Rafael.Rovath 23/03/2023
Macondo e os Buendía
Provavelmente essa é uma das melhores obras já escritas.
Creio ser impossível, depois de ler este livro, esquecer-se dos Buendía e de Macondo, do dilúvio, das formigas ruivas, das borboletas amarelas, das rifas, do pó e da aridez, da companhia bananeira e dos trabalhadores mortos e levados no trem. Da rua dos turcos e dos pássaros desvairados, das festas sem fim dos tempos áureos e dos animais que se multiplicavam de forma surreal. Dos personagens centenários. Da abundância e da derrocada. Dos Aurelianos e José Arcádios.
Mais difícil é lembrar-se de quem é quem nesta teia de casos amorosos, relações extra conjugais, idas e vindas e de tantos filhos, netos, primos, irmãos, bisnetos e tataranetos com nomes semelhantes. Todos eles convivendo e aos poucos se esvaindo e deixando a história, não sem antes compartilhar conosco suas alegrias, dores e sobretudo, sua enorme solidão.
"...porque as estirpes condenadas a cem anos de solidão não tinham uma segunda oportunidade sobre a terra."