Anna Laitano 29/06/2013Acredite no impossívelDesde o momento que eu vi este livro na bancada da livraria, algo já me atraiu. Talvez o nome, ou as páginas com as laterais na cor cinza... A questão é que li a sinopse e achei interessante, então comecei a observá-lo sempre que ia na livraria, até que um dia finalmente ganhei-o de presente. Comecei a ler e, confesso, estava me decepcionando. Deixei a leitura parada durante um tempo, até que, por algum motivo, decidi recomeçar. E que bom que fiz isso, porque o livro ficou melhor.
Como já disse, faltou pouco para eu desistir. O começo da história é um pouco confusa, pois há várias sequências de flashbacks, o que me confundia. Mas o que me fez mudar de opinião foi a construção dos personagens principais. Eles são o que eu chamo de "personagens completos".
Midas é apaixonado por fotos e tem muita dificuldade em interação social, sendo, como é dito no livro, um pouco "2D". Além disso, ele tem sérios conflitos psicológicos que podem ser notados de longe. Ele é muito preso, atormentado e assombrado por seu passado conturbado. Ele tenta fugir, mas tudo o que ele é, na verdade, é o que ele tenta não ser, o que ele odeia.
E, é claro, temos Ida, a garota dos pés de vidro. O oposto de Midas, Ida se vê na pacata ilha ao tentar descobrir uma solução para a sua misteriosa doença. Lá, acaba conhecendo o rapaz e, mesmo com seu "tom monocromático", leva cor à vida dele.
Você pode pensar que daí nasce um romance previsível, daqueles que são totalmente clichê e previsível, mas não. Midas e Ida são um casal nada convencional. Mesmo assim, no final me vi quase chorando, torcendo pelo final feliz deles.
O que impede a história de ser ótima, na minha opinião, é que o livro é baseado em diversas mitologias, como as pessoas que viram vidro, as vacas com asas de borboletas, e a “criatura que transforma tudo o que olha em branco puro”. Porém, essas perguntas que o leitor começa a ter desde a sinopse nunca são bem explicadas. Algumas dessas grandes questões que tornam a sinopse promissora, mal são abordadas, na verdade. Por outro lado, essa pode ter sido a intenção do autor, já que a história pretende justamente colocar que, na vida, não vamos encontrar a resposta para tudo e há muito além do nosso conhecimento.
Este é um livro agridoce. Mas, de alguma forma, a história te mostra o seu peculiar encanto, se você deixar. Quando você for ler este livro, lembre-se do que diz a sinopse:
"É hora de acreditar no impossível". Muitas pessoas podem se decepcionar com o final ou com a própria desenvoltura do livro, embora eu ache que a proposta realmente é fazer o leitor rever seus conceitos, assim como o próprio Midas faz. Em minha opinião, é uma leitura válida e que eu super recomendo aos leitores de mente aberta.
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