Adriana1451 24/08/2024Livro lindíssimo!Senta que lá vem a resenha...
O Velho e o Mar, último livro do escritor Ernest Hemingway, publicado em 1952 e prêmio Nobel de Literatura em 1954, é uma história comovente que narra uma aventura solitária do velho pescador cubano, Santiago, em busca do maior peixe que ele já vira, o Marlin. Durante os dias em que passou no mar, Santiago demonstra um grande conhecimento e respeito acerca do mar e seus habitantes. Porém, esta não é uma história recheada de alegrias, mas as grandes fontes de transformação são o sofrimento e a dor. O velho pescador, embora desgastado pelo seu estilo de vida simples e dificultosa, já há muito sem saber os louros de uma boa pescaria, não se deixa abater pelo cansaço ou pessimismo. Ao contrário, demonstra uma fé consistente, muita decisão, persistência, orgulho e paciência. O Velho e o Mar teve o enredo baseado na história de vida do autor, que na época morava em Cuba e passava por um período de pouca inspiração e sucesso literário.
Este foi um livro muito motivador pra mim, porque veio carregado de simbolismos, intercalando momentos de ação e suspense, com uma profunda reflexão filosófica da vida. A narrativa é de fácil entendimento, mas há profundidade em cada gesto e palavra do humilde pescador, que reconhece em seu objeto de desejo, o peixe, um adversário digno, que em algum momento ele chama de irmão. E é esse reconhecimento de bravura no peixe, que faz com que Santiago nutra por ele o respeito e o amor, tanto que ele fala: "Porque eu te amo, eu tenho que matá-lo.” E é isso, O velho e o Mar fala da honra, na luta, na derrota e até mesmo na morte.
Enfim, é uma história maravilhosa, repleta de lições de vida, que fortaleceu meu sentimento de respeito à natureza. A cena em que o velho pescador trava uma luta pela sobrevivência contra o Marlin, foi pra mim muito significativa. Compreendi que a vitória não é um pré-requisito para a honra, ela vem com o orgulho de se manter uma luta até o final, independente do resultado alcançado. Indico para leitores que não se incomodem com narrativas que precisem ser degustadas, remoídas... pois a essência desta obra, está nas entrelinhas do monólogo e do comportamento do pescador.