A Mão Esquerda da Escuridão

A Mão Esquerda da Escuridão Ursula K. Le Guin...




Resenhas - A Mão Esquerda da Escuridão


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Ana Claudia 20/02/2020

É sobre política, sociedade, aventura e amizade.
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André 19/02/2020

Um dos melhores livros de sci-fi que já li, sem dúvida. É um ficção de extrapolação, cria um "e se..." para nos fazer refletir sobre nosso próprio mundo, nossas práticas, nossa sociedade.

O primeiro ponto que chama atenção é a inventividade da autora em conseguir criar um mundo substancialmente diferente. A biologia, a organização social, a política, as religiões, os costumes e a filosofia de Gethen são próprias dela, não apenas uma cópia do que já temos na Terra, mas disfarçada de alienígena.

A diferença mais gritante desse novo mundo é que as pessoas são ambissexuais, ou seja, só assumem um "gênero" em um período específico do mês. Só com isso o livro já cria uma reflexão fundamental sobre a nossa maneira de lidar com as questões de gênero, sobre todo o preconceito e machismo envolvido em como decidimos responsabilidades e direitos, como impomos fardos, até em como "classificamos" o gênero de alguém pela sua genitália.

Além disso, o livro aborda vários outros temas. A xenofobia é bem presente no livro, já que Genly Ai é um enviado alienígena, que causa preocupação aos governos justamente por ser diferente, por temerem perder poder com a sua proposta. Também entre a população ele é visto com receio, tratado mais como uma aberração de circo. Também se vê xenofobia na maneira como as diferentes nações de Gethen se tratam. Obviamente, td isso é facilmente comparável com a xenofobia tão presente em nosso tempo.

Outro tema bem abordado é sobre os governos e suas políticas. A autora, como anarquista, faz críticas precisas sobre o papel que o Estado exerce na vida de seu povo, em como controla a população com violência policial, como manipula a opinião pública pra apoiar seus intentos nada democráticos. Já a organização popular das comunidades de Karhide mostra uma organização mais centrada no bem estar de seus membros, todos compartilhando responsabilidades e direitos.

A amizade entre Genly e Estraven também é muito bem trabalhada, um desenvolvimento que vemos pelo livro todo. E durante as últimas 100 páginas reflete sobre solidão, desespero e esperança.

Um último ponto importante a ser falado é que os habitantes de Gethen e o enviado, Genly Ai, são todos não-brancos, gerando uma reflexão sobre racismo, já que a maioria dos livros de sci-fi são protagonizados brancos, sendo fundamental essa representatividade.

Não é a toa que A Mão Esquerda da Escuridão é um clássico da ficção científica. Mesmo escrito na década de 60, continua atual e revolucionário.
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Vanwoods 14/02/2020

Em uma galaxia distante... ou não...
Enodamentos mentais. Não recomendável para quem se recusa refletir sobre questões de gênero. Livro atemporal.
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Dominique.Auler 13/02/2020

Entre todos os temas muito bem trabalhados no livro, um que me chamou a atenção foi o da posição de Genly no planeta, como emissário do Ekumen. A autora pega um clichê comum na ficção científica, a imensa confederação galáctica, e mostra parte de sua expansão, os limites de assimilação de novos planetas na construção de sua vasta rede.
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Marcella 09/02/2020

Questões de gênero
Apesar de ser um livro de ficção científica, o ponto principal da história é focar em como as questões de gênero podem determinar uma sociedade. A abordagem da autora é muito interessante, trazendo questionamentos válidos (por exemplo o fato de uma sociedade onde todos são ambissexuais, isto é, homens e mulheres ao mesmo tempo, não conhecer o que significa guerra).
Ainda, traz uma análise da solidão sob diversas ópticas, seja dos personagens principais que atravessam um deserto de gelo por meses, seja do proprio Genly Aí, um alienígena tentando conviver em um planeta com uma espécie tão diferente da sua.
Apesar desses pontos positivos, a narrativa é lenta e pode não empolgar o leitor. Porém, vale a pena persistir na leitura e embarcar nas filosofias propostas pela autora.
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Mariana - @escreve.mariana 03/02/2020

O inverno palpável nas relações entre humanos e alienígenas [IG @epifaniasliterarias_]
Em "A mão esquerda da escuridão", a autora Ursula K. Le Guin nos apresenta uma história que tem início com uma missão do enviado Genly Ai, que objetiva convencer os governantes do planeta Gethen a se unirem a uma grande comunidade universal. Porém, primeiro ele terá que aprender – da maneira mais difícil – a lidar com os habitantes das diferentes nações.

No decorrer da narrativa, percebemos que o povo de Inverno considera como "o outro" qualquer indivíduo que não pertence àquele lugar, tornando Genly um alienígena. Na tentativa de entender esse planeta gelado e nada convidativo para os seres terrestres, somos levados a refletir e reinterpretar nossas práticas sociais, políticas, afetivas e religiosas.

Somos induzidos a esse exercício quando nos deparamos com uma característica única dos habitantes desse planeta: eles são andróginos, ou seja, possuem a capacidade de tomar forma, sexualmente, tanto de homens quanto de mulheres. Exceto por esse fator, são seres muito parecidos com os terrestres.

Ao analisar a questão da androginia, é possível refletir o quanto nossas relações sociais e afetivas estão pautadas em estereótipos de gênero, de modo que muitas vezes não percebi que estava enxergando determinado personagem como um homem – talvez por ele ser um político em posição de poder? – quando, na verdade, ele era um ser andrógino e não possuía forma definida. Imagino que isso ocorreu porque um dos personagens principais e, por boa parte da história, também narrador, baseia suas observações em distinções de gênero e acaba levando nós leitores a fazer o mesmo.

Ao contrário do que pode parecer, Inverno não pode ser considerada uma utopia de gênero e sexualidade, pois essa sociedade também é dotada de seus próprios preconceitos, seja em relação ao gênero, à nacionalidade ou às convicções políticas, morais e religiosas.

Outro ponto de destaque da história é que a maioria dos habitantes de Inverno que nos são apresentados têm a pele escura. Inclusive Genly Ai, o protagonista terrestre, é negro. Isso nos permite exercitar uma desconstrução do imaginário social, que geralmente é racista, pois nos faz imaginar qualquer pessoa em posição de poder e cuja descrição não seja permeada por estereótipos de raça como um homem branco.
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Sandrics 27/01/2020

Minha primeira leitura do ano foi A mão esquerda da escuridão, diferente de tudo que eu havia lido na minha vida. Úrsula nós joga (foi essa a sensação) dentro de um universo fora da nossa realidade comum. Um novo planeta com vida extraterrestre e também nos apresenta a um humano, incumbido da missão de convencer os governantes desse planeta a fazer parte do Ekumen, uma espécie de ONU interplanetária com mais de oitenta planetas participantes.

O que mais me surpreendeu neste livro foi a profundidade. A autora criou um novo planeta, com novas criaturas, com sua própria cultura, seu idioma (com direita a variáveis de dialetos conforme a região), sua mitologia e, principalmente, seu modo reprodutivo. Os habitantes desse planeta são todos andróginos e sua sexualidade se define apenas na época reprodutiva (uma espécie de cio). Na época da publicação deste livro nos anos sessenta, a história foi considerada de extrema importância no que diz respeito à luta pela igualdade de gênero, mas também gerou diversos questionamentos em relação a algumas escolhas da autora, todas essas questões foram respondidas pela mesma em um texto publicado na época.
A mão esquerda da escuridão se tornou um clássico da ficção científica e a edição dessa foto é a comemorativa de 50 anos de publicação.

