O Retrato

O Retrato Erico Verissimo




Resenhas - O Tempo e o Vento: O Retrato - Vol. 2


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Clio0 03/06/2024

A segunda parte de O Retrato regride no tempo e mostra o início da figura do Dr. Rodrigo Cambará, quando ainda era um jovem médico sonhando em transformar sua cidade-natal e se tornar, ou melhor dizendo, retomar o posto de novo potentado da cidade.

A forma como Rodrigo tenta mudar hábitos antigos de forma inicialmente democrática para depois utilizar-se da violência faz um paralelo com a própria História do Brasil, onde o sistema de saúde e sanitário teve que muitas vezes se valer de armas para realizar os seus intentos.

Igualmente reveladora, é a forma como Rodrigo enxerga a si mesmo como um "pai de família", mas costumeiramente se apaixona, seduz e arruína mulheres em seu caminho, afinal, é coisa de "macho". Tal interpretação é bem mais recente do que gostam de admitir os críticos do livro, mas o fato é que Veríssimo não poupou os políticos interioranos na construção de sua personagem.

O carisma, o clientelismo, a corrupção, tudo está dolorosamente lá, como diria Floriano, o personagem principal de O Arquipélago que faz uma breve aparição nesse volume.

Recomendo.
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Michela Wakami 18/06/2024

Bom
Embora aqui eu venha repetir as mesmas queixas, do rumo que alguns personagens são levados a tomar, e do desaparecimento de outros, que te deixam a ver navios, gostei mais desse do que da primeira parte do Retrato.
Teve mais enredo, mesmo ainda deixando a desejar.
Fui surpreendida com um acontecimento, triste e revoltante.
Inesquecível pelo seu peso.
Vanessa.Castilhos 18/06/2024minha estante
????? ??




Rosangela Max 13/01/2021

Muito bom!
Até agora, este personagem principal foi o Terra-Cambará mais ?humano? que o autor retratou. Demonstrando que os homens desta família também tem sentimentos e que, as vezes, se deixam guiar por eles.
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Carolina.Gomes 31/08/2023

Dorian Gray é vc?
Nesse segundo tomo, Érico traz um pouco de O. Wilde e eu fiquei mais apaixonada ainda.
A trama segue fluida, história, política, intrigas e ah! O presunçoso Rodrigo Cambará.
Sigo empolgada com a narrativa maravilhosa de Érico.
Fico deslumbrada com a capacidade de captar o leitor, envolver e nos fazer amar, odiar e depois amar de novo, o protagonista absoluto da trama.
Para mim, será difícil esquecer o Dr. Rodrigo: extremamente vaidoso, bonito, presunçoso, cosmopolita, machista, safado, envolvente e coitada da mulher que se apaixona pelos olhos de ébano do doutor.

Eu me lasquei ?
Eliza.Beth 01/09/2023minha estante
???????
Brotei aqui? pq será? Kkkkkkkkkkk
Explica esse babado direito
Dorian? Hahahahah


Carolina.Gomes 01/09/2023minha estante
Amiga, o pintor faz um retrato do personagem q é tão vaidoso quando Dorian. E bonito?




Everton Vidal 28/04/2021

Segue a linha do livro anterior. Debates no sobrado com alusões a Comte e Nietzsche. Passeios históricos pelo Brasil. Guerra do Contestado. Hermes da Fonseca. Assassinato de Pinheiro Machado. Um retrato de Rodrigo meio Dorian Gray. A chegada em Santa Fé de uma família de músicos austríacos, com um desenlace trágico e uma aparição nostálgica de Floriano Cambará, protagonista do Arquipélago, última parte da trilogia.
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FernandaEvla 26/04/2020

A saga continua muito boa.
Confesso que, talvez por ter emendado o primeiro tomo do RETRATO com o segundo, em alguns momentos o livro deu uma ?canseira?. Achei o segundo tomo riquíssimo em termos de política, filosofia e sociologia. Os debates são de impressionar. Érico impressiona mais uma vez.
Lucas 02/05/2021minha estante
Os debates sobre as teorias do Tenente Rubim cansava mesmo, mas o restante do livro é muito bom. Sempre comento que aprendo mais sobre a História do Brasil com Veríssimo do que com os historiadores acadêmicos.




