Caçadores de Bruxas

Caçadores de Bruxas Raphael Draccon




Resenhas - Dragões de Éter: Caçadores de Bruxas


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carlosmrocha 31/07/2010

Como Raphael Draccon furou a fila.
Publicado em 2007 pela editora Planeta, pelo jovem autor estreante e roteirista Raphael Draccon, um livro que prometeu criar um universo que resgatasse o espírito juvenil da série animada cultuada nos anos 80, Caverna do Dragão. Cabe aos leitores conferirem, mas em minha opinião, o livro oferece um outro tipo de estória, divertida, sombria e instigante e que destrói e reconstrói personagens familiares ao nosso imaginário coletivo.

Como Raphael Draccon furou a fila.

Soube deste livro através de uma divulgação na Internet, há alguns meses. Chegando ao site oficial de divulgação da obra, pensei: "mais um autor de Fantasia Nacional conseguindo publicar... Que bom! E, é claro, mais um livro para minha concorrida fila de leitura". Como de costume, fiz minhas malas para participar do EIRPG e especialmente do Fantasticon. Minha primeira atividade no evento foi participar de encontro do GELF, Grupo de Estudos de Literatura Fantástica, presidido pela criadora do GELF, a carismática escritora Rosa Rios. O tema foi "Contos de Fadas: Arquétipos e Fantasia através dos séculos" e fizemos leitura e discussão de textos relacionados a contos de fadas. (para detalhes, nada melhor que ler o relatório no Blog da Rosana). Acontece que o quinto texto, era justamente extraído o livro Dragões de Éter e os comentários da Rosana foram responsáveis pela "furada de fila" da obra do Raphael. Assim, saí do evento com uma cópia adquirida que já comecei a ler durante minhas férias, tendo passado por São Paulo, Ubatuba e Paraty.

O Livro

Dragões de Éter Caçadores de Bruxas - se passa em uma terra fantástica chamada Nova Ether, um mundo sem deuses, mas repleto de Semideuses e suas criações: Homens, trolls, anões, fadas boas e fadas corrompidas. Estas últimas ao ensinaram os segredos de magia negra às mulheres, deram origem às temíveis bruxas. Não há um protagonista na narrativa de Draccon, exceto talvez o próprio narrador, que participa ativamente da estória, abusando de seus super-poderes de contador de estórias, procurando sempre deixar narrativa mais instigante.

O livro é dividido em três atos e é composto por uma seqüência de capítulos curtos, o que facilita a leitura, mesmo quando se está com pouco tempo. De forma sempre alternada, somos introduzidos aos principais personagens da trama: Ariane Narin, os irmãos João e Maria Hanson, os também irmãos, príncipe Axel Branford e Anísio Branford, o pai destes, o Rei Primo Branford e mais uma dúzia de figuras importantes da cidade de Andreanne, capital do reino de Azarllum. Bom, você poderia dizer, e daí? O que este livro tem de ruim, ou de bom? Bem, eu diria, vamos por etapas.

Novos contos de Fada que ora surpreendem e ora dão arrepios

Com poucos minutos de leitura, começamos a perceber, além da personalidade forte do narrador, a grande sacada desta estória. A reutilização e reformulação de personagens dos contos de fada, tais como Chapeuzinho Vermelho e o infame pirata Capitão Gancho. Além disso, há criação de novos personagens baseados no contexto de histórias de fada e outras referências da cultura pop, como jogos da série japonesa Final Fantasy. Raphael constrói com habilidade uma trama de relações entre tais personagens dando uma perspectiva menos idealizada, algumas vezes explicitando a maldade, crueldade e repugnância de seus vilões, que é usualmente mascarada e atenuada nas versões politicamente corretas de contos de fadas aos quais nos acostumamos a ver, talvez uma conseqüência da divulgação de muitos destes contos pelas animações da Disney. Em contraposição aos contos em que a morte da mãe do Bambi constituiu elemento polêmico, bruxas cruéis e piratas sanguinolentos são vilões que habitam e ameaçam a paz do reino de Arzallum e suas personagens.

Pela estrada afora, eu vou bem sozinha! Levar estes doces para a vovozinha.

Outro aspecto divertido da narrativa de Draccon, é um realinhamento lógico de acontecimentos dos contos de fada. Por exemplo, tomemos a história de Chapeuzinho Vermelho. Que mãe mandaria sua filha de nove-dez anos, atravessar uma floresta potencialmente perigosa, habitada por lobos famintos? O que uma velha senhora de idade faria morando numa casa no meio de tal floresta? Por que o lobo, tendo a oportunidade de encontrar-se com a menina, desprotegida nesta trilha, não a devoraria? Por que e iria esperá-la na casa da vovó? E quem ficaria dando explicações para tais fatos? Afinal, é apenas um conto de fadas, ora bolas! A resposta: Raphael Draccon, que se propõe a responder tais questões, sendo este um dos fatores de boa diversão contida no livro.

Adiante, o que vem?

Sinceramente não sei como está sendo a receptividade da obra de Draccon pelo público. E devo dizer, por tratar-se de uma mistura de elementos e estilos, alguns leitores poderiam não se identificar com a obra. Afinal, há momentos em que o livro parece voltado para um público adolescente, em contrapartida, há momentos em que o autor não demonstra misericórdia. Como quando os vilões aparecem para fazer seu papel, e como mencionei, a crueldade e maldade de seus atos não é mascarada. Assim, temos a contraposição de capítulos leves com romance, bom humor e ação de violência moderada, com alguns momentos na trama que classificaria como no mínimo: sombrios.

Para terminar, gostaria de ressaltar o fato de que a publicação um livro de Fantasia, da envergadura de Dragões de Éter e suas 420 páginas, por um autor estreante, em nosso país, já é por sim um grande feito.

Em segundo lugar, se forem apontados problemas ou críticas ao autor, não deixaria que isso fosse impedimento para seguir em frente. Aprendi isso quando tive uma oportunidade de contato com o incrível autor inglês, Brian Talbot, numa oficina sobre a criação de roteiros visuais para histórias em quadrinhos. O que me marcou, foi uma amostra que autor trouxe de sua primeira obra publicada. Era de fato, um trabalho bem simples se comparado com as obras maravilhosas que o Sr. Talbot vem publicando nas últimas décadas. Quando começou, não dominava todas a as técnicas, mas nunca desanimou e seguiu em frente, para tornar-se um grande autor.

Vejo em Dragões de Éter essa mesma semente. Raphael se apresenta como autor, narrando uma trama complexa, com personagens interessantes e um mundo de fantasia inspirado em contos de fada, vídeo games e cultura pop. Uma boa diversão para aqueles que se identificam com releituras de personagens e estórias de fantasia. E como história bem construída, tem seu clímax no terceiro ato, o ponto em que passei a gostar do livro e relevar meu desejo secreto para que um dos personagens da trama fosse morto: o narrador. Quem sabe no próximo livro?
Moon =D 22/05/2010minha estante
muito boa a sua resenha! parabéns. é sempre bom valorizarmos os autores nacionais, afinal, eles são, ou podem, ser tão bons quanto os de qualquer outra nacionalidade. Me interessei ainda mais pelo livro. =)


carlosmrocha 31/07/2010minha estante
Obrigado, Moon! Que bom que gostou. Estive bem parado com leituras e escrita, mas retomando aos poucos.


melissa 27/11/2011minha estante
Tem uma explicação pra mistura adolescente com um lado adulto cruel e ela se chama "literatura para jovem adulto" ou YA.


Lilian 'Indily' 26/04/2012minha estante
Excelente a resenha, sinopse e explicação do livro pelos teus olhos! Expressou bem tudo o que passa!


Mauro 18/01/2014minha estante
A sua é a melhor resenha. Soube ser bastante imparcial.


carlosmrocha 20/01/2014minha estante
Obrigado, Mauro!


Lola 06/12/2017minha estante
Olá ! Por acaso vc tem alguns livros para indicar que atraiam a atenção de um menino de 15 anos que só sabe ficar no PC jogando ? rsrsrs aqui é uma mãe tentado fazer o filho ler ;)


Mimi Macedo 24/05/2021minha estante
Ganhei essa semana O Estandarte, próximo na fila. Procurei resenhas pra relembrar, é nossa vc escreveu muito bem. Na época q li não fazia registro do tempo de leitura, mas acredito q foi antes de 2016.


Maria10112 05/05/2023minha estante
Eu acho que esse foi o primeiro livro brasileiro que eu amei




Clio0 25/05/2015

É um livro com altos e baixos.

Altos:

O autor se esforça um bocado com a narrativa, essa segunda edição obviamente foi mais trabalhada com a primeira e o esforço empregado para transformar um calhamaço de mais de quatrocentas páginas em uma leitura dinâmica foi bem sucedido.

A história é uma mescla de contos de fada com uma quantidade absurda de referências pop ou cult. É fácil identificá-las, mas elas não atrapalham o entender dos acontecimentos - assim, ninguém precisa levantar pedras quanto ao fato de que não há notas absolutamente para facilitar o entendimento.

Baixos

Os diálogos são meia-boca. Não estou me referindo ao fato de que o autor mistura português ultra-culto com gírias brasileiras (sobretudo carioca), mas ao fato de que a narração é tão minuciosa que os diálogos se tornam irrelevantes. Não há informações novas, é apenas um jogo de palavras para reforçar o estereótipo do personagem.

O desenvolvimento da história é fraco. O leitor não apenas não precisa fazer nenhum esforço para entender o que está acontecendo, como é quase soterrado pela quantidade de informações redundantes sobre o que está acontecendo.

Enfim, é um livro mediano - nem bom, nem ruim. Se Draccon conseguir resolver essas coisas em mais uma revisão, pode facilmente figurar um bom ou até um ótimo.
Nica28 06/12/2021minha estante
Você conhece algum livro com bruxas? Com uma maturidade fantástica bem construída e desenvolvida ? Meio dark


Clio0 07/12/2021minha estante
Witcher não é exatamente focado em bruxas, mas é bem construído. Quando as Bruxas Viajam de Terry Pratchett é ótimo, mas é mais puxado para a comédia.


Nica28 07/12/2021minha estante
Vou ver depois, obrigada. Eu vi sua seleção de livros e fiquei animada com tanta indicções kkkkk




Vee1008 19/06/2022

"Nunca olhe para as estrelas. As estrelas olharão para você"
Eu tenho uma relação de apego emocional com essa história, eu ganhei do meu irmão quando tinha uns 12 anos e foi justamente essa saga que me fez não só começar a amar ler, mas também me fez entrar de cabeça na fantasia. Me apaixonei quando era menor e hoje eu consegui me apaixonar mais ainda por esse universo.

