Nádia 02/05/2017
#resenhapomarliterario Asas partidas
O único romance escrito por Gibran foi baseado em partes, numa aventura real. Durante os quatro anos que Gibram passou no Líbano a aperfeiçoar seu árabe entre a idade de 16 e 20 anos, apaixonou-se por uma bela jovem de sua cidade natal, Hala Daher, e pediu-a em casamento. Mas o tio da moça era um bispo, e Gibran já era conhecido por seu anti clericalismo. O bispo proibiu à sua sobrinha desposar um anticlerical. Gibran propôs à namorada fugir com ele para os Estados Unidos. Mas a moça, embora amasse Gibran, preferiu sacrificar seus sentimentos a desafiar proibições e tabus que, na época, pareciam constituir o próprio fundamento da sociedade e da religião. E aí termina o paralelo entre a vida real e o romance.
A atmosfera do romance, transmite o sofrimento das mulheres orientais, sacrificadas nas suas aspirações mais legítimas, à incompreensão e à prepotência do homem, opondo, todavia, aos seus opressores, não a revolta e a rebelião, mas uma resignação digna e melancólica que as tornavam ainda mais merecedoras de apoio.
O romance é muito sentimental, trazendo a história de um primeiro amor, romântico e cheio de sonhos. E embora partilhado e ilimitado, esse amor termina numa imerecida tragédia, independentemente da vontade e do comportamento dos heróis. Prepare-se para excesso de lágrimas, suspiros, lamentações e sufocações. O ponto alto é o esplendor das imagens, as misteriosas correspondências postas entre a natureza e a alma, o poder de transmitir as emoções, a habilidade com que a lua, o firmamento, as flores, o vento são transformados em instrumentos que formam, com os sentimentos humanos, uma sinfonia de irresistível encantamento. ♡
site: https://www.instagram.com/p/-KsseMmv7b/?taken-by=pomarliterario