Amanda1350 28/03/2024
Poder, Amor e Obsessão
Essa review contém spoilers dessa história, e do arco A Queda de Murdock (Born Again).
Bill Sienkiewicz cria uma das versões mais visualmente icônicas do Rei do Crime, a qual inspirou seu design no primeiro filme do Aranhaverso, a narrativa gráfica aqui dispensa comentários. Frank Miller aproveita essa minissérie para continuar explorando o núcleo narrativo do Rei com sua amada Vanessa, contando a história à partir de alguns pontos de vista distintos com um viés violento que emula a narrativa noir vista em trabalhos posteriores como Sin City. O amor, seus efeitos e distorções que mascaram obsessões permeiam o subtexto da história. Pra mim, esse é o prelúdio perfeito para a Queda de Murdock. Aqui, a última pagina termina como a história começou, com o Rei sozinho, refletindo sobre seu poder, e como ele tem tudo que queria, mas dessa vez, sem mencionar Vanessa. A última página da Queda de Murdock, retrata o Demolidor sorridente na companhia de sua namorada Karen, demonstrando o porque ele é o herói mais resiliente da Marvel, e nos fazendo refletir sobre como seguir em frente diante da imensidão do sofrimento. Em Amor e Guerra, Wilson Fisk perde a única pessoa que representava uma esperança de humanidade pra sua alma, perde o amor da sua vida, que mesmo com a mente fragmentada, parece querer distância dele. O monólogo inicial e final, sobre poder e como o Rei tem tudo que precisa (menos o amor de Vanessa) ressoa perfeitamente com o final da Queda de Murdock, onde o Rei do Crime se vangloria sobre ter tirado a lei do Demolidor, ao destruir sua vida e fazer sua licença de advogado ser revogada, mas nessa história, ele não percebe como aquela tragédia arquitetada, presenteou Matt Murdock com a única coisa que ele realmente precisava, a única coisa que o Rei, em sua torre de marfim, não poderia ter. O Amor.