Rodrigo 21/03/2021
Só os loucos entenderão
Caceta, que livro foi esse... coisa de doido mesmo, apesar de ser considerado cult; foi escrito por um maluco para malucos, e arregimentou uma legião de fiéis mundo a fora ... e, da minha parte, eu acho que vou precisar visitar o psiquiatra pra me sentir normal novamente.
O livro começa bem, apresentando dois protagonistas muito originais, que eu visualizei na pele dos atores do filme homônimo (que eu ainda não assisti). O primeiro, que vamos imaginar sendo o Edward Norton, mas cujo nome nunca é citado (?!), é um homem de 30 anos que vai narrando a história em primeira pessoa, basicamente sobre sua vida certinha, materialmente confortável com seu emprego numa grande corporação, mas ao mesmo tempo medíocre, solitária, insone, e que o leva a buscar alternativas incomuns para encontrar paz de espírito, como frequentar grupos de apoio mútuo para anônimos, das mais variadas moléstias - de doenças terminais a viciados em alguma coisa, que lhe trazem algum conforto ao se comparar com aquelas pessoas.
Nesse cenário, se depara inusitadamente com o outro protagonista, no filme estrelado por Brad Pitt. O cara é o completo oposto do primeiro: vive de bicos e mora numa casa abandonada, mas é destemido e leva a vida num estilo porralouca de ser, e que acaba influenciando o "Edward" a abandonar a sua vida burocrática numa busca pelo autoconhecimento, através de uma jornada autodestrutiva que culmina na criação duma espécie de confraria, denominada "clube da luta": homens que se encontram secretamente num porão de bar para simplesmente cairem na porrada uns com outros, pelo simples prazer de espancar alguém e assim extravasar suas frustrações. Depois do clube da luta, nosso narrador passa a se sentir mais corajoso e menos materialista, ainda que com dentes a menos na boca também.
Até aqui tudo certo, essa foi a parte interessante, durante a qual por vezes eu me identifiquei com um ou outro personagem... mas, a partir de um dado momento, o livro entrou numa escalada de porralouquice que superou os meus padrões de aceitabilidade, me incomodando a ponto de querer abandoná-lo, já tendo passado da metade. Talvez por isso mesmo, eu sustentei a leitura, não quis desperdiçar tanto tempo perdido depois de cento e poucas páginas.
Até que vem o final.
Véi, no final tem uma reviravolta tão inesperada que deu um nó na minha cabeça. Eu fiquei meio que embasbacado quando percebi o que estava acontecendo, a ponto de fechar as 50 páginas finais num estalo. E sim, fiquei sem saber o que pensar desse livro, se achei f*da ou uma merda... Só não recomendo para pessoas normais. Inclusive estou agora nesse momento me perguntando se EU sou normal. Também vou ficar te devendo essa resposta.