Memorial de Maria Moura

Memorial de Maria Moura Rachel de Queiroz




Resenhas - Memorial de Maria Moura


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CAcera3 14/01/2022

Forte, nordestina, valente e humana.
Temos presentes nesse livro alguns narradores onde os principais são Maria Moura, Beato Romano e Marialva. Essas três histórias seguem seu rumo se entrelaçando umas com as outras.
A narrativa principal gira em torno de Maria Moura, que da nome ao livro.

Essa personagem tem um grande crescimento dentro da história e acompanhamos ela nessa jornada. Mulher de pulso firme, Maria Moura, ou melhor, Dona Maria Moura não fica debaixo da ordem de ninguém.

Não pense que vai encontrar aqui uma heroína. A personagem principal pode ser considerada um tipo de cangaçeira, que mata quando acha que tem que matar, castiga quando acha que tem que castigar. Porém tem para si alguns princípios e também é uma mulher cheia de boas atitudes.

Maria Moura se mostra essencialmente humana. Apesar de ser chamada ?muié homi?, ela tem muito dos medos e anseios femininos, principalmente aqueles tão enraizados na cultura do interior nordestino, onde se passa essa história.
Uma escrita muito envolvente que faz 500 e poucas páginas passarem voando.

Nesse romance Rachel de Queiroz, escritora modernista brasileira, mesmo que não se considerasse feminista, deixa para nós uma personagem inspiradora, que coloca o próprio destino nas próprias mãos, que também passa por dificuldades e fraquezas, mas se reergue forte, valente como uma boa mulher nordestina.

?No que toca a minha vida - minha vida particular - só me resta ser eu mesma o meu pai e a minha mãe. E quem sabe o meu marido.?
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Daniela 01/03/2022

Têm que se esquecer de que eu sou mulher — pra isso mesmo estou usando estas calças de homem.
Que livro incrível Primeiro que leio de Raquel de Queiroz, esse livro é mais útil que qualquer baboseira coach que a gente vê por ai. MAria Moura prefere dar fogo na própria e casa e liderar um exercito de jagunços pelo sertão do que casar com um dos primos, que nas palavras dela: "um dos dois mais besta e mais interesseiro".

Alguns trechos que amei:

Sinhazinha, me desculpe, mas esses seus primos pensam que são de raça de fidalgo!... Dos que bebe soro azedo mas arrota coalhada com açúcar branco...

Aqui não tem mulher nenhuma, tem só o chefe de vocês. Se eu disser que atire, vocês atiram; se eu disser que morra é pra morrer. Quem desobedecer paga caro. Tão caro e tão depressa que não vai ter tempo nem para se arrepender.

Agora se acabou a Sinhazinha do Limoeiro. Quem está aqui é a Maria Moura, chefe de vocês, herdeira de uma data na sesmaria da Fidalga Brites, na Serra dos Padres. Vamos lá, arreiem os animais.

mata-se muito em todo este sertão.

vida, aqui, é muito barata e a morte parece que resolve tudo.

Sentia que, dentro da mulher que eu era hoje, não havia mais lugar para a menina sem maldade, que só fazia o que a mãe mandasse, o que o pai permitisse.

sentia (e sinto ainda) que não nasci pra coisa pequena. Quero ser gente. Quero falar com os grandes de igual para igual. Quero ter riqueza!

Por isso eu nunca andei com cativo. A morte da gente é a alforria deles. Se eu tenho algum negro bom ao meu serviço, alforrio primeiro. Dizia meu pai: “Se perde um escravo e se ganha um amigo”. Ficou sendo essa a minha lei.

O homem feliz é o que não tem passado. O maior dos castigos, para o qual só há pior no inferno, é a gente recordar.

Não há dia claro, nem céu azul, nem esperança de futuro, que resista ao assalto das lembranças.

Uma coisa que eu descobri então é que o amor nem sempre é muito sério e importante, pode ser brincadeira, correria, risada.

No que toca à minha vida — minha vida particular — só me resta ser eu mesma o meu pai e a minha mãe. E quem sabe o meu marido.