Pra quem não sabe, esse livro narra a história de vários personagens de contos populares juntos (chapeuzinho vermelho, João e Maria, etc.) Isso por si só já faz parecer que não vai dar certo - até por que são muitos pontos de vista -. Mas a forma como o Raphael decidiu narrar acabou deixando bem fácil. O narrador é outro fato que adorei, ele é uma parte importante que faz você ficar preso ali.

Era e continua sendo mágico, o tipo de história que todo mundo deveria ler, te deixa com o coração quentinho e te faz pensar em várias coisas. Então leia, sério, não vai se arrepender. (Além de tudo É NACIONAL)

"Se um dia tiver a real oportunidade, e achar que aquela é a única de sua vida, agarre-a com unhas e dentes."
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Luaa_ 07/12/2021

Uma Joia!
(2019)
Se eu tivesse que definir essa trilogia, com toda certeza seria como JOIA!
Para mim, esse livro é aquela Joia rara que é muito difícil de encontrar, mas quando você encontra, nada se compara a ela.
Eu amo demais todo o universo criado por Raphael! Ainda mais, como defensora dos autores nacionais, por o livro ser de um autor brasileiro.
Acho que esse livro não tem a hype que merece! ?

A todos os fãs de Dragões do Éter: Vocês também ficam impressionados quando choraram, mas as lágrimas desceram só de um lado?? (Entendedores entenderam!)
Bia 07/12/2021minha estante
Essa trilogia é incrível!!! ?


moonvilliards 07/12/2021minha estante
Termenei Estandartes de Névoa recentemente e vou reler TUDO!


Luaa_ 07/12/2021minha estante
Também estou querendo reler os livros! Saudade da história!


moonvilliards 08/12/2021minha estante
VAMOS PANFLETAR DRAGÕES DE ÉTER ????


Luaa_ 08/12/2021minha estante
Sim!!!!!!


Bia 08/12/2021minha estante
Vamos!!!!!!!!


Raquel1299 07/01/2022minha estante
Eu queria muito ler, mas não via ninguém falando sobre esses livros então acabei esquecendo deles... Acha q vale a pena msm???? Queria a opinião de alguém pra saber...


Luaa_ 07/01/2022minha estante
@Rachel Vale sim!!!! Tem bastante tempo que eu li, então não lembro de todos os detalhes da história, mas a sensação da leitura a gente nunca esquece. Eu fiquei muito surpresa e encantada com esses livros, principalmente quando descobri que se tratava de um autor brasileiro (até o momento em não tinha tido muito contado com livros de fantasia de autores nacionais). A história é super original e, realmente, muito maravilhosa! Da narração, aos personagens, até a história em si, tudo é muito cativante.
Inclusive, eles estão na minha lista de releitura desse ano.


Raquel1299 07/01/2022minha estante
Aaa vou ler então vlww @Luaa_


Luaa_ 07/01/2022minha estante
Nada!! Se precisar de qualquer dica, pode chamar! @Rachel


Bruna 13/01/2022minha estante
Lua! Pode me tiara uma dúvida? Esse livro qual é a classificação dele?


Luaa_ 13/01/2022minha estante
Oiii... Esse livro é classificado como Infanto-Juvenil. Não sei a idade exata, mas o livro não tem nada demais.


Luaa_ 13/01/2022minha estante
Eu super recomendo!!! ?


Bruna 13/01/2022minha estante
Obrigada Lua! Amei ser perfil e sempre que quero algumas indicações vou perguntar pra vc!


Bruna 13/01/2022minha estante
Já leu Percy Jackson?


Luaa_ 13/01/2022minha estante
Pode perguntar sempre!!! Já li sim!! Sou extremamente apaixonada por Percy Jackson. Qual é o seu chalé??


Bruna 13/01/2022minha estante
Lua mas se vive fosse dar uma classificação para o livro qual seria?


Bruna 13/01/2022minha estante
Eu nem sei qual é meu chalé como eu descubro?


Raquel1299 13/01/2022minha estante
Bruna, procura como descobrir meu chalé teste oficial do Rick


Raquel1299 13/01/2022minha estante
Ele criou um pra gente descobrir nossos parentes olimpianos


Luaa_ 14/01/2022minha estante
Acho que Dragões do Éter se enquadra em 12 anos. @Bruna


Luaa_ 14/01/2022minha estante
Você pode fazer o teste nesse site aqui: https://www.readriordan.com/2017/10/12/what-god-are-you-descended-from/


Luaa_ 14/01/2022minha estante
Rachel, qual o seu chalé???


Raquel1299 14/01/2022minha estante
O meu é o 6
E o seu Lua??


Luaa_ 14/01/2022minha estante
O meu também!!!!! ????


Luaa_ 14/01/2022minha estante
Ora essa, acabei de encontrar uma irmã meio sangue!


Bruna 14/01/2022minha estante
Obrigada meninas


Bruna 14/01/2022minha estante
Vou fazer e falo pra vcs! Eu amo percy jackson quero ler todos os livros do Rick Riordan! Ele é meu autor favorito!!!