Ediane.Siqueira 13/03/2021

O brilhantismo e o talento de Érico é inegável mais uma vez, mas, por se tratar de um livro de memórias, por muitos trechos se torna bastante cansativa a leitura.. De qualquer modo, a saga é incrível e estou animada para entrar na reta final.
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Dem 14/09/2021

Muito bom!!
Esse volume foi mais agitado, com muitas coisas impressionantes ocorrendo! Mais o Rodrigo continuou chato, irresponsável, doido, se achando e no final...
Já vou correr pra ler O Arquipélago volume 1 e iniciar o fim dessa trilogia que não sei porque demorei tanto pra terminar! :)
Vale totalmente a pena a leitura!
Mas ainda continuo preferindo os dois volumes de O Continente!
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Anienne 28/02/2020

O Retrato 2
Esse é o quarto livro da série "O tempo e o vento", de Érico Veríssimo.

Sinto uma dificuldade maior em resenhar livros perfeitos como esses, dessa série, fm que ele traz uma história de ficção das várias gerações da família Terra Cambará, que se mistura genialmente com a realidade da história do Brasil e do Rio Grande do Sul.

A escrita é tão fluida que o leitor aprende Historia (de verdade, não a que ensinam na escola), até sem querer.

Veríssimo constrói personagens muito humanos e traz os costumes e preconceitos de uma época e que se perpetuam até hoje.

Érico Veríssimo é GENIAL!!!

Pretendo ler todas as suas obras. Já iniciando "O Arquipélago 1".

Indico de olhos fechados!!!
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Darlane 06/03/2023

Continua igual o volume 1
No volume 1 reclamei muito sobre o Rodrigo não ser uma pessoa agradável e do fato de que os outros personagens do livro não têm personalidade, nesse volume continua tudo igual.
Na verdade nem tudo, Rodrigo fica ainda mais detestável.
No começo do livro eu tive esperança de que outros personagens tivessem mais destaque nessa parte, dado que tivemos um salto de tempo desde o primeiro e agora teríamos a Flora. Mas não rolou, a Flora é amável, porém sem muita participação e o restante dos personagens continua exatamente igual: Rubim só existe para falar sobre os ideais de super homem; Jairo só existe para falar sobre o positivismo; Neco, Saturnino e Chiru continuam parecendo a mesma pessoa (exceto pelo falo de que o Chiru é um folgado gigantesco)...
Nessa parte tem alguns personagens novos, mas no geral tudo continua o mesmo.
No final do livro você passa a odiar o Rodrigo muito mais do que no início dele e depois disso a história volta pro momento de onde parte o primeiro volume, so que agora narrado por Floriano (filho do Rodrigo). A história fica tão maçante contada apenas pelo ponto de vista de um personagem que não sei se quero continuar a ler O Tempo e o Vento, mesmo sabendo que os próximos livros alternam entrem Rodrigo e Floriano.
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Gab 23/04/2024

?Poupa a Flora, é o que te digo. Ela merece outra sina.?
Não avalio esse livro com 5 estrelas porque foi o que, da série, menos me prendeu até agora. Demorei muito pra terminar a leitura, lia um pouco e largava por dias a fio. O ego do Dr. Rodrigo foi difícil de aguentar em muitos momentos mas ainda assim, o livro não merece menos que um 4.5, pois o Érico é surreal como escritor.

?Desde o princípio sabias que um dia havia de ser tarde, mas quiseste criar o inevitável.?

Aqui temos um Dr. Rodrigo ainda mais parecido com seu bisavô, o capitão. Eu sei que é um personagem humano, que temos acesso à mente e coração dele, mas ainda assim foi difícil revisitar as mesmas traições, a mesma hipocrisia, o mesmo sofrimento da Bibiana (agora na Flora). Parece que como chefe de família, com exceção do Pedro Terra e do Bolívar, só os homens ruins tem o protagonismo e as personagens femininas até agora nada podem fazer pra se livrar desses maridos infiéis, e no caso do Dr., também hipócrita, egoísta, soberbo e explorador.

Embora tudo isso tenha me entristecido, a segunda parte de O Retrato nos deixa mais uma vez uma imensidão de conhecimento sobre o cenário político, sobre as inovações que dominaram o mundo e que chegaram à Santa Fé como a eletricidade, as indústrias, o cinema. Como musicista eu me senti muito feliz anotando e ouvindo cada referência de música clássica, romântica e popular. As óperas apresentadas, as sonatas tocadas pela jovem Toni, a realidade dos músicos nesse período. Tudo foi de grande valor artístico pra mim.

Os debates filosóficos apresentaram também muitos cenários novos pra quem quer se inteirar sobre o que se discutia naquelas décadas e o que chegava de fora, da Europa. Mesmo maçantes por vezes, os diálogos de Rubim, do coronel Jairo, do padre Astolfo, nos despertam a curiosidade sobre correntes filosóficas importantes para a história. Pepe García me fez rir com sua teoria e amor inflamado pela causa e pelos pobres, enquanto era sustentado pela mulher e pelas esmolas alheias. Os personagens secundários sempre tem algo a ensinar, ainda que indiretamente, sobre a vida no interior influenciada pelas relações de poder entre os burgueses e os homens do campo.

Aqui eu dei risada mas os apertos no coração não foram poucos. Espero que o desfecho da série traga um pouquinho de esperança e felicidade para as personagens femininas, mesmo sabendo que no fim, o autor só contou a realidade do que se passava em sua época. ??
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Carla Verçoza 27/07/2022

Sigo aplaudindo o talento do autor, que capacidade de prender o leitor do início ao fim!
O segundo volume do Retrato segue contando sobre os primeiros anos de casado do Dr. Rodrigo Terra Cambará.
Aqui continua mostrando as várias facetas do médico, seus antagonismo. Ao mesmo tempo em que ele prega e se acha um exemplo de caráter e pessoa, é um rapaz egoísta, sem escrúpulos, mimado e fútil, de caráter muito questionável.
Ótima leitura! Ao Arquipélago agora.
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Helô 11/03/2021

O Retrato vivo.
A continuidade do Retrato mostra as transformações de Rodrigo e sua família no decorrer dos anos tanto na política quanto na vida social.

As diferenças entre os irmãos Toríbio e Rodrigo são gritantes mas, a união deles é grande. Os filhos de Rodrigo são diferentes nos pensamentos e na união.

A característica de não demonstrar sentimentos marca da família Terra perpetua.

A marca do Cambará está sempre presente também no gosto pela política.

O RETRATO é a antítese do Rodrigo atual. O grande personagem está presente naquele retrato vivo e cheio de ideias.

Rodrigo não gosta da mestiça me lembra seu bisavó.
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Jessi 21/02/2022

Rodrigo é o vilão
Passei muita raiva em ?o retrato?, sinceramente Rodrigo para mim é o vilão, não sei se Érico Veríssimo fez esse personagem com intuito de a gente fazer essa crítica a ele, ao coronelismo de famílias como os terra cambará, eu sinceramente não sei, mas se foi isso me sinto muito melhor com o autor Rodrigo é intragável ?pior? do que o capitão Rodrigo, outro que detestei, capitão Rodrigo não tinha instrução nenhum foi feito através dos próprios meios, já Rodrigo, não pode estudar, ter instrução mesmo assim não se comportar menos ?coronelista? do que todos de sua família, muleke mo mimado, muito escroto fora o fato de ser muito egoísta, machista, patriarcal, enfim passei muita raiva com esse Rodrigo
Rafael Kerr 21/02/2022minha estante
Oi. Tudo bem? Talvez você já tenha me visto por aqui. Desculpe o incomodo. Me chamo Rafael Kerr e sou escritor.  Se puder me ajudar a divulgar meu primeiro Livro. Ficção Medieval A Lenda de Sáuria  - O oráculo.  Ja está aqui Skoob. No Instagram @lenda.de.sauria. se gostar do tema e puder me ajudar obrigado.




Craotchky 25/08/2019

Bastidores da obra ou Erico por ele mesmo
(Este texto segue os moldes daquele texto que fiz para O Continente, portanto, também contém as palavras do próprio Erico Verissimo, extraídas de seu livro de memórias intitulado Solo de Clarineta. Há aqui, então, uma parceria entre Erico e eu. Os trechos do próprio Erico além de estarem entre aspas também aparecem em itálico para aqueles(as) que estiverem lendo pelo site e na página de resenhas.)

