Demian

Demian Hermann Hesse




Resenhas - Demian


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Thalya.Amancio 02/08/2024

A luz e as sombras, o encontro com o divino?profano em nós
Demian, clássico escrito por Herman Hesse, foi publicado pela primeira vez em 1919, pouco depois da primeira grande guerra mundial (fato citado na obra e influente em diversos sentidos para a cultura, a arte, a história, a formação do conhecimento e a literatura europeia e alemã, de onde a obra se origina e pertence).

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"Demian" é um romance que acompanha a perspectiva e as vivências de Emil Sinclair, sendo assim, um romance de formação, pois homem maduro como é e se tornou, ele resgata e escreve as memórias de sua vida, desde a sua infância, passando por sua juventude e chegando até sua fase adulta.

Acompanhamos então as suas crises existenciais, os seus encontros entre os mundos claros, luminosos, representados por sua casa, sua família que seguia os preceitos cristãos, conservadores, limpos e religiosos, e os mundos sombrios, onde existem as pessoas que caminham contra o que era esperado para elas, sejam os bêbados, os perdidos, considerados pecadores, ou mesmo aquelas que questionam a vida tão contrita e religiosa. Ao apresentar as suas confusões, os seus desencontros consigo mesmo, as impossibilidades sociais, o protagonista nos apresenta um amigo capaz de mostrar que, o bem, a luz e o mal, a escuridão, habitam a nós todos, logo, não precisamos negar as nossas sombras. Não podemos e, muito menos, conseguiremos fugir de nós mesmos, embora tentemos em muitos momentos. E esse amigo, potente como foi, dá nome ao livro: Demian. Um personagem que nos mostra as múltiplas facetas humanas, guiando o nosso narrador ao seu encontro.

Alguns cogitam que Demian seja um dos duplos do Sinclair, mas isso será um detalhe para uma outra conversa, quem sabe. Há muitas outras análises a serem realizadas (o olhar otimista e 'evolucionista' da obra, presente no período de publicação; muitos acreditavam que a humanidade estava evoluindo e progredindo no início do século XX).

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Impressão pessoal

Como superar a leitura? Insuperável! Uma das mais potentes e intensas, ainda que curta e precisa, é também poética, filosófica. Herman Hesse reúne inúmeros elementos expressionistas (a luz e as sombras que nos habitam, como nas pinturas do mesmo estilo), para compor o que existe de mais humano e desumano, mostrando também as crises existenciais e sociais/históricas/culturais que estavam ocorrendo no início do século XX, as quais permanecem, em certa medida, nos nossos tempos: temos salvação, ou somos maus, perdidos? Se existe a natureza humana, o que nos constitui, podemos mudá-la? Se não existe, somos controlados por outras forças? Surgem esses questionamentos, bem como outros com esta obra prima da literatura ocidental.
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Malphys 01/08/2024

É uma leitura boa, mas lenta e pouco cativa mente. A história conta o processo de amadurecimento intelectual ético do jovem Sinclair, que passa pela ruptura de sair da bolha dos pais e passa a enxergar o mundo nu e cru.

E quem ele é nesse mundo sem proteção? É isso que ele tenta descobrir e resolver consigo.

Vale a leitura porque faz refletir.


?Não creio ser um homem que saiba. Tenho sido sempre um homem que busca
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Amélia Mel 25/07/2024

Expectativas frustradas
Eu adorei o início do livro, o que fez com que as minhas expectativas que já eram altas subissem ainda mais. Me identifiquei com as angústias de Sinclair entre optar pelo lar aconchegante ou atender ao chamado em busca de si e romper com o confortável. Achei que o livro teria um caráter revelador para mim, até porque Hermann Hesse tem minha admiração pela capacidade de elaborar e sintetizar questões existenciais complexas pelo seu amplo conhecimento em psicanálise, religiões ocidentais e orientais e filosofia.

Mas a metade do livro começou a me cansar? achei que quando Sinclair foi ao ensino médio e conheceu Pistórius seus pensamentos, atitudes e insights passaram a ficar demasiadamente melancólicos e cair num niilismo que passou a me aborrecer. A vida se esvai de sentido e a única verdade é seguir o seu fluxo, abstraindo-se dos desejos e ambições.

A última parte do livro, em que Sinclair vai para Universidade e reencontra Demian e a sua mãe, serviu para selar meu entendimento que eu não me identifiquei com o livro. A narrativa fica com um caráter místico, cheio de presságios, revelações, sem contar aquele sentimento de superioridade do grupo em ?não pertencer a manada?.

Ao fim, Sinclair é convocado para guerra, e aí eu fiquei em dúvida se achei que ele foi um jovem que aproveitou mal a vida se entregando demasiadamente a questões existenciais ou se é apenas um livro narrado por um jovem imaturo, frágil e melancólico, e que se fosse narrado em outra fase da vida suas percepções seriam diferentes.
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Alemão 13/07/2024

Demian
Excelente livro do autor Herman Hesse!!!
Este livro, e "Sidarta", culminaram na obra prima de Hesse "O lobo da estepe"!! Indico a todos a leitura, se possível os três livros aqui citados, pois relatam de certa maneira "sínteses ou projeções de suas vivências"!!!
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oslivrosdagiu 13/07/2024

Romance de formação
Tenho muita dificuldade em fazer algum comentário após leituras como essa que me tiram do racional e me levam a algo inefável. Melhor ler quando mais jovem, que já não é o meu caso? Talvez. Mas mesmo pra você que já amadureceu, mesmo você 40+, tenho quase certeza que vai se identificar em alguns ou vários momentos com as questões existenciais de Sinclair, Pistórius e Damian. Considere dar uma chance a esse livro tocante.
" Não creio ser um homem que saiba. Tenho sido sempre um homem que busca, mas já agora não busco mais nas estrelas e nos livros: começo a ouvir os ensinamentos que meu sangue murmura em mim. Não é agradável a minha história, não é suave a harmoniosa como as histórias inventadas; sabe a insensatez e a confusão, a loucura e o sonho, como a vida de todos os homens que já não querem mais mentir a si mesmos." Hermann Hesse
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RaquelSales17 13/07/2024

Dilema de um jovem
Sinclair é um menino alemão, que se torna jovem e depois jovem em que relata toda sua trajetória, dúvidas e conflitos, tem amigos com ideias excêntricas e conta ate o momento em que foi convocado para a guerra.
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quianpi 12/07/2024

Porque viver uma vida autêntica era tão difícil?
''Queria apenas tentar viver aquilo que brotava de mim mesmo.
Porque isso em era tão difícil?''

A frase que abre o epígrafe do livro consegue nessas poucas palavras definir toda a trajetória dele. Como viver uma vida autêntica e livre da moralidade se nem mesmo a consciência é autêntica? Hegel em seu conceito de Consciência infeliz (do livro 'A fenomenologia da mente') abre o debate sobre a alienação da consciência ante ao objeto e ao mundo exterior. Para ele esta tem credibilidade para pensar, mas uma constante incerteza na maneira que percebe e esta premissa é o que move Sinclair para um mundo de introspecção, isolamento e consequentemente ao autoconhecimento.

Marx estende a tese de Hegel com seu conceito de ''Fetichismo da mercadoria'', argumentando que que não apenas a consciência está alienada de tudo que percebe mas também de sua própria origem e fundamentos. Demian (e posteriormente Sinclair) utiliza este conceito como base de seu pensamento crítico, evidenciando que alguns objetos como a religião e a luxúria (O mundo cindido em escuridão e luz de Sinclair representados por Kromer e pela família) são criados pelo trabalho humano mas que mantêm os seus valores como frutos na dualidade de Abraxas Deus e Demônio. Por também fazer parte do ser humano a consciência depende de fatores sociais, econômicos e históricos que a compõem e formam crenças dependentes de ideologia, portanto é inautêntica tanto com o mundo quanto com sua fundação.

Indo ainda mais a fundo Nietzsche (autor bem proeminente no miolo do livro pra frente) complementa que além da ideologia e da consciência infeliz, um outro fundamento que torna a consciência inautêntica é a própria linguagem; que se perde em figuras de linguagens desgastadas, um exercito móvel de metáforas, metonímias, antropomorfismos e outras relações humanas que se intensificam poética e retoricamente. Ao meditar silenciosamente com seu amigo Pistórius e focar sua atenção nos ''sinais de Caim'', Sinclair abdica mão da linguagem e no isolamento segue rumo para a introversão da inconsciência. A linguagem e a maneira com que é percebida determina o que se pensa, de modo que a verdade (distorção do poder de observar na consciência) tem como causa subjacente a linguagem o estado desta e seu estatuto.