Gabexrv 07/03/2022minha estante
Nossa, eu li os 4 livros e ainda fico emocionada


Luaa_ 07/03/2022minha estante
Eu tb!!!! @jujuba




Leta 02/09/2021

Dragões de Éter
Eu já tinha ouvido falar do livro algumas vezes, e é por isso que quando não tinha nada para ler, decidi dar à dragões de éter uma chance.
Me falaram da escrita de Raphael Draccon e de seus personagens envolventes. Mas acho que me envolvi muito mais no livro do que eu imaginava que faria.
Na minha opinião, é perfeito! Cada personagem tem sua personalidade própria, assim como cada um tem sua história. É fantástico como você pode conhecer muito mais sobre as histórias infantis que todos nós ouvíamos quando crianças neste livro, muito mais do que em qualquer outro. Por isso que eu, que sempre gostei de ler sobre as outras versões dos contos e fadas, acho que com certeza vale a pena ler este livro maravilhoso. Além dos que nós já conhecemos, a saga conta com personagens criados pelo próprio autor, que é brasileiro. Vale muito a pena ler este livro maravilhoso, e eu sem dúvida recomendo que você também leia os outros.
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Larissa3929 20/07/2021

Melhor do que imaginava
Eu tenho que exaltar a narrativa desse livro. É genial. Nunca havia lido um livro com uma narrativa tão interessante e cativante. A quebra da "4 parede" é feita de uma forma inominável, com tamanha sagacidade, que eu não podia acreditar enquanto lia.

Fora a narrativa que claramente fiquei apaixonada, a história por si é muito envolvente. Gosto muito de livros que tratam mais de um núcleo, e em Dragões de Éter não foi diferente.

É um livro de fantasia muito gostoso e fácil de ler, que os elementos são inseridos e é fácil a compreensão dos mesmos. E essas informações jogadas sempre me incomodou em alguns livros de fantasia, e definitivamente isso não ocorre em Dragões de Éter.

Queria muito que essa obra nacional fosse mais valorizada, pois é um ótimo livro, que particularmente, da em banho em muitos livros de fantasia famosos por aí.

Definitivamente, Dragões de Éter entrou para os meus livros preferidos. Mal posso esperar para ler os próximos.

Viva nossa literatura nacional ???
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Maltenri 02/08/2011

O que uma bela capa não faz...
Adquiri recentemente o box contendo a trilogia Dragões de Éter. Grandemente influenciado pelo enorme volume de críticas favoráveis, decidi lê-lo o quanto antes. Acabado o primeiro tomo, resultou um misto de esperança e decepção.

Comecemos pelo começo como já dizia o sábio grego (Aristóteles). Raphael Draccon, jovem escritor carioca, começa sua jornada pelo mundo da literatura com “Caçadores de Bruxas”, livro de literatura fantástica. O livro é baseado em vários dos contos de fadas que povoaram muitas infâncias por aí. Esses contos, como estabelece o autor, são extraídos de episódios ocorridos em Nova Éther, mundo povoado por humanos principalmente mas também por vários outros tipos racionais (mais ou menos desenvolvidos).
A sinopse é difícil de ser resumida sem “spoilar”, razão pela qual suspeito da ausência de tal prática na contracapa ou na orelha do volume. Neste mundo fantástico, e mais precisamente na capital do reino de Arzallum, Andreanne, reina a paz após um período violento e sombrio. Durante este período, chamado de Caça às Bruxas, combates violentos e uma atmosfera negra reinavam no mundo. Após o fim deste episódio trágico, o herói do momento, Primo Branford, assume o trono do reino. Estabelece vários anos de paz, tumultuadas apenas por dois episódios trágicos: as histórias de chapeuzinho vermelho e de João e Maria. Porém, após todos estes anos de paz, uma sombra paira sobre o reino e a paz pode não ser mais tão garantida quanto todos gostariam de acreditar.

O leitor atento vai reparar num paradoxo: contos de fadas associados a eventos trágicos? Esta é a maior força do romance de Draccon. Ele consegue, e muito bem, rever contos que são bonitos para crianças, dando explicações mais racionais e adultas para os eventos ocorridos nesses contos, ao mesmo tempo imaginando o que aconteceria com os protagonistas Chapeuzinho Vermelho, João e Maria – que também são alguns dos protagonistas do livro. Desta forma, clássicos da literatura infantil se tornam contos trágicos sob a pluma de Raphael Draccon.
Alguns dos contos revisitados são, claro, “Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Mau”, “João e Maria”, mas também “Capitão Gancho” ou a ”Princesa e o Sapo”, tudo regado as mais diversas referências da cultura pop.

Observando o grande número de contos abordados pelo autor, pode-se chegar a uma conclusão: muitos são os personagens de “Caçadores de Bruxas”, sejam eles oriundos de contos ou da imaginação do autor. Durante todo o livro, o autor-narrador segue um ou outro de seus personagens principais, bem ao estilo das mais variadas histórias fantásticas.