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M. Platini 19/12/2019

O Ekumen, uma federação de planetas que visa trocas culturais e tecnológicas entre os diferentes lares da humanidade, comissiona o enviado Genly Ai a contatar um tipo bastante especial de humanidade que habita o gelado planeta Inverno. O enviado, que atua sozinho para não criar temor às sociedades de Inverno sobre as intenções do Ekumen, deve driblar todas as complexas regras sociais para conseguir a assinatura de um tratado entre a federação e os países do planeta.
Como outras obras da autora, a noção tradicional de gênero é contestada por uma perspectiva fluida, que adiciona bastante à trama. Os gethianos são seres humanos hermafroditas que assumem órgãos genitais masculinos ou femininos de forma aleatória a cada kmer (período fértil). Essa especificidade vai moldar diferenças culturais extremas entre os gethianos e o restante da humanidade, na perspetiva de Genly Ai.
Mais uma vez Ursula K. Le Guin consegue criar um universo tão diferente do nosso e tão reconhecível, um espelho tão deformado em que possibilita estranharmos nossos próprios traços culturais.
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Neto 19/12/2019

Pra mim, uma história de amizade
Apesar de todo um debate sobre gênero e política, esse livro trouxe, pra mim, um debate ainda mais aprofundado e incrível sobre amizade. A amizade desenvolvida entre Genly Ai e Estraven, apesar de no próprio texto Ai afirmar que eles não são amigos, é extremamente leal e emocionante, com um final lindo.
Um ponto muito positivo desse livro foi a capacidade da Ursula de criar um novo universo, totalmente diferente do nosso, sem fazer um livro extremamente descritivo (que seria cansativo para mim). Ela consegue, na narrativa, descrever o universo de forma que ele faça parte da história. Pra mim, o único capítulo chato foi o que mostrava os dias no diário de Estraven durante a viagem no gelo, e foi exatamente por ser apenas descritivo.
Recomendo fortemente a leitura! Por ser um universo novo, é sempre uma leitura mais lenta no início, mas garanto que 50 páginas depois você já não vai mais querer largar esse livro!!!
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Gisele @abducaoliteraria 14/11/2019

Eu finalmente posso dizer que já li algo da Ursula K. Le Guin. Como uma boa fã de ficção científica, essa é uma das autoras que não pode faltar no curriculum de experiências. Apesar de não ter escolhido realizar essa leitura no melhor dos momentos, porque é difícil encarar um livro denso e complexo saindo de uma ressaca literária, depois de um começo truncado, a história finalmente se conectou comigo.

Genly Ai é um enviado do Ekumen, uma organização com aproximadamente 80 planetas que tem como finalidade compartilhar conhecimento, comércio e entre outras coisas sem fins lucrativos. A missão dele como enviado é convencer o planeta Gethen a se unir a essa organização. Só que este novo planeta não faz ideia que existem outros além dele.

No início, Genly consegue passar despercebido. O terráqueo é um pouco mais alto e negro, enquanto os nativos possuem o tom da pele avermelhada. A principal diferença fisiológica entre eles é a ausência de gênero entre os habitantes de Gethen. De tempos em tempos eles entram no kemmer, uma espécie de cio, no qual eles desenvolvem órgãos sexuais para a reprodução. É interessante perceber como Genly encontra dificuldade de compreender essa distinção. A todo custo ele tenta localizar características femininas ou masculinas entre as pessoas que o cercam, quando na verdade eles são andróginos. Para eles, é inútil explicar essa diferença.

"Todo o nosso padrão de interação sociossexual inexiste aqui. Eles não conseguem entrar no jogo. Não veem um aos outros como homens ou mulheres. É quase impossível nossa imaginação aceitar isso. Qual a primeira coisa que perguntamos sobre um recém-nascido?"

Outra dificuldade que Genly encontra para se adaptar a este mundo são suas condições climáticas. Não por acaso, Gethen ficou conhecido entre os pesquisadores como Inverno, porque lá é capaz de nevar até mesmo no ápice do verão. No entanto, o principal conflito que ele encontra é lidar com as intrigas políticas. Apesar de nunca ter havido guerra, existe uma atmosfera de tensão entre os diferentes povos e nações, então Genly se sente perdido, sem saber como agir corretamente e em quem confiar.

A Mão Esquerda da Escuridão é um livro lento, com inúmeras partes arrastadas. Acredito que ele poderia sim ser um pouco mais enxuto, mas a história precisa ser digerida com a mesma intensidade com que ela foi criada. O livro te convida para conhecer minuciosamente uma sociedade peculiar, muito diferente da qual estamos habituados.

Essa é uma obra antropológica, que provoca muita imersão no decorrer das páginas. Ela exibe profundamente os principais pilares que sustentam Gethen, como questões sociais, geografia e filosofia. Algo que serviu também para enriquecer o universo, foram os contos apresentados em paralelo à trama principal. Através deles, pude conhecer e entender um pouco mais sobre as lendas e a mitologia do universo.

A partir do momento que comecei a compreender a história e me envolver com ela, a trama começou a conversar muito comigo. Essa é uma história profunda e subjetiva, capaz de emocionar em diversos momentos. Deu para compreender o porquê deste livro ser atemporal, porque ele trabalha questões pertinentes, principalmente aquelas voltadas ao gênero, algo que nos delimita tanto. Ainda temos um longo caminho pela frente para alcançar o equilíbrio e extinguir as desigualdades.

"Vi então novamente, e de uma vez por todas, o que sempre tivera medo de ver e vinha fingindo não ver nele: que ele era uma mulher, assim como era um homem. Qualquer necessidade de explicar as origens desse medo desapareceu junto com o próprio medo; o que me restou, finalmente, foi a aceitação dele tal como era".

Um dos pontos negativos é a falta de particularidades entre as vozes dos personagens centrais. Por termos dois pontos de vistas, não só de pessoas diferentes, mas também seres de espécies diferentes, esperei uma visão completamente distinta por parte do nativo de Gethen. Ao contrário disso, elas eram extremamente iguais, tanto é que sempre iniciava o capítulo sem saber sob qual ponto de vista estava.

Fora isso, minhas expectativas foram alcançadas. Ursula K. Le Guin me surpreendeu logo no início, com uma das melhores introduções que já tive a oportunidade de ler. Ela divaga a respeito do conceito de ficção científica e mostra uma visão diferente sobre o gênero. Ainda que o início do livro tenha se mostrado maçante, em contraste com a maravilhosa introdução, depois tudo fez sentido. Essa é realmente uma obra grandiosa, que merece todo o prestígio que tem. Agora estou muito mais empolgada para conhecer as demais histórias da autora.

site: http://abducaoliteraria.com.br/
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Giovana 21/10/2019

"É bom ter um objetivo nas jornadas que empreendemos; mas, no fim das contas, o que importa é a jornada em si."
Genly Ai é o primeiro enviado a Gethen para propor aquela nação que se junte ao Ekumen - uma espécie de liga planetária formada por planetas povoados por seres humanos. Naquele planeta, distante e assolado pelo frio extremo, ele descobre uma cultura que ao mesmo tempo é muito semelhante a sua - em desenvolvimento de tecnologias e crenças - mas que também possui uma característica intrigante: os gethenianos não sofrem com distinções de gênero, uma vez que não são nem homens nem mulheres. Enquanto Ai tenta cumprir sua missão ele acaba por se envolver em uma trama política e aprende mais sobre a biologia e a cultura daquele lugar.

Tenho sentimentos conflitantes em relação a este livro. Estava muito ansiosa pra lê-lo (o que confesso pode ter atrapalhado um pouco minha experiência) pelo fato de ser um livro de ficção científica escrito por uma mulher (raras no gênero, especialmente clássicos) na década de 60 e que fala sobre temas bastante atuais. Mas a leitura, afinal, não foi nada como eu esperava. Mas isso não é de todo ruim e a seguir explicarei porquê.

Não foi uma leitura rápida ou fácil, uma vez que somos jogados direto na história sem grandes contextualizações e o texto é muito arrastado, com descrição detalhista dos cenários e de comportamentos culturais. Tanto é que até metade do livro me senti um tanto ignorante, por não compreender completamente tudo o que estava acontecendo. São muitos nomes de locais e pessoas, palavras idiomáticas, nomenclaturas, etc. E somado a isso, aqui temos três narrativas distintas: a visão de Ai, a visão de um outro personagem e também registros de pesquisadores sobre o planeta e suas características e crenças. Mas essa avalanche de informações se prova muito útil mais a frente, já que tudo que a autora coloca vai fazer sentido em alguma parte da história.