"Comecei a escrever O Retrato em janeiro de 1950, na praia de Torres, num apartamento com vista para o mar."

Assim Erico começa a parte 26 do capítulo V de seu livro de memórias Solo de Clarineta. Continua:

"Em março voltei para Porto Alegre com algumas centenas de páginas já prontas."

De volta à capital, Erico continuou o trabalho em casa. Na sala de jantar colocou a máquina de escrever em cima da mesa, ladeada por pilha de volumes contendo números do jornal Correio do Povo correspondentes aos anos de 1910 a 1915. Quando escrevera O Continente, Erico tivera que lidar com a falta de documentos e de maiores conhecimentos dos primeiros anos de vida do Rio Grande do Sul. Ao escrever O Retrato não houve este empecilho pois o autor dispunha de recursos acerca da época:

"Para escrever essa sequência de O Continente eu contava naturalmente com documentos abundantes e fáceis de obter."

Erico já havia decidido seu protagonista:

"Tinha decidido dedicar todo o livro a um 'retrato de corpo inteiro' do Dr. Rodrigo Terra Cambará, bisneto e homônimo do bravo capitão. O novo Rodrigo [...] devia representar um largo passo dos Cambarás rumo de sua urbanização e também o princípio da intelectualização de sua família"

Nas suas memórias Erico diz também que não vai muito com a cara de Licurgo Terra Cambará, ao mesmo tempo em que admite sua simpatia para com o Dr. Rodrigo:

"Não esconderei que me sentia perfeitamente à vontade na companhia do Dr. Rodrigo, porque, como ele participasse um pouco da minha aversão à vida campestre [...] eu me livraria da obrigação de estar constantemente no Angico, a estância da família."

O personagem Rodrigo Terra Cambará constituiu-se como, nas palavras do próprio Erico:

"uma espécie de sósia psicológico de Sebastião Verissimo [pai de Erico]". Assim "era natural que eu pensasse também na possibilidade de entrar no livro como personagem, caso em que teria de meter-me na pele de Floriano[...]"

Entretanto salienta:

"Queria, porém, que Rodrigo Cambará fosse parecido mas não idêntico a Sebastião Verissimo. Teriam ambos em comum a sensualidade, o amor à vida, a bravura, a generosidade, a vaidade à flor da pele, a autoindulgência e a mágica capacidade de fazer dos homens amigos fiéis até o sacrifício e das mulheres amantes apaixonadas. Diferente de meu pai, a personagem central de O Retrato seria fisicamente um belo espécime masculino e teria o que o velho Sebastião nunca pareceu ter tido: ambição política[...]"

Em outro momento Erico conta que Toríbio Terra Cambará foi inspirado em seu tio Nestor Verissimo:

"Tomei desse meu prodigioso tio o físico, a coragem cega, o gosto pela ação guerreira, um que outro episódio de sua aventurosa vida, e o seu insaciável apetite sexual."

Aderbal Quadros, segundo Erico, carrega muitos traços físicos e psicológicos de seu avô paterno. Em algum momento do processo de escrita, Erico percebeu que Flora estava correndo o risco de transformar-se num retrato da sua própria mãe. Erico admite que seu temor de transformar Flora em D. Bega (mãe de Erico) terminou fazendo-o tratar esta personagem sem verdadeira intimidade.

"[...] talvez isso explique a razão por que Flora é das figuras mais apagadas tanto de O Retrato como de O Arquipélago."

Segundo o texto da orelha desta minha edição de O Retrato, em uma entrevista, ao ser perguntado se este segundo tomo da trilogia é superior ou inferior ao primeiro, Erico respondeu:

"A única coisa honesta que lhe posso dizer é que jamais escrevi um livro com tanto prazer como este segundo volume de O Tempo e o Vento."

Mesmo assim, em suas memórias, Erico também diz que

"A despeito do prazer com que o escrevi, achei-o literalmente inferior a O Continente. Para principiar, falta-lhe o elemento épico."

Bem, acho que já me alonguei demais. Meu objetivo aqui foi trazer algumas curiosidades pouco conhecidas e que julguei interessantes para quem já leu a obra. Apenas lamento que, para quem não leu, este texto possa parecer insípido. Até.
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