O jovem carioca escreve de maneira leve, com um vocabulário bem acessível, ideal para jovens leitores. Uma ou outra palavra podem ser desconhecidas, porém nada que um bom dicionário não resolva. Seu estilo leve, com frases curtas, permite uma leitura rápida e agradável da obra: ponto muito promissor para uma primeira tentativa escrita.
Como já disse, a narração é feita pelo autor-narrador, e nesta história isto é mais do que nunca verdade. Não direi mais para não estragar uma das descobertas fundamentais da obra. No entanto, gostaria de fazer minhas as palavras do editor Pascoal Soto, quando este declara que Raphael Draccon é um bardo de nossos tempos. Não acredito haver melhor definição para o estilo de Draccon. Digo isto pois realmente temos a impressão durante o livro que o narrador está frente a frente conosco, em uma taberna, bar ou qualquer outro estabelecimento onde servem comes e bebes, contando (ou cantando, pois era o que os bardos de outrora faziam) uma história de terras ou tempos desconhecidos.


Esta característica é interessante e inusitada. Apesar da originalidade, durante a obra, o estilo é inconveniente muitas vezes. Credito isto na conta da inexperiência. Muitas vezes, para dar opiniões ou fazer piadas como se estivesse contando oralmente uma história, o narrador interrompe a história, quebrando o ritmo e de certa forma perdendo um pouco o leitor. Este tipo de interrupção funciona em conversas, porém no escrito isto esfacela a trama, tornando a leitura por vezes enfadonha.

Continuando no tema da narração, é importante salientar que uma narrativa feita acompanhando ora um personagem, ora outro, não pode ter capítulos tão breves quantos os de “Caçadores de Bruxas”. Como já estabelecido, cortar toda hora a evolução da trama só perde o leitor, que não consegue se firmar em aspecto algum de uma história. Ler vários aspectos de uma trama não é um problema, e sim uma vantagem, porém mudar de perspectiva a cada minuto lido torna-se um problema. Vide o exemplo da série televisiva americana “The Event”, muito criticada neste aspecto.

Outro problema freqüente é um certo enchimento de lingüiça, num português bem direto. Piadas repetitivas, explicações desajeitadas e por vezes incompreensíveis além de dar vários pontos de vista para um mesmo evento (poderia ser interessante se o autor não usasse as mesmas frases e parágrafos nos diferentes pontos de vista) são encontrados no decorrer da trama. Acredito que a intenção fosse aumentar o aspecto da conversa com o leitor, mas muitas vezes isto satura desnecessariamente a narrativa.

Um problema grave, que a meu ver pode se tornar erro freqüente caso não seja remediado, é o fato do autor anunciar a torto e a direito o que vai acontecer em seguida alguns capítulos antes do real momento. Como quando assistimos “Caverna do Dragão” (para utilizar o exemplo do autor), ou qualquer outra série de TV, e a cada intervalo ou fim de episódio, o narrador fala: “porém uma nuvem negra paira sobre os heróis”, ou então, “porém esta decisão vai ter conseqüências mortais no próximo episódio”. A trama é suficientemente boa sem este tipo de artifício para prender o leitor. O leitor quer, e vai saber o que acontecerá. Um livro não é um programa de TV que busca garantir telespectadores custe o que custar. É como contar uma piada e começar a rir antes do final: o receptor não sente o que sentiria se tivesse descoberto o final sozinho.

Para terminar o quesito narração, percebe-se que é o primeiro livro do autor quando muitas vezes durante diálogos, o autor alterna momentos de linguagem formal com linguagem informal no mesmo diálogo. Isto torna tudo menos verossímil, e colabora para uma imersão nem tão eficiente.


Falando em imersão e linguagem, é importante mencionar a mistura que o autor faz de gírias e expressões modernas (especialmente carioquismos, fazendo jus a sua origem) em alguns momentos com uma linguagem excessivamente formal, utilizadas há sabe-se lá quanto tempo e completamente inutilizadas hoje em dia. Tudo isto torna o universo ainda menos crível, sendo que uma linguagem normal moderna e uniforme, sem muitas gírias, seria mais do que suficiente para a imersão total do leitor.

A questão do universo também ainda não foi dominada por Draccon. No começo do livro nos deparamos com um mapa (que não saiu bem na impressão, pelo menos na minha edição da Leya, muito escuro, não podendo ser bem analisado). Porém no desenrolar dos eventos, muito pouco se utiliza realmente do mundo físico: o mapa torna-se supérfluo. Talvez nos próximos volumes da saga ele se torne importante, porém neste primeiro, é um elemento totalmente desnecessário. Mas isto é um detalhe perto dos outros problemas do universo criado por Draccon.

O maior problema é Draccon se perder no próprio universo. Pode parecer improvável, mas uma leitura atenta mostra que Draccon não se sente tão à vontade assim dentro de sua própria criação: problemas de câmbio entre as moedas do universo, anunciadas de um jeito no começo, porém mudadas no decorrer da trama (ou então o Raphael errou na matemática); um príncipe com problemas de geografia e conhecimento dentro de seu próprio reino (quando foi estabelecido que este entende a geopolítica de Nova Éther); ou então um personagem, que está em período de aprendizado escolar não saber diferenciar as raças do mundo (como se alguém não conseguisse diferenciar um gato de um cachorro no nosso mundo).
Da mesma forma, certos elementos podem parecer extremamente inverossímeis para o leitor atento: senhas de segurança máxima que não mudam em anos (algo realmente seguro e normal).
E há também incongruências na história tecida pelo autor: a maior delas sendo a história entre a rainha e o rei de Arzallum; ou então um personagem já calejado por guerras e crises que se deixa levar a loucura por um dia e meio de crise.