Pode ter medo, mas não carece ter raiva. O medo leva ao respeito. Mas a raiva só cria desejo de vingança.

“Vocês atiram, mas sou eu que escolho a hora de puxar o gatilho”.

Que é que ele pensava da vida? Que era meu dono, só porque andava dormindo comigo? Maria Moura não tem dono,

E agora — eu tinha de enfrentar aquela traição. Não de amor, que se pode perdoar, mas de fé. Traição à Maria Moura, à mulher de quem Cirino se gabava, na casa das raparigas, que comia na palma da mão dele.

gente, se mata, é pra não morrer.

Falam que o tempo apaga tudo — é mais um modo de dizer. Tempo não apaga, tempo só adormece, mas quando desperta de novo é aquele febrão violento, com frio e dor de cabeça.


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Adri Crivelaro 03/05/2022

Primeiro livro que leio da autora. Conta a história de Maria Moura, que ainda jovem, órfã de pai e mãe, cai no mundo pra fugir dos parentes mal intencionados e monta um bando que faz a fama da Moura na região.
Contada como um diário, o livro traz relatos de outros personagens cujas histórias cruzam, em algum momento, com a personagem principal.
A linguagem, mesmo sendo de época e característica da região da caatinga, é de fácil entendimento e a leitura flui muito bem. Recomendo a leitura, gostei bastante.
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Usagi a coelha 29/05/2022

Bom
É um livro um pouco demorado de ler, porém é legal. A narrativa é contada sobre o ponto de vista de vários personagens, o que deixa a estória mais interessante, já que podemos ver ponto de vistas diferentes sobre a mesma situação. Enfim, o livro é muito longo e ao meu ver poderia ser menor. O final dele é um pouco anticlamatico, e chega um ponto que você fica : "Essa é mesmo Maria Moura? Sério?" além de um final aberto cujo eu achei sem necessidade, já que a narrativa tinha potencial para terminar toda fechadinha. Mas, o seus pontos positivos conseguem sobressair os negativos. Os personagens são muito reais, com seus conflitos internos e situações bastante humanas. Dá pra se apaixonar por alguns (sim, essa foi pra você Valentim) e até mesmo compreender alguns atos um tanto quanto "peculiares". De todo modo o livro é bom, mas peca nos pontos citados antes.
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Tami 28/06/2022

Até agora a melhor obra que li da Rachel de Queiroz
Uma obra que realmente me pegou do começo ao fim, dividido entre 3 narradores e eu conseguia me interessar e torcer pelos 3. Eu queria saber o q ia acontecer na jornada dos 3, e a protagonista é incrível, uma mulher "fora dos padrões" que dá vontade de torcer por ela, é legal de ver o legado que ela constrói como chefona destemida e poderosa do sertão e como seus "peões" tem um grande respeito e lealdade por ela.
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Alexandre de Omena 11/07/2022

Surpreendentemente belo e sutil
Esta minha primeira leitura de uma obra de Raquel de Queiroz mostrou-se dentro de minhas espectativas: uma obra que se pretende despretensiosa, apenas uma boa leitura para entretenimento, mas que aos poucos lhe envolve de uma maneira que você não consegue largar. A escrita ágil e direta, a linguagem simples e o desejo de envolver nos encanta e revela o porquê de Raquel de Queiroz ser considerada uma das maiores escritoras de nossa literatura e a razão de tão rápido a Rede Globo ter adaptado tal obra: é pura emoção na sua tensão.
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Arlindo.Ramos 22/08/2022

Memorial de Maria Moura
Que livro perfeito. Nunca tinha lido nada de Rachel de Queiroz, mais já fiquei fã, quero ler outra obras da autora.
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Mari 08/03/2023

Feminista?
O livro não funcionou no meu caso, a personagem principal simplesmente não me cativou, era para ela ser um símbolo feminista, mas apesar disso, as motivações são vazias e seu lado feminino quando explorado é de maneira errada.
Por mais que ele procure ser um retrato da época em que se passa a história me incomodou a violência com a mulher, chegando a situação da mulher gostar de ser violentada e o racismo extremo na obra.
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Alex690 23/04/2023

O nordeste que você deveria conhecer
É um belo livro, uma estória excelente... os personagens secundários chegam a ser mais interessantes que a própria Maria Moura.

