Gabriella440 11/11/2023
Meu arrependimento é não ter lido essa obra prima do realismo mágico antes.
A escrita do Gabriel García Márquez fala com o leitor de uma forma diferente, mas que de forma contraditória, me soou muito familiar, com as histórias dos membros da família Buendía embaralhadas entre si, com vestígios que depois são esclarecidos, e junto com a história da família, a do povoado de Macondo.
Macondo passa por várias "etapas", nas quais Gabo nos apresenta muitos fatos históricos da América Latina: o começo da povoação e a relação, apesar de pouco explorada, como os índios; a chegada vagarosa dos eventos e tecnologia; as guerras libertadoras; o neocolonialismo americano com as empresas de plantações de banana - até hoje o bombom da Garoto se chama Caribe, pois as terras latino americanas foram muito exploradas para os estadunidenses comercializar a fruta tropical em seu país- e também as greves trabalhistas. E por fim, uma forma de "ditadura" militar que, em favor das empresas estrangeiras, encobre a verdade das mortes causadas por ela.
Em cem anos, vemos vissicitudes do tempo, o envelhecimento e o esquecimento, e as solidões hereditárias de Aurelianos, José Arcadios, Amarantas e Remedios, nos tocam ao pensar em como a vida é efêmera.