galope de um cavalo, ou na ponta cortante da espada, ou mesmo na velocidade de uma bala que sai do cano de uma arma de fogo.

Além dessa estrutura romanesca, narrada em terceira pessoa, e que é um verdadeiro deleite do qual não queremos desgrudar os olhos um só minuto, esse autor e poeta chamado Érico Veríssimo ainda nos presenteia com personagens extraordinários, que com a sua intensidade emocional vão nos contando sobre seus dramas pessoais mais íntimos.

A primeira protagonista a quem somos apresentados é uma mulher de fibra e de muita coragem, que amou apenas um homem a sua vida toda, chamada Ana Terra. Com a sua morte, o bastão do protagonismo é passado para a sua neta, Bibiana Terra, em cujas veias corre o mesmo sangue da mulher forte que um dia a sua avó foi.

E é essa garra que faz com que Bibiana enfrente o pai para se casar com o seu único e grande amor, o Capitão Rodrigo, um herói de guerra encantador (porém muito mulherengo), que com muita insistência (e algumas serestas) acaba por ganhar o seu coração, iniciando assim a família Terra-Cambará.

Tenho que confessar que é impossível pensar no Capitão Rodrigo sem que logo venha à mente a imagem do ator Thiago Lacerda, que o interpretou na adaptação para filme dirigida por Jayme Monjardim, e que estreou em setembro de 2013.

Aliás, ler esse livro (para mim!) teve esse gostinho das novelas e minisséries globais do passado, repletas dessas tramas românticas que nos deixava com os olhos grudados na tela da tevê, enquanto o coração pulsava desenfreado, e um suspiro escapava dos lábios a cada instante em que o ?mocinho? conquistava a ?mocinha?.

De fato, na parte inicial em que acompanhamos a quinta geração da família Terra-Cambará, e Alice está sofrendo as dores do parto da filha que tem com Licurgo Cambará, neto de Bibiana, as imagens que me vinham à mente era da Patrícia Pillar e do Tony Ramos, cujos personagens enfrentaram o mesmo drama vivido aqui, na novela ?Cabocla?, que foi ao ar em 2004.

Mas quer saber... ler ?O Continente? é realmente experimentar desse sabor nostálgico das novelas do passado, ao mesmo tempo em que seus personagens nos parecem tão conhecidos, porque acabam por nos lembrar alguém da nossa própria família.

Eu preciso confessar aqui, que algumas frases ditas, eu ouvi muitas vezes durante a minha infância e adolescência, como quando Bibiana ouvia a mãe lhe dizer: ?Primeiro a obrigação, depois a diversão!? Quantas vezes eu também ouvi isso!

A verdade é que mesmo que a minha família não tenha suas origens no sul do país, e nem a cultura gaúcha marque a minha árvore genealógica, eu confesso que ainda assim, muito dessa família Terra-Cambará me lembrou muito da minha família, dos Inocencios (aliás, tem até um Inocêncio logo no início do romance). Especialmente no que se refere à garra de mulheres como Ana Terra e Bibiana, que por conta de tragédias da vida, são obrigadas a criar os filhos sozinhas. São tantas as mulheres da minha família que me deram o mesmo exemplo!

Sem contar toda a simplicidade de uma vida longe da cidade grande, e da fé e do temor a Deus, de pessoas que foram educadas nos preceitos do catolicismo. Especialmente vivenciando agora o tempo da quaresma, muitos momentos da Igreja Católica que são narrados aqui, eram para mim tão vívidos, que é como se eu estivesse lá, ao lado deles.

Uma coisa que aprendi a duras penas neste romance, é que assim como na vida real, nenhum personagem ?ficará pra semente?. E cada partida, era um momento solene de perda, em que eu sentia aquela dor por vê-los indo tão cedo. Porque de fato, acabei me afeiçoando tanto a cada um deles, que foi difícil demais vê-los partir!