Pode parecer implicância com pequenos detalhes, porém quase qualquer um pode criar um universo bruto. A diferença, ou seja, a marca da excelência está na lapidação que o criador faz nos seu universo: os mais verossímeis, os melhores são aqueles em que tudo se encaixa, nem que todos os pormenores fazem sentido. É no detalhe que se encontra o verdadeiro brilhantismo.


A maior crítica que posso fazer, no entanto, está no âmbito intelectual e filosófico.
É verdade que o autor desenvolve uma belíssima metáfora no decorrer da narrativa, falando sobre o criador-escritor, por intermédio do narrador. Desenvolve idéias interessantes, como o fato de tanto o criador como os observadores da criação – ou seja, o leitor – serem responsáveis pela perenidade do mundo. Ou então o fato do criador moldar e modificar o mundo como deseja, estabelecendo isto como uma prerrogativa básica do escritor. Enfim, Draccon trata leitores e escritores da mesma forma, dando responsabilidades a ambos e instigando a imaginação do leitor, que segundo ele, está só a um passo de descobrir um novo universo, que tenha relações com o nosso e com todos os outros já descobertos (como ele descobriu Nova Éther).

No entanto, no decorrer da obra, Draccon apela para um maniqueísmo absurdo: o Bem e o Mal estão sempre presentes e o autor mostra seus personagens como um ou outro. Tudo é construído através do prisma desta dualidade: sentimentos, ações, pensamentos. Nada é uma coisa e outra ao mesmo tempo. Inúmeras são as vezes em que as palavras aparecem, sempre dividindo as coisas de formas grotesca, sem deixar espaço para o meio-termo. Por exemplo, orgulhar-se de algo feito com justiça é maléfico, e só a humildade é o bom caminho. Ou então o fato de negar ajuda a alguém é errado, mesmo que isso cause enorme dano a si mesmo e possivelmente outros. E mais, a providência recompensa aqueles que seguirem por tais caminhos “bondosos”.
O que nos leva a um ponto fundamental da obra: o excesso de lições de morais construídas para crianças. É verdade que a história se passa num mundo de conto de fadas, mas como o autor estabelece no início, um conto de fadas mais adulto. E não é o que se reflete nas incessantes lições de moral sobre o Bem contra o Mal. Nada melhor para exemplificar do que quando um dos personagens declama do alto de toda sua maravilhosa filosofia de porta de boteco que mesmo a plebe é cheia de gente rica apesar de seus meios materiais limitados, fazendo alusão, claro, à riqueza de caráter destas pessoas. Uma verdadeira apologia ao politicamente correto.

Algo que me deixou preocupado foi a doutrina religiosa cristã, e especialmente católica, existente na obra. Ao melhor estilo “Crônicas de Nárnia”, o carioca planta diversas filosofias religiosas na sua obra. Já falei do maniqueísmo e da providência que recompensa os de coração puro. Existem ainda diversos outros exemplos, sendo o mais marcante o “Criador”, que aparece em destaque a cada cinco minutos, provedor de tudo e responsável por todos, que olha pelas suas criações sem descanso; justo e cheio de compaixão, mas que não hesita ao castigar os que vão contra seus desígnios. Ou então as repetidas vezes em que o narrador descreve como a fé tudo resolve, pois este é o sentimento de maior importância e pureza. Sem falar nas fadas, que lembram estranhamente os profetas e anjos bíblicos, pregando a lei divina e testando os homens.
Podem falar que estou sendo demasiadamente implicante, mas tudo isto junto lembra demais um dogma que todos conhecemos. Mas prefiro responder usando as palavras do autor: “pelo Criador”, ou “que o Criador nos ajude”, ou então, a mais indicativa de todas, “Que as fadas estejam conosco (...); elas estão no meio de nós”. Lembrando que as fadas são as representações físicas do Criador.


Por essas e outras, não consigo considerar “Caçadoras de Bruxas” um bom livro. Raphael Draccon é talentoso e tem futuro, inquestionavelmente. Mas deveria ater-se a criar e narrar boas histórias, sem tentar dar lições de vida religiosas. Acho que qualquer humanista ficaria com os cabelos em pé ao ler este livro, especialmente quando o autor considera que nem todos os homens são iguais (*SPOILER**SPOILER* *SPOILER* sacrificar um membro da família real é melhor do que um outro qualquer *SPOILER* *SPOILER* *SPOILER*) . O estilo é interessante, com algumas falhas aqui e acolá, frutos certamente da inexperiência. As idéias e filosofias veiculadas pela obra, no entanto, são inteiramente dispensáveis.
diego 09/09/2011minha estante
FRancamente, o mesmo que eu pensei, apesar de não ter gostado do livro valeu a pena ler sua resenha muito bem feita, sensacional! Também não gostei dessa paçoca do autor, mundo atual com contos de fadas não dá! Abandonei a série...


Maltenri 12/09/2011minha estante
Agradeço o elogio Diego.


Igor Ramalho 26/10/2011minha estante
Concordo em gênero, número e grau!


Karol 31/01/2013minha estante
A melhor resenha que li sobre Dragões de Éter.


Gabi 14/06/2013minha estante
Que resenha perfeita!
Você conseguiu expressar em palavras tudo o que está na minha cabeça, mas não consigo explicar para as pessoas que me perguntam "Por que não gostou tanto desse livro?".
Estou agora começando o segundo livro da série, nem cheguei na página 100 ainda, mas infelizmente ele está pior do que o primeiro. :(


Vanessa - @livrices 06/12/2018minha estante
Concordo com tudo. Li os três volumes, por pura insistência.... me arrependi horrores.