Por fim, Freud em sua obra ''Psicopatologia Cotidiana'' defende que o 'deslize freudiano (parapraxia) acontece o tempo todo e não somente em momentos percebidos, colocando a Consciência no papel de uma engrenagem para o inconsciente, este o qual influencia constantemente ela e que assume o lugar de meta para Sinclair e Demian. Os sonhos enfatizam a preocupação que as personagens têm de atingir um inconsciente livre de imoralidade, em busca de seus desejos mais profundos, e o que mais me surpreende é a ênfase que o Hesse coloca em tanto partir em uma jornada rumo ao isolamento, como também partir em uma jornada rumo a convivência e para extroversão. Na mescla de ambos os mundos de fora e de dentro (Sombrio e claro) se forma Abraxas que nada mais é do que a total condição de existência do ser para com si mesmo e o mundo.

Tudo isso só para falar da frase do epígrafe. Eu simplesmente posso ficar horas e horas falando desse livro e da sua precisão simbólica com seu protagonista. Uma leitura gostosa e fluida que eu amei consumir, mal vejo a hora de ler Lobo da Estepe e Siddharta para conhecer mais do autor.

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jubeatriizz 12/07/2024

Demian !!
No começo eu não estava entendendo muito bem o ponto da história, mas depois q eu peguei, ficou incrível.

O livro fala muito sobre a individualidade, sobre agir de acordo com oq vc acredita, independente da comunidade, "do rebanho". Eu fiz muitas relações com a filosofia de Nietzsche sobre o "Super-homem", que é aquele que vive com sua própria visão de mundo e aceita todas as consequências que surgirem em seu caminho, aceita o seu destino.

O livro tbm faz uma analogia muito legal sobre como nascer é como se vc estivesse quebrando a casca de um ovo. "Quem quiser nascer tem de destruir um mundo", isso porque enquanto nós crescemos temos q deixar o mundo que conhecíamos na infância (o mundo luminoso) para trás e encararmos o mundo externo a essa realidade (o mundo sombrio) e descobrirmos o nosso "eu", quem somos nós e oq está dentro de nós.

A vida é uma constante busca pelo "eu mesmo", pelo autoconhecimento!!
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Yves13 18/07/2024minha estante
Tive a mesma impressão acho que o momento em que Hesse passa a usar mais referências a Freud e nietzsche




Márcia 05/07/2024

Expectativas que não se mantiveram
Fico na dúvida do quanto gostei da obra, parecia que ia amar e frustrou um pouco. Contudo, penso que seja eu que tenha criado um caminho que a história não tomou/explorou.
Yves13 18/07/2024minha estante
Eu terminei ontem o livro e tive a mesma impressão. Pois, tinha lido sidarta e amado. Achei que com Demian seria parecido mas acho que a parte de sonhos e do deus abraxas não me cativou muito




Gerson91 30/06/2024

É a história fantástica da formação da personalidade de Emir Sinclair forjada na longa procura por seu autoconhecimento. Ao partir e ter consciência de sua zona de conforto, ou vida luminosa, como ele dizia, foi convidado sutilmente a olhar para outro lado. A partir daí, a transformação se manifesta.
Livro brilhante escrito em 1919 e desde então o processo educacional religioso no mundo todo nada mudou.
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Nivia.Oliveira 29/06/2024

A mensagem é interessante: para reconhecer a si mesmo é preciso caminhar, e parafraseando Skank “o caminho só existe quando você passa”.
Após ler outros livros mais profundos sobre o tema, como O testamento de El Greco (de Kazantzaks), achei a leitura um tanto enfadonha. Para mim Demian é uma cópia simplória de Virgílio da Divina Comédia (de Dante) e Sinclair um aspirante a Santo Agostinho de Confissões.
Interessante lidar com o maniqueísmo desde o início e terminar com a guerra, cujo lado “divino” pertence apenas ao vencedor.
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