Mas apesar de triste, fica em nós aquele sentimento de que suas raízes permanecerão, porque através deles novas vidas vão surgindo, e de fato elas não são menos importantes do que as daqueles que se foram. Essas novas vidas, desses novos personagens carregam o legado daqueles que se foram com muito respeito, fazendo com que a sua memória seja para sempre honrada por cada um daqueles que ficam. E esse é um dos movimentos mais belos da transitoriedade da vida, seja ela real ou fictícia, em que o velho vai dando lugar ao novo, e por ele e através dele, vai se perpetuando.

É... e eu que nunca fui muito amigável com a literatura brasileira, e nem jamais havia me sentido conectada a alguma obra de um autor nacional, fui plenamente arrebatada pela escrita do Érico. E por isso mesmo preciso confessar que eu fico até feliz por essa ser uma saga tão longa assim. Porque eu não estou nenhum um pouco pronta para me separar dos Terra-Cambará tão cedo!


?? Nossa mente, Alonzo, é como uma grande e misteriosa casa, cheia de corredores, alçapões, portas falsas, quartos secretos de todo o tamanho, uns bem, outros mal iluminados. No fundo desse casarão existe um cubículo, o mais secreto de todos, onde estão fechados nossos pensamentos mais íntimos, nossos mais tenebrosos segredos, nossas lembranças mais temidas. Quando estamos acordados usamos apenas as salas principais, as que têm janelas para fora. Mas quando dormimos, o diabo nos entra na cabeça e vai exatamente abrir o cubículo misterioso para que as lembranças secretas saiam a assombrar o resto da casa. O demônio não dorme. E é quando nossa consciência adormece que ele aproveita para agir.?
Craotchky 29/02/2024minha estante
Escreveu impecavelmente, Flavita. Ansioso pelos próximos textos!


Flávia Menezes 29/02/2024minha estante
Obrigada, Filipe! Que bom que não fiz feio, porque um livro desses merece o nosso melhor! ?
Estou muito apaixonada pela narrativa do Érico, Filipe! Já estou na metade do vol 2 de ?O Continente?, e já pensando no que me aguarda em ?O Retrato?!


Craotchky 29/02/2024minha estante
Merece mesmo, Flávia.
Confira meu texto sobre esse livro, não tem spoiler, e é diferente de qualquer outro, pois escrevi junto com o Erico...!


Flávia Menezes 29/02/2024minha estante
Escreveu junto com o Érico? Você recebe entidades? ??
Brincadeiras à parte?eu vou olhar sim, Filipe. ??


Pri.Kerche 29/02/2024minha estante
Acho que essa é a resenha mais completa e detalhada que já li por aqui! Amei, Flávia ?


Flávia Menezes 29/02/2024minha estante
Ai, Pri! Fiquei emocionada agora! Que bo que você gostou. Escritora elogiando?eu me sinto lisonjeada! ?
Mas que livro, não é mesmo? Eu acabei devorando porque não consegui largar. E o pior que o volume dois está ai da melhor! ?
Estou aguardando vocês começarem só pra ver o que você e a Van vão achar! ?


Flávia Menezes 29/02/2024minha estante
Ai, Pri! Fiquei emocionada agora! Que bom que você gostou. Uma escritora elogiando?eu me sinto lisonjeada! ?
Mas que livro, não é mesmo Pri? Eu acabei devorando porque não consegui largar. E o pior que o volume dois está ai da melhor! ?
Estou aguardando vocês começarem só pra ver o que você e a Van vão achar! ?


Pri.Kerche 29/02/2024minha estante
O livro é maravilhoso sim, Flávia, mas a companhia da leitura está melhor ainda?


Flávia Menezes 29/02/2024minha estante
E eu que ?entrei na surdina? nessa LC de vocês ???. estou adorando ter a companhia de vocês, Pri. ?




Alê | @alexandrejjr 03/02/2021

O épico, o início e o inesquecível

O quão satisfatório é começar a obra-prima de um grande escritor e ter as suas expectativas correspondidas? Minha tentativa de resposta vai ser este pequeno texto em que tento esmiuçar o épico atemporal de Erico Verissimo.

