Helder 26/02/2020Desafie-se!Você já leu Saramago? Não? Então venho lhe dizer que O Conto da Ilha Desconhecida é um bom começo para quem deseja conhecer a escrita diferenciada deste escritor sensacional.
Lançado no Brasil pela Cia das Letras, é um livrinho pequenino, com pouco mais de 60 paginas e diversas ilustrações e que poder ser lido em uma hora.
Num castelo Real existe o Portão das Petições, e é lá que se encontra o Homem, que tem um pedido a fazer ao Rei, e somente ao Rei.
Mas o Rei prefere ficar no portão dos Obséquios, onde recebe coisas das pessoas.
É lá que ele se encontra quando é informado que no Portão das Petições existe um homem que deseja lhe falar, e empacou na fila dos pedidos, dizendo que só sai de lá após fazer o pedido diretamente ao Rei.
O Rei está acostumado a delegar a seus subalternos, que delegam a outros subalternos que delegam a outros subalternos a atividade de escutar as petições do povo.
No momento, o nível mais baixo desta “cadeia burocrática” é a Mulher Da Limpeza que ouve a pedido do Homem e faz com que ele chegue até o Rei, que sem opção, vai até o Homem e ouve seu pedido:
- Eu preciso de um barco!
- E para que precisa de um barco?
- Para ir até a Ilha Desconhecida!
O Rei acha aquilo ridículo.
- Já conhecemos todas as ilhas! - O Rei lhe diz
Mas isso não convence o Homem, que só tem uma certeza em seu ser: Ele precisa encontrar a Ilha Desconhecida e ver quem é ele ali.
O Rei, após tanta insistência acaba aceitando dar-lhe um barco.
Mas a sina do Homem não termina ai, pois ele precisa de uma tripulação.
Mas como convencer aos marinheiros que levam uma vida tranquila a caírem no mar em busca de algo desconhecido que pode nem existir?
Em um conto pequeno para ser lido em uma hora, José Saramago nos traz diversas reflexões, nos mostrando que não devemos nos contentar com aquilo que já conhecemos.
Temos que estar abertos para o novo, e assim como o Homem, buscar Ilhas Desconhecidas e descobrir como somos nestes lugares.
O pequeno texto de O Conto da Ilha Desconhecida nos mostra que devemos sempre querer mais.
Devemos sair da nossa zona de conforto e não nos contentarmos com aquilo que já conhecemos, mesmo que o mundo ao nosso redor insista em que fiquemos no mesmo lugar, simplesmente porque nós e o mundo já estamos acostumados.
O homem vive sempre num embate com aquilo que todos estão acostumados, com as ideias preconcebidas e com o medo do desconhecido.
Desacostumemo-nos com o rotineiro.
Busquemos o desafio.
Queiramos sempre ser mais.
E que a gente consiga se ver de fora de nossa nova ilha desconhecida e que essa seja uma bela visão!