Fabio 26/10/2023
Um mar de sensibilidades
‘O Velho e o Mar’, obra prima do premiadíssimo autor Ernest Hemingway (Pulitzer 1953, Nobel de literatura 1954), publicada em 1952, nos conta a belíssima e tocante história do velho pescador Santiago, nos dias de sua maior aventura em alto mar.
Santiago, um experiente pescador cubano, luta contra as vicissitudes de um período adverso, em que a “sorte” lhe abandonou, e que está há mais de oitenta dias sem apanhar um misero peixe. Então com a ajuda do jovem Manolin, seu antigo aprendiz, prepara os escassos e precários equipamentos para maior expedição de sua vida.
‘O Velho e o Mar’, adentra e nos conta sobre a odisseia solitária de Santiago em alto mar, e nos mostra a jornada épica do protagonista em busca do maior peixe que jamais pescou, a fim de restaurar o respeito junto à comunidade de pescadores. Além da jornada marítima, Hemingway, nos entrega uma história emocionante, repleta de sensibilidade e autorreflexão do protagonista, mediante ao embate de sua vida, suas amizades, suas lutas, conquistas e fracassos, no mar e na vida. Mas, Hemingway, vai mais longe, e fala principalmente sobre a carência humana, no que se refere aquilo que mais necessitamos como seres que pensam e sentem, tanto física, social, quando psicológica.
Um texto delicado e envolvente, que conduz o leitor, pelas reflexões de vida de um homem simples, de enorme coragem e determinação, que mesmo nas enormes intempéries da vida, sempre encontra motivos para seguir adiante, firme, sem vacilar, e sobretudo, busca viver aquela singela alegria que somente os bons e puros de coração a possuem, mesmo nos reveses da extrema solidão.
Pouquíssimas vezes na minha vida como leitor eu me deparei com um livro tão emocionante, capaz de tocar tão profundamente no coração como o ‘Velho e o Mar’, e como é impressionante a capacidade de Hemingway, de nos apresentar a grandeza do homem, em seu estado máximo de coragem, paciência e resiliência, mesmo em um livro tão breve e conciso, e quão grande o domínio da arte narrativa do autor em traduzir em cenas tão singelas, a grandiosidade de sua imaginação.
Com um enredo simples, lacônico, repleto de lirismos, ‘O Velho e o Mar’, faz parte daquelas pinturas, que são raras, e que precisam de tempo para se aquilatar, e que, na maioria das vezes, de tão belos, não se consegue romper o tênue elo que nos liga ao texto, mesmo após vários dias de reflexivos e nostálgicos pensamentos.
Nem preciso dizer, que recomendo esse livro a todos vocês meus amigos leitores, e que se pudesse, presentearia a cada um de vocês com um exemplar dessa Obra-Prima da literatura.