spoiler visualizarThiago Barbosa Santos 12/09/2021
Memorial de Maria Moura
É um dos livros clássicos da autora cearense Rachel de Queiroz, que foi adaptado de forma muito competente para minissérie da Rede Globo.
Maria Moura, ainda menina, perdeu o pai, que foi assassinado em uma de suas viagens pelo sertão. Anos depois, a mãe se juntou com outro homem, chamado Liberato. Um dia, a moça sofreu um outro grande trauma, viu a mãe enforcada no próprio quarto, ficou o mistério se cometeