spoiler visualizarRogersique 05/11/2024
Ótima escrita, muitos pontos positivos, mas não é pra mim
As vezes é difícil ser sincero e escrever aqui o que realmente sentimos sobre os livros. Principalmente quando se trata de um clássico, um daqueles livros que sempre estão nos "X livros para ler antes de morrer", mas a gente não gostou.
Foi meu primeiro livro do Gabriel Garcia Marques, mas não o primeiro realismo fantástico, havia lido Pedro Paramo antes de iniciar cem anos de solidão.
Fico triste por dar poucas estrelas para este livro, porém o motivo é apenas gosto pessoal.
A escrita é incrível, realismo fantástico é um gênero muito rico, reconhecer e ver o nascimento dessa escrita, como sendo algo próprio da América Latina, é mágico.
O livro é muito bem escrito, a abordagem dos temas, o realismo, a dor, as questões da América Latina são perfeitas e muito bem pintadas. Personagens muito cativantes e cenas que me fizeram ir dormir de madrugada.
Meu único problema é que, para mim, o afeto com personagens é muito importante. Alguns personagens me despertaram isso, porém, eles começaram a ser substituídos, e novos surgiam. Consegui ir criando afeto pelos novos, mas chegou num ponto da leitura, que não dava mais. Que queria ter continuado em personagens que já passaram.
Essa substituição é uma das mensagens do livro, demonstrar como o ambiente e o contexto continua ali, porém para minha experiência como leitor, não funcionou, infelizmente.
Alguns personagens foram incríveis demais, para serem substituídos. Fiquei no livro, até a primeira geração sumir de vez, e depois, meio que perdi a vibe.
Essa resenha não é sobre não entender a obra, não perceber a riqueza e a qualidade do livro, mas apenas sobre eu não ter ficado no livro depois que os personagens foram substituídos e o processo de afeto teve que começar de novo e de novo, por cem anos.