Julia 13/04/2020
O mago do romance, da ficção e da espiritualidade
Paulo Coelho é um gênio transcendental e isso é indiscutível. Ele encaixa, basicamente, o amor verdadeiro (em outras palavras, a "outra parte" de cada um), a fé, a independência, a sensibilidade, a juventude e a sabedoria em um único livro. Usei o termo "basicamente", pois, com certeza, é possível encontrar muitos outros adjetivos.
O caminho percorrido por Brida é descrito de forma detalhada e empática, mostrando a evolução da personagem com si mesma e o desenvolvimento afetivo e cheio de consideração que ela cria sobre a vida, a natureza e o essencial visto ou não pelos olhos.
Este livro, como todos do Paulo Coelho, traz reflexões sobre a vida que ocorre a sua volta e você não percebe. Mostra todos os detalhes não reparados pela pressa- essa estúpida e sem sentido pressa de viver- e a unicidade de cada momento, de cada pessoa, de cada pedaço da natureza e, principalmente, de cada passo percorrido por qualquer ser vivo no mundo. O livro fala sobre se encontrar, compreender e aceitar tudo o que você realmente é, por meio da absorção de sensações que o mundo proporciona, e com mundo, quero dizer desde pessoas até a passagem de ar de uma janela aberta pela primeira vez ao dia.
O livro, obviamente, traz reflexos do mundo cristão que podem e, sem dúvida, divergem de muitas opiniões. Tais bases não são sutis, mas o escritor, obviamente, não se importa com isso. E realmente não chega a ser importante, porque apesar de um tanto antiquados, são opiniões. Quero voltar ao termo "reflexos", porque é só o que são, já que ele incrementa e transforma em algo diferente e inervante. O universo onde se passa esta história, e a maioria das outras escritas por ele, é um onde o significado de "magia" nunca foi tão bonito.
O livro fala muito sobre almas e amor, trazendo, finalmente, uma definição bem melhor do que "alma gêmea". A sua "outra parte" é muito mais do que isso, porque o mais importante nunca é as duas partes da alma se encontrarem e ficarem juntas, mas sim a empatia e a gratidão por ter passado por uma delas, já que é possível a existências de mais de uma, e vê-la feliz, apesar da dor terrível destas que se separam. Todos os aspectos que o escritor trouxe sobre isso são, absolutamente, lindos.
Paulo Coelho, com certeza, é um dos melhores, se não o melhor, em saber misturar o romance, a ficção e a espiritualidade.