livrodebolso 14/10/2019
Há três dias, decidi honrar minhas férias com a presença de um gigante, tanto no tamanho quanto na qualidade: #DavidCopperfield, de #CharlesDickens. Pensei, segurando a edição que se assemelha a um tijolo, que levaria muito tempo para concluir a leitura, porém, neste curto espaço de tempo já se foram XV capítulos! Óbvio que farei um diário para me situar posteriormente quando desejar relembrar a obra.
#DiáriodeLeitura (#Resenha pg. 21 a 332): Filho póstumo (de pai) e de uma mãe jovem e inexperiente, nasceu David à meia noite de uma sexta-feira, já agourado de ser infeliz na vida. Pois o foi, logo no princípio de seus dias, perdendo os cuidados de sua tia que esperava ansiosa a vinda de uma criança menina.
Posteriormente, tendo crescido ao lado da mãe e da criada Peggotty, percebeu, ainda que com sua inocência infantil, um pretendente que se aproximava e se encantou com a viagem para casa da família da empregada (onde se apaixonou pela primeira vez pela pequena Em'ly), pretexto para o novo casamento de sua mãe. Não tardou para, ao se ver pressionado por ir mal nos estudos presididos pelo Sr. Murdstone (o padrasto) ser mandado ao reformatório, o que se mostrou maravilhoso, uma vez que conheceu amigos incríveis.
Porém, ao voltar para casa durante as férias, foi surpreendido ao encontrar sua mãe com um bebê nos braços, seu irmãozinho. Retornou para a escola apenas para voltar mais uma vez recebendo a mais triste notícia. Órfão então, David é enviado para trabalhar (aos doze anos) e morar sozinho em Londres.
Felizmente alugou um quarto de uma família amiga porém, tristemente envolvida em dívidas, sendo o patriarca preso, inclusive. David então, aluga um quarto na prisão para não se sentir sozinho. Acabada a pena, a família se vai para o interior e o jovem Copperfield se vê sem ninguém a quem pedir socorro. Decide fugir em busca de sua tia, e antes mesmo de sair de Londres, é covardemente roubado. Segue então viagem à pé, e vende suas roupas pelo caminho em troca de alguns tostões, conseguindo finalmente alcançar sua única família.
Felizmente é bem recebido, e tirado dos cuidados do Sr. Murdstone, podendo então, se agarrar a um lampejo de esperança.
Auxiliado por sua tia, que o acolheu melhor que o esperado, Copperfield voltou a estudar, fez novas amizades e cresceu prosperamente. Com dezessete anos então, terminado o colégio, ele se vê pressionado em relação à sua futura profissão, e, impelido por sua tia, volta a visitar os entes queridos de Peggotty acompanhado de seu amigo Steerforth (com quem estudou há bastante tempo no colégio interno). Chagando lá, além de encontrar, emocionado, a antiga babá e os velhos amigos, ele se surpreende ao saber que seu primeiro amor, a pequena Em'ly não só deixou de ser pequena como se encontra justamente anunciando seu noivado com o primo Ham.
Após esse período relaxando e passeando no interior, sua tia o questiona sobre a profissão que deseja desempenhar e Trotwood (nome adotado da parte de sua tia) decide por se tornar procurador. Antes de acertar os combinados na Corte Civil, algo estranho chamou a atenção de David: um estranho abordou sua tia enquanto passeavam pela rua, em trajes de mendigo e ela, apesar de bastante assustada, o acompanhou e deu-lhe dinheiro.
Passado o inconveniente, ficou acertado que Copperfield cumpriria um mês de experiência na nova profissão que escolheu para enfim a desempenhar posteriormente.
Vivendo então como solteiro, o jovem David sofreu a influência de Steerforth, e acabou completamente bêbado em um teatro onde encontrou Agnes, uma amiga antiga, que tentou lhe alertar sobre o companheiro, porém, não surtiu o efeito que deveria.
Uma outra moça tomou o coração do rapaz. Tratava-se de Dora, filha de seu patrão que teve a honra de conhecer em um jantar. Além da moça, conheceu também a confidente dela, que não era em nada desconhecida no fim das contas: a Srta. Murdstone, irmã do viúvo de sua mãe.
Alguns dos antigos personagens dividem as horas de Copperfield entre seu trabalho e a vida social. Mas não só de alegria vive o personagem (afinal, o autor é o Dickens), e perdemos um amigo próximo.
Uma supresa acomete tanto Copperfield quanto seus amigos do interior: a pequena Em'ly fugiu. Somente essa notícia seria devastadora, porém, ainda pior se mostrou a situação: ela fugiu acompanhada do melhor amigo de David, Steerforth, sem aviso ou carta, nem mesmo menção a algum arrependimento ou culpa. Desolado, o sr. Peggotty apenas pode sair pelo mundo a procura de sua protegida, anunciando: "meu amor por minha filha querida vai ser sempre igual e ela está perdoada!". Passado o grande susto, Trotwood (sobre nome dado pela tia) finalmente declarou seu amor por Dora! E foi nesse amor que se apoiou quando sua tia lhe visitou (e nunca mais saiu de sua casa) para contar que estava arruinada em suas finanças. Tão apavorado ficou o sobrinho, sentiu como sendo sua a culpa, uma vez que custou tão caro à sua tia o seu estudo, seu estágio e suas acomodações. Fez, então, o melhor que pode para reunir a maior quantia salarial por mês - como trabalhar para o antigo diretor de sua escola, o Dr. Strong -, e viveram todos desconfortáveis em quartos alugados com uma renda insuficiente.
Mas, de todas as consequências surgidas em virtude da revelação, a pior foi que a Sra. Murdstone entregou ao pai de Dora (que era seu chefe na Procuradoria) suas cartas de amor. Considerando a nova posição social de Copperfield, o pai da moça foi contra, apesar de toda súplica que ouviu.
Porém, pouco durou o flagelo do jovem apaixonado: em dias, morreu o pai/sogro/patrão, assustadoramente sem deixar nada para a filha em testamento, indo Dora, portanto, morar com as tias.
Uma nova perspectiva se instaura e David conquista a confiança das novas tutoras de sua namorada: ele obtém permissão para encontrá-la sob olhar atento.
Cortejando Dora e trabalhando muito, David Copperfield chega à idade legal e finalmente se casa! Aqui, preciso confessar que, mesmo sendo contra casamentos, Dickens me emocionou profundamente, e impressionou com a delicadeza.
Passamos então a acompanhar os primeiros meses e as dificuldades encontradas pelo jovem casal.
O relato da própria vida do autor se mistura com o amadurecimento deste que Dickens afirma ser seu "filho preferido". De fato, sentirei saudade de personagens queridos, como Agnes ou Traddles ("Esperar e ter esperança"), ou os excêntricos sr. Dick e sr. Micawber. Sentirei, ainda, um profundo pesar pelo pobre Ham, coitado! Aos demais componentes desta obra, posso dizer que cumpriram seu papel me entretendo por tanto tempo, permitindo-me chorar de emoção no final. Pois #CharlesDikens é esse cara: me deixou abobalhada lendo um capítulo todo dedicado ao casamento (assunto que pouco me agrada) de David Copperfield e sua filhesposa.
Minhas considerações finais são: um renomado autor que recomendarei humildemente (mas não tão humilde assim! Hahaha) para quem quiser se sentir abraçado (eu acredito que essa seja a característica principal do escritor: te abraçar enquanto você aprecia a leitura).