O primeiro tomo de “O tempo e o vento” é, se fosse pretensiosamente possível classificá-lo em uma palavra, magistral. É incrível a sintonia de tudo dentro desse livro. A atmosfera e o ritmo impostos em “O Continente - vol. 1” criam, assim como previsto pelo título, uma viagem imperceptível pelo tempo, onde nossos olhos acompanham histórias marcantes das personagens como se elas fossem o tal vento sugerido por Erico. Confesso que é praticamente indescritível a sensação que temos durante a imersão nas estórias que compõem o povoado de Santa Fé.

E a epopéia gaúcha já começa em máxima potência. Somos transportados para um sobrado, espécie de casarão, que por si só é uma personagem. Não bastasse isso, as descrições, os diálogos e a construção das personagens foram criados com um esmero por Erico que segue incomparável. Nunca foi tão interessante aprender a história do Rio Grande do Sul e, claro, a história do Brasil como aqui, através da ficção, onde mitos, religião e civilização são mesclados de forma acessível para contar o nascimento de uma nação.

Como esquecer a força de Ana Terra? Como não gostar (e depois odiar) o capitão Rodrigo? Ou ainda as reflexões do padre Lara? E é possível ignorar os flertes com o tradicional realismo mágico desse canto do mundo através do uso das nossas crenças indígenas, centradas em especial na figura de Pedro Missioneiro? Tudo, simplesmente tudo funciona perfeitamente.

Parto para o segundo volume com a expectativa de que o épico não perca nem o tempo e nem o vento que conquistaram este singelo leitor que vos escreve. Que privilégio ter Erico como conterrâneo e como um escritor do meu país! Que grande contador de histórias!
Kamyla.Maciel 03/02/2021minha estante
Já me convenceu a furar a fila dos livros que pretendo ler...


Cleane 03/02/2021minha estante
?????


Alê | @alexandrejjr 03/02/2021minha estante
Kamyla, não era intenção, mas não vou ficar triste, pois sei que vai ser uma ótima experiência. E Cleane, tá na tua lista também?


Carolina.Gomes 04/02/2021minha estante
Quero muito ler.


Alê | @alexandrejjr 04/02/2021minha estante
Vale o tempo que for dedicado, Carolina, é um dos melhores livros nacionais com certeza.


Fabi 07/09/2021minha estante
Iniciando agora essa leitura


Alê | @alexandrejjr 08/09/2021minha estante
Espero que o livro te transporte para Santa Fé tanto quanto eu fui transportado, Fabi. Bom proveito!


arlete.augusto.1 01/04/2023minha estante
Depois da sua resenha, nem é necessário escrever mais, você disse tudo e disse bem! ??????


Alê | @alexandrejjr 01/04/2023minha estante
Agradeço a leitura e o carinhoso comentário, Arlete.


Alexya. 05/05/2024minha estante
Perfeita colocação. Não mudaria uma vírgula! ??




Wallas Felippe 23/07/2009

O Vento e o Tempo / O Tempo e o Vento
Não foi simplesmente o melhor romance da literatura brasileira que eu li; mas sim o melhor romance de toda a minha vida. O Tempo e o Vento foi responsável por fazer eu enxergar a vida com outros olhos; foi este romance que abriu a minha mente para o mundo do conhecimento. Pode-se dizer que: se hoje eu cresci intelectualmente, o responsável foi este romance. Foi um livro que me prendeu do ínico ao fim. Um livro onde mostra toda a destreza e perfeição, no modo de escrer e dá sentimento aos personagens, de Érico Veríssimo. No momento em que lia, era capaz de absorver os sentimentos de todos os personagens; eu acabava sentindo e vivenciando a vida junto com eles. Esta obra foi um grande refúgio para mim...

Quando terminei de ler pela segunda vez a única coisa que me veio à mente foi isso:

Tempo...

Às vezes o tempo é nosso maior inimigo,
Outras vezes é nosso maior aliado.
Nada melhor do que dar tempo ao tempo,
Pois tempo é remédio para tudo

A única coisa que sinto nesse momento é o vento lá fora.
O vento sopra e o tempo passa...
O tempo e o vento...

É noite,
Só encontro você em meus pensamentos.
Meus únicos companheiros são:
O tempo e o vento...

Tudo passa,
A morte chega quando você menos espera.
Só restarão duas coisas:
O Tempo e o Vento...

(Wallas Felippe)
Luis 18/12/2014minha estante
Você me fez chorar com sua resenha, então me sinto na obrigação de ler esta obra agora nas férias. Muito obrigado, Wallas, seu poema é esplendoroso.




Michela Wakami 28/02/2024

Muito bom
A escrita do autor é maravilhosa.
Apesar de ser um livro, repleto de personagens, eles são apresentados de uma forma que te faz memorizar cada um deles, pois eles se fazem únicos e marcantes.
Não é uma história alegre, muito pelo contrário, o sofrimento se faz presente em cada página, seja devido à guerra, devido aos vários momentos de luto ou por amor.

Ana Terra é a minha personagem preferida até o momento.
Pri.Kerche 28/02/2024minha estante
Que leitura emocionante! Michela, eu me sinto como se tivesse andado quilômetros e quilômetros naquela carroça puxada por uma junta de bois?


Vanessa.Castilhos 28/02/2024minha estante
Uma viagem no tempo... escrita maravilhosa mesmo, amigas!! Amei a leitura e companhia! ?


Pri.Kerche 28/02/2024minha estante
Ansiosa pelo próximo volume!


Vanessa.Castilhos 28/02/2024minha estante
Eu tbm! ?


Michela Wakami 01/04/2024minha estante
Pri, é incrível como o autor nos leva para dentro da história. ?


Michela Wakami 01/04/2024minha estante
Van, é sempre uma alegria ter a sua companhia.
E agora temos tantas outras companhias maravilhosas.
Pri é uma delas.??


Pri.Kerche 01/04/2024minha estante
Obrigada meninas?




Carolina.Gomes 09/07/2023

OTEOV
Desde a leitura de Olhai os lírios no campo, quero ler tudo do Érico.

O projeto de ler O tempo e o vento foi acalentado até surgir a proposta de embarcar, com meu clube de leitura, nessa aventura pela história dos Terra/ Cambará.

A escrita de Érico é irretocável. Os personagens são tão bem delineados! A descrição do cenário e do contexto histórico, me permitiu viajar no tempo e relembrar fatos da nossa história que já não lembrava mais.

Eu amei Ana Terra, Pedro, Rodrigo? fiquei fascinada por Luzia, a teiniaguá.

A construção do romance é tão perfeita que somos apresentados aos personagens, nos apaixonamos por eles e eles vão sendo sucedidos pelos seus descendentes igualmente fascinantes de forma natural e sem pressa.

Concluída a primeira parte, parti imediatamente para o Retrato. Encantada, maravilhada e certa de que Érico não decepciona, jamais!

Recomendo a leitura, fortemente!
Ana Sá 09/07/2023minha estante
Vc me tem me deixado com vontade!!


Carolina.Gomes 09/07/2023minha estante
Ana, estou encantada.




Leticia 25/07/2020

Acho que descobri o livro da minha vida. Nunca um livro me despertou tantos sentimentos como esse, nunca me prendi a personagens como aqui. Sinto que levarei Ana Terra, Bibiana, Capitão Rodrigo (ranço instalado com sucesso hahahha, mas tem o seu valor), Bolívar, Licurgo, Carl Winter, para sempre em minha memória. Meu único arrependimento é de não ter lido essa obra antes.

O livro inicia sua narrativa em meados do século XIX até o fim do século XIX, na região do Rio Grande do Sul. Acompanhamos várias gerações de uma família, e através desta vamos tomando conhecimento dos conflitos políticos, Monarquia x República, discussões abolicionistas, guerras, como a Revolução Federalista e Farroupilha, a proclamação da República, e ainda os romances, a vida cotidiana, os nascimentos e mortes. Um grande romance histórico.

