BrunaDaflon 14/10/2024
Livro de Janeiro do Clube
Esse livro foi alvo de muita controvérsia quando o clube se encontrou para discuti-lo: alguns amaram, alguns odiaram. Eu, confesso, não gostei tanto no início. Achei bem cansativo e foi difícil me apegar aos personagens. Depois ele começou a fazer tanto sentido que eu mudei completamente de opinião.
A saga da família Buendía, em Macondo, é um retrato vívido da solidão e do destino cíclico que atravessa gerações. Márquez cria um universo onde o tempo parece se dobrar sobre si mesmo, e a história da Colômbia e da América Latina se reflete na trajetória dos Buendía, marcada por paixões, guerras e tragédias.
As borboletas amarelas, uma das imagens mais memoráveis do livro, aparecem como um símbolo poderoso de amor e destino. Elas seguem Mauricio Babilonia, o amante de Meme, trazendo um toque de encantamento e efemeridade ao romance. As borboletas representam a beleza fugaz da vida, a inevitável repetição dos ciclos e a mistura inextricável de sonho e realidade que permeia a obra.
García Márquez nos convida a mergulhar em uma narrativa hipnotizante, onde a solidão é tanto o destino dos personagens quanto o sentimento que une cada leitor à trama. É uma leitura inesquecível, que ecoa através do tempo com a mesma força das borboletas amarelas, sempre presentes, sempre fugazes.
"... porque as estirpes condenadas a cem anos de solidão não tinham uma segunda oportunidade sobre a terra."