Leandro Radrak 14/01/2009

Um Dragão falando de dragões.
Para aqueles que esperam encontrar batalhas de dragões, esqueçam. Dragões de Éter trabalha o simbolismo desta palavra, remetendo à força e liberdade dos homens. Cada personagem é um dragão, um ser de força de vontade, que preza por seus princípios e liberdade.
Mesmo assim, a Obra está longe de se afastar do Fantástico. Em uma inteligente re-leitura de conhecidos contos de fada, Raphael nos cativa com referências inesperadas, forçando-nos a lembrar de histórias esquecidas em algum lugar de nossas mentes.
A história é contada por um narrador bem Parcial, que não pensa duas vezes antes de expor suas idéias sobre o que está acontecendo na trama. Às vezes, tal narrador exagera um pouco na dose e deixa o texto cansativo, mas logo entra de volta na trama e prende nossa atenção com afinco. Admito que é necessário passar da página número 100 para se empolgar com a leitura. Mas julgo tal intervalo necessário, pois nestas páginas iniciais, o autor prepara as peças no tabuleiro, para só então mostrar a natureza de seu jogo.
Por fim, a narrativa culmina em uma mensagem ao leitor. Algo que fará algumas pessoas pensarem. Outras não. Aconselho uma pesquisa na Net, no Google mesmo, se você não entender algum termo, como egrégora, ou mesmo éter, isso ajudará na compreensão final.
Um livro que eu indico a leitura por dois motivos:
- O escritor é brasileiro, e vale a pena prestigiar o trabalho nacional (Que não perde em nada para os livros importados);
- Você não verá mais João, Maria (Aqueles da casa de doces) e Chapeuzinho Vermelho com os mesmos olhos...;
Aline Maia 14/12/2009minha estante
depois de ler sua resenha fiquei com vontade de ler o livro :D


Junior 08/03/2011minha estante
Vi esse livro numa livraria e achei super interessante. Tava procurando comentários sobre ele para saber se realmente vale ler, e pela sua resenha, me convenci. irei ler :D


Mari | Triplo Books 20/10/2011minha estante
Você disse a mais ura verdade.
Não consigo mais ver os personagem de outra forma.


Luciano 27/11/2011minha estante
Concordo com o que disse: nas primeiras 100 paginas ele "solta os nos" da trama, por isso é um pouco mais cansativo.. mas depois disso volta a amarrá-los e o livro se torna uma otima leitura!


tchucobrs 19/04/2012minha estante
gostei muito da resenha e adorei a colocaão:
" - O escritor é brasileiro, e vale a pena prestigiar o trabalho nacional (Que não perde em nada para os livros importados); "


Luanny 24/11/2012minha estante
Otimaa Resenha, Primeiramente fui a Bienal de São Paulo e encontrei FIOS DE PRATA, de Draccon e foi um amor a primeira vista inexplicavel, e no final do livro, apresentam-se algumas informações sobre Nosso escritor brasileiro e sobre Dragões de Éter e foi ai que me vi procurando por este na NET e por culpa de sua resenha fiquei extremamente curiosa e vou comprar logo o BOX *--*




Carla 20/11/2022

escrita muito boa, além de escrita envolvendo várias contos os quais são apresentados quando criança e de uma maneira totalmente diferente. Ansiosa para o volume II
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Thata 23/03/2021

Só a nostalgia é perfeita
Primeira vez que li esse livro eu tinha 13/14 anos e eu amei de paixão total
Mas eu era menos crítica e tinha um conhecimento muito limitado do mundo
Nova Ether é muito legal, ainda mais para mim que gosta de contos de fada
A história e personagens são cativantes
Mas...
A narrativa cansa
Você vai e volta e para no meio da ação pra contar porque um circo não é mais de um cara que faliu, mas sim da filha dele e eu não me importo, quero ver a continuação da narrativa
Mas
De cortasse tudo isso eu gostaria muito mais
Enfim, ótimo enredo, se fosse melhor contado
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Bru | @serialivros 10/06/2024

Procurando os dragões ?
Eu gostei de como a história é escrita e como o narrador participa da história e faz comentários muito bons

No geral, foi uma história que aproveitei apenas isso. Não consegui me vincular a nenhum personagem e a história em si também não me surpreendeu em nada
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Rusbis 12/01/2011

O que dizer sobre o livro?
Raphael Draccon, seu doido. Você me fez ficar fascinado com um livro como a taaaaanto tempo eu não ficava antes. Desde "Harry Potter" que o mundo da fantasia não foi mais a mesma coisa para mim e garanto, para muuuuita gente. Estava órfão de um mundo vasto e permeado de magia como o da senhora Rowling. Li livros excelentes até este momento, claro, mas, nenhum deles conseguiu passar a magia pura e excitante que "Harry Potter" conseguia me transmitir. Mas, eis que surge "Dragões de Éter". AAAAHHHHH, "Dragões de Éter" (olha a emoção da pessoa!). Gente, este livro é fantástico. Acabei de ler ele a poucos minutos e posso encher o peito e gritar a todo pulmão: "Os gringos tem Tolkien, nós temos Draccon!!!"
E não estou exagerando, povo. O livro é fantástico. Super criativo. Inovador. Incrível. Com toda a certeza, um dos melhores que já li este ano, se não for o melhor. A história prende tanto que, fiquei de uma sexta-feira para o sábado, lendo desde as 19:00 da noite até às 5:00 da madrugada, diretão e nem havia notado. Só fui perceber quando minha mãe bateu na porta do meu quarto delicadamente e disse: "VÁ DORMIR AGORA, SEU ZUMBI!!!"
É sério gente. Raphael Draccon conduz tão bem a história que nem vemos o tempo passar. Me senti religado à magia que havia ficado para trás com o fim de "Harry Potter".

