Mariana113 02/04/2023
Esse livro é um tesouro onde a magia e o realismo se encontram. sua leitura é um deleite, ao mesmo tempo que uma dor necessária, quando você percebe a proximidade da sua narrativa com os acontecimentos da nossa América Latina, o massacre do povo trabalhador, o abandono da guerra, o esquecimento de um povo que não conhece sua própria história. Cem anos de solidão é também poesia, natureza, memória, nostalgia e força. marcada por tragédias, em um ciclo de condutas, escolhas e sentimentos que repetem geração após geração, que ao fim levam a ruína da estirpe e a destruição do lar em que moravam, a família Buendía é reflexo de uma série de relações em que a solidão é protagonista. uma solidão que afeta os personagens de diferentes formas, mas que está presente a todo momento, inclusive no momento de suas mortes. se expressando com sua singularidade e lirismo, Gabo trata da questão máxima do que é ser humano: é saber que estamos só em grande parte da vida e principalmente no fim dela. o que muitas vezes pode ser um peso, uma dor, algo que evitamos a todo custo, mas também uma promessa, uma certeza da qual podemos (ou não) aceitar e transformar em solitude.
ter esse livro em mãos é como ter o tesouro que Úrsula protegeu por tanto tempo.