Assim como o protagonista, Genly, nós leitores também demoramos a nos acostumar com a cultura e a ideia de pessoas sem gênero. Em Gethen, temos humanos andrógenos que somente no kemmer, seu período reprodutivo, assumem o papel de macho ou fêmea. Dessa forma, onde não há distinção entre órgãos sexuais, não há desigualdade ou superioridade de gênero. Um mesmo indivíduo pode vir a ser pai de uma criança num período e no próximo ser mãe, gestando uma criança.

A mão esquerda da escuridão foi publicado em 1969, meio século atrás. época em que o feminismo e as críticas ao machismo e o patriarcado começavam a ganhar força nos Estados Unidos. Levando isso em consideração, acho justo dizer que Ursula foi alguém a frente de seu tempo. Seu livro, embora de forma mais sutil, é genial e usa das palavras certas pra questionar tudo em que acreditamos sobre gênero. Além disso, cumpre seu papel como ficção científica perfeitamente (inclusive, elogios também ao prefácio, que fala sobre o gênero e o papel do autor nisso), falando sobre como não estamos sozinhos no universo e como podem existir, lá fora, trocentos planetas e nem todos eles terão uma cultura semelhante a nossa.

Não é um livro com grandes reviravoltas ou que se aprofunda muito na questão da androginia. Ele fez questionar, isso é certo. Cabe ao leitor, se de interesse, buscar mais sobre o tema. Recomendo muito pra quem curte ficção científica com uma pegada mais política.
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livrodebolso 14/10/2019

Não foi o mergulho mais fácil, mas eu enxerguei os corais. Neste livro, a mitologia está toda criada, e o protagonista já é familiarizado com o mundo, por isso, diferentemente de Harry Potter, por exemplo, não há um caráter introdutório e o leitor precisa se esforçar para se acostumar com a narrativa.
Felizmente, Ursula foi a melhor contadora de história que conheci nos últimos tempos. A elegância de suas palavras, a precisão descritiva, até mesmo os detalhes exagerados (que normalmente me desagradam, mas não com ela), fizeram deste uma das surpresas do ano.
Não é um livro novo (1969), mas as discussões são absolutamente atuais: no planeta Inverno (Gethen, na língua local), os habitantes são todos ambissexuais; por conta disso, situações de machismo, desigualdade, identidade e superioridade de gênero são inexistentes.
Curiosamente, o narrador é (quase sempre) um terráqueo masculino considerado uma aberração por estar sempre em estado de reprodução (em Inverno, apenas uma vez por mês os casais tomam forma de homem ou mulher, um em seguida do outro, podendo, portanto, um mesmo indivíduo vir a ser pai e/ou mãe). Sem dúvida, esta é a característica mais peculiar, porém, uma trama política envolve todos os aspectos antropológicos da obra: Genly Ai, o humano da Terra, é um embaixador do Ekumen (a ONU interplanetária), e precisa convencer Gethen a se juntar aos outros planetas. Tarefa difícil, Ai passa por graves dificuldades e recebe ajuda inesperada de Estraven, político importante que apoia sua causa. Ambos precisam atravessar quilômetros no gelo, dependendo inteiramente um do outro, para tentar resolver seus infortúnios. As últimas cem páginas são as mais lindas que eu tive a honra de ler um dia.
Ursula é impactante, destruidora e realista. No prefácio, ela tenta convencer que os romancistas de sci-fi não sabem prever o futuro. É claro que não: este livro foi escrito ontem e está sendo escrito hoje. E eu espero que no futuro ele seja apenas uma estranha lembrança.
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Viick 09/09/2019

URSULA LE GUN ENTRE NA MINHA CASA E COMA * ** DE TODA A MINHA FAMÍLIA
Um livro que só pode ter saído da cabeça de uma mulher e mais do que isso UM FRUTO DA DÉCADA DE 60, quando o feminismo pensava a condição feminina de um jeito DECENTE e sem teoria ANTIMULHER.
Obrigada, Ursula, por melhorar o meu ano.
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