Quais os destaques do livro?
Minha nossa!!! É tanto destaque que, se eu fosse falar todos, esta resenha ficaria maior que os três volumes de "O Senhor dos Anéis" juntos. Mas, vamos começar com os maiores destaques da obra. E que obra. A edição ficou primorosa, uma capa muito bem trabalhada e que, mesmo sendo simples, passou uma sensação tão boa e uma visão tão bonita que o livro se torna magestoso simplesmente pela capa. Os personagens. Noooooossa!!! Um melhor que o outro, gente. Ariane "Chapeuzinho Vermelhor" Narin é ótima. Muuuito engraçada, doidinha, destemida e cativante. Evolui muito no decorrer da história, passando de uma menina super protegida dos males do mundo e inoscente para uma criança com visão da maldade ao seu redor e determinada a fazer o certo. João "Joãozinho" Hanson é incrível. Irmão mais novo super carismático, esperto de dar inveja e bem "às avessas". Morri de rir com muitos momentos de ataque de ciumes dele. Ele é hilário. Até mesmo os vilões são ótimos. Todos são tão bem desenvolvidos que ficamos até meio que do seu lado, mesmo sabendo que eles não estão fazendo o certo. Fiquei comovido com a história de Babau, a famosa bruxa da Casa de Doces.
A narrativa, com certeza é o ponto mais forte de toda a história. O narrador é como se fosse um bardo, um contador de histórias, desses que se sentam em uma taberna (que tal a "Lobo Mal", taberna mais famosa de toda Andreanne???) e nos contam a história toda, com um pitaco aqui e outro ali no seu ponto de vista. Ele usa e abusa dos poderes que tem de controlar aquele mundo, nos mostrando vários fatos que ocorrem ao mesmo tempo, pausando cenas e nos permitindo andar por todo o cenário em pausa e avançando ou voltando no tempo para nos mostrar fatos interessantes e curiosos que levaram à uma determinada ação (morri de rir com a história do "veadinho cute-cute"). O grande ponto alto de toda a obra.

Quais os pontos negativos do livro?
E teve??? Sério, povo, este é um dos primeiros livros que leio e não vejo ponto negativo NENHUM. Pouquíssimos livros que li saíram sem nenhum ponto negativo, e, para citar alguns, "As Brumas de Avalon", "Eldest", "O Iluminado", "Harry Potter e a Ordem da Fênix" e mais uma meia dúzia, apenas. E este está incluído entre os livros que li e não tiveram pontos negativos.
EEEEeeeeehhhh!!! (olha a animação da criança!!!).

Concluindo:
Digo que: Deixem de ser preconceituosos e abram os olhos para a literatura brasileira atual.
Gente, tem tanta coisa boa escrita por gente da "nossa terra" que é uma vergonha para nós não aproveitarmos essas ótimas obras. Se nós não lemos livros de escritores brasileiros, como as editoras vão criar coragem de investir neste trabalho? Temos de incentivar. E nada melhor do que incentivar do que com livros perfeitos como este. Recomendo este livro a TODO mundo. Isso mesmo, desde os leitores de chick-lit aos devoradores de romances históricos. Todos vão adorar, pois, "Dragões de Éter: Caçadores de Bruxas" é fantástico e o NOSSO "Senhor dos Anéis"!!!
kelly 11/12/2011minha estante
Depois dessa resenha tão entusiasmada não me resta outra opção: Tenho que ler imediatamente este livro!!! Adoro suas resenhas!!!




Douglas 29/11/2012

RPG de iniciante
Cheguei a conclusão de que Dragãoes do Éter foi uma aventura de RPG, mestrada por um narrador iniciante para uma mesa de adolescentes.
O livro é ruim.

Eu nunca na minha vida havia lido tanto "E".
"E ele foi... E ele entrou... E então tudo aconteceu... E foi então que ela notou..."

Simplesmente todas as páginas do livro possuem "E", o que me angustiou.


Os personagens possuem personalidades forçadas. Maria ou a Arianne não são inteligentes tanto quanto a Hermione (e eu não gosto de Harry Potter), o príncipe Axel não é o Aragorn e por ai vai.
Sempre tem o mais malvado, o mais bondoso ou o mais sábio.



Por respeito ao trabalho de muitos envolvidos, irei até o fim. Só estou curioso para saber se nos outros livros o autor evoluiu. Alguém sabe dizer?
Gabriel 26/12/2014minha estante
Evoluir é uma palavra mt forte, meu amigo. Mas o Raphael sem dúvida demonstrou "alguma" melhora no segundo. A quantidade de "E"s, infelizmente, continua gigante kkkkkkkkkkkkk




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