Para mim o livro tem como ponto alto a perspectivas das mulheres durante esses anos, violentadas, tendo sempre que se submeter ao pai ou ao marido, tendo que vivenciar calada os machismos de cada dia, e quando seus homens iam para a guerra, a eterna espera.
"O destino das mulheres naquele fim de mundo era bem melancólico. Não tinham muitos direitos e arcavam com quase todas as responsabilidade. Sua missão era ter filhos, criá-los, tomar conta da casa, cozinhar, lavar, coser e esperar." (P. 347)
Minha única tristeza é não saber se algum dia vou encontrar alguma leitura melhor que essa.
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Rosangela Max 21/12/2020

Maravilhoso!
Érico Veríssimo encanta neste primeiro livro da Saga das famílias Terra e Cambará. No começo, fiquei na dúvida se a abordagem histórica fosse dificultar meu entendimento do livro, dado que não estou familiarizada com a história do Rio Grande do Sul. Mas isso não aconteceu. O autor conseguiu desenvolver o tema com a maestria característica dele.
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Amanda 26/03/2022

Perfeito!
Não vejo a hora de terminar essa saga maravilhosaaaa!
(?) ? um dia todas essas coisas hão de ser história? (?)
(?) ? Não deixava de ser curioso a gente ver a história no momento em que ela estava sendo feita! (?)
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Rodrigo 07/08/2022

História e força!
Que narrativa marcante, pulsante e viva.
O autor consegue nos prender ao aprese bar personagens tão marcantes como Ana Terra, Rodrigo Cambará e Bibiana.
Na expectativa para o segundo volume da trilogia.
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Everton Vidal 21/04/2021

Primeiro livro da primeira parte da trilogia "O Tempo e o Vento" de Érico Veríssimo, publicado em 1949, que se centra no processo de formação do Rio Grande do Sul, aqui denominado "Continente de São Pedro" (daí o nome do livro). Está dividido em quatro partes, sendo que a primeira, o Sobrado, que corresponde ao momento atual da história (1895), está dispersa pela obra, fazendo com que as outras partes tenham um efeito retrospectivo.

Cronologicamente o romance começa em 1745 com o nascimento de Pedro Missioneiro, cuja trama o autor utiliza para descrever a vida nas Sete Missões, a resistência guarani, sua posterior derrota e a expulsão dos jesuítas. Em 1777 aparece a família Terra, representante dos primeiros colonos da região. Através da história de Ana Terra conhecemos a formação do povoado de Santa Fé, principal centro de ação da obra. Em 1828 entra em cena Rodrigo Cambará, arquétipo do gaúcho valente, carismático e galanteador.

Com personagens e paisagens fascinantes, reflexões sobre a terra e suas guerras, algumas conversas políticas, religiosas, filosóficas e a presença de personalidades reais, o livro tem um forte contorno histórico, exposto desde a perspectiva das mulheres, representadas por Ana e Bibiana Terra, longevas, forçosamente pacientes, principais derrotadas das seguidas batalhas para donde vão seus pais, maridos e filhos, e mesmo assim, principal alicerce dessa sociedade.

"Em certos dias em que o minuano soprava, enrolada num xale e pedalando na roca, Bibiana pensava na avó (Ana Terra), que costumava dizer-lhe que o destino das mulheres da família era fiar, chorar e esperar".
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Iza 16/05/2023

Foi uma looonga jornada pra terminar esse livro mas ao terminar fica aquela sensação de conhecer tão bem os personagens, o lugar, a história... A escrita é sensacional! O modo como o autor passa os sentimentos e pensamentos das pessoas cria uma aproximação no leitor. Uma das coisas mais legais é a maneira tão clara como conhecemos a história da formação do Rio Grande do Sul, como se fosse uma aula de história bem interessante. Posso dizer que essa é uma das obras que reafirma o gênero de ficção histórica como meu favorito!
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