Desi Gusson 24/07/2012
Resumindo? Tem tudo o que eu gosto, e até o que não gosto.
Vamos deixar claro uma coisa antes: Cassandra Clare está no meu Top 10 de autores preferidos. EVER.
As Peças Infernais tem um brilho diferente de Os Instrumentos Mortais para mim. E mesmo assim não consigo dizer qual minha série preferida, pois elas são muito parecidas. É quase um paradoxo. Cada uma me encanta e me irrita na mesma proporção, mas em pontos distintos.
No caso de As Peças Infernais – Anjo Mecânico, a oscilação da presença de espirito de Tessa me deixa com raiva da personagem diversas vezes. A garota dá respostas à altura e segura as pontas quando se intimida, não demonstrando. Porém sua vulnerabilidade surge em momentos em que eu pediria uma heroína mais durona. É tudo muito pessoal, mas eu prefiro garotas que partem pra ‘porrada’ quando precisam.
E tem o detalhe de ela não gostar de chocolate. I know!
Agora, o que mais me encanta no primeiro livro da série é, juro pra vocês, o triangulo amoroso!
É sério.
Sabe quando o autor te força a ver como os dois mocinhos são derretidíssimos pela mocinha e como ela é virtuosa a ponto de se matar em dúvidas sobre com quem ficar, estarrecida pela mera ideia de magoar um milímetro do corpo geralmente bem definido do rejeitado. Aliás, rejeitado é uma palavra feia e forte, a mocinha sempre ama ambos de todo coração até que alguma coisa acontece, totalmente forçada pelo autor e previsível desde a primeira vista do triangulo, e a garota se decide e todos ficam felizes para sempre.
Meh.
Pelo Anjo, o livro da Cassandra Clare não é assim! É claro que você tem uma dica, um sentimento, de como as coisas podem acabar, mas pode não ser assim, ou melhor, não precisa ser assim para termos uma boa estória. É isso que todo o tempero do romance e me deixou acordada a madrugada toda querendo mais e mais páginas.
Em segundo plano, outro motivo para eu ser tão apaixonada por essa série são seus personagens. Tessa, apesar de ter suas oscilações irritantes poderia ser bem pior, admito, mas ela é ofuscada por Will e Jem e até mesmo por Jessamine em alguns pontos.
Will e Jem são, na minha cabeça, versões mais jovens e mais bonitas de Sherlock Holmes e John Watson nas novas adaptações das estórias de Holmes para o cinema. Sim, Jem na minha cabeça consegue ser ainda mais bonito que Jude Law, mas enfim, o que quero dizer: as personalidades, o humor e a relação dos dois são EXTREMAMENTE parecidas com os personagens do cinema. Ou seja, se você gostou do que assistiu nas telonas, vai amar ler num livro de Caçadores de Sombras.
Vamos ilustrar:
“-Jem se inclinou para a frente, apoiando o queixo na mão[...] –Existe alguma razão específica para viver mordendo vampiros?
Will tocou o sangue seco nos pulsos e sorriu.
-Eles nunca esperam que eu vá fazer tal coisa.” Pág. 225
Ooooou
“Jem riu alto.
-Não diria isso. Às vezes quero estrangulá-lo.
-E Como consegue se conter?
-Vou para o meu lugar preferido de Londres – disse Jem -, e fico ali olhando para a água e pensando na continuidade da vida, em como o rio segue, sem se importar com nossos problemas mesquinhos.
Tessa ficou fascinada.
-E funciona?
-Na verdade, não, mas depois disso penso em como eu poderia mata-lo enquanto dorme se eu realmente quisesse, e me sinto melhor.” Pág. 254
Olha, eu gosto, ok? E eles são completamente adoráveis juntos, sério!
Há também Jessamine, uma jovem Caçadora de Sombras que faria qualquer coisa para não ter nascido assim. Ela quer ser uma dama da sociedade e não se preocupar com ninguém entrando ensopado de sangue em sua casa! Para isso, Jessie é capaz de manipular sem dó qualquer um. O engraçado é que a moça tem um senso da vida muito peculiar e trata tudo que possa a ajudar a alcançar seus objetivos como se fosse uma experiência de laboratório. O resto, bem, é resto.
Obviamente há uma gama de outros personagens, novos e velhos conhecidos de Instrumentos Mortais, mas não vou me ater a eles aqui, prefiro falar dos que se destacaram para mim. Também existe a dúvida de quem ainda não leu a primeira série da Cassandra Clare e quer saber se vale a pena seguir a cronologia da estória…
Sinceramente?
Não.
Além de Instrumentos Mortais ser mais completo em relação às informações do mundo dos Shadow Hunters, a graça de ter referências à parte da estória que ainda vai acontecer é impagável!
Enfim, com a ressalva e poucos erros de revisão/tradução, recomendo fortemente Anjo Mecânico para quem gosta de fatos históricos misturados com mistérios, sobrenatural, romance de bom gosto e mocinhas à frente de sua época!
Provavelmente Príncipe Mecânico só sairá aqui no começo do ano que vem, mas o verdadeiro drama é de quem já leu esse em inglês mesmo quando foi lançado (06/12/11) e vai ter que esperar até março de 2013 pra descobrir como tudo termina em Clockwork Princess.
I know!
Para conferir essa e outras resenhas na íntegra, acesse:
desigusson.wordpress.com