Moura se perde muito nos estereótipos conforme a estória caminha - apesar de em muitas passagens ela se demontrar gentil e generosa - o caráter mesquinho e orgulhoso da elite branca esta muito presente nos propósitos da moça.
Sobre os coadjuvantes, é realmente maravilhoso a evolução do Padre José, do casal Marialva e Valetim, de Duarte. Existe muita filosofia de vida nas dificuldades que eles todos enfrentam, num misto de imoralidade, pecado, amor generoso e companheiro, resiliência, coragem e força de caráter.

Rachel exibe o povo nordestino sobre uma excelente óptica, do tipo que quem já ouviu as histórias dos avós, contadas pelos avós deles, sabe reconhecer e entender.
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daniel.s 01/05/2023

Histórias que se cruzam
Apesar de o título deixar bem explícito que o Memorial é de Maria Moura, o livro vai contar outras histórias que é incrível acompanhar, como essas se interligam desde o começo, e como vão se cruzar no final.
Um livro sobre uma mulher fodona que vai fazer de tudo pra conseguir o que quer, de fato não vamos concordar com tudo o que ela vai fazer pra alcançar seus objetivos, porém Maria Moura é assim, REAL.
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Talita.Chaves 10/05/2023

Mulher arretada!
Maria Moura é muito forte...independente..ambiciosa..uma mulher muita a frente de seu tempo! O livro mostra muita miséria.. muita tragédia..racismo..! Marialva e Valentim casal lindo!
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Flávio 02/06/2023

Século XIX
Escrito em 1992, esta magnífica Obra de Rachel de Queiroz se passa em meados do século XIX, no sertão cearense. Maria Moura é como se fosse um Lampião mulher, quase 80 anos antes do verdadeiro. Munidos de seus cabras armados de bacamarte, torna-se o terror da caatinga. Constrói um império na Serra dos Padres, com direito a usina para fabricação de pólvora. Na época, o dinheiro em papel não circulava, e sim, o ouro e a prata. Mas, mesmo dentro daquela mulher dura como uma rocha, bate um coração humano. E o amor, invade-lhe as entranhas, a ponto de quase matá-la. Morte, e muito sangue derramado, faz desse romance, a mais bela obra de arte, dessa autora cearense.
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Clau Melo 06/07/2023

Literatura cearense
Literatura cearense, 1992.
Embora tenha detestado a protagonista, gostei da leitura.

Romance maduro de Rachel de Queiroz, Memorial de Maria Moura traz em si todas as características literárias que consagraram a escritora, a primeira mulher a entrar na Academia Brasileira de Letras. Narrado no Brasil rural do século XIX, o livro conta a saga de Maria Moura, personagem forte e sertaneja.

Ainda nova, Maria Moura passa por experiências dolorosas. Perde o pai e depois a mãe. O padrasto a alicia e a violenta. E mais: sua terra, herdada, se encontra sob ameaça de primos inescrupulosos. O agreste, a seca e a solidão poderiam ser os únicos companheiros dessa jornada. Maria, porém, é um retrato da vontade e do desejo da mulher nordestina, que entende o lugar de submissão em que a sociedade e a família querem colocá-la, mas não aceita se contentar com ele. À sua volta reúnem-se personagens apaixonados e leais, que clamam por participar de sua luta por justiça.

O sertão, a liberdade, a violência, a disputa por terras, a religiosidade, a vontade e a emancipação feminina, a amizade e o amor são grandes temas de Rachel de Queiroz, todos tratados nessa obra-prima, escrita quando a autora já contava com 82 anos. Não por menos, Memorial de Maria Moura ganhou o Prêmio Jabuti de Ficção do ano de 1993 e, no seguinte, foi adaptada para uma minissérie homônima na Rede Globo, com Glória Pires no papel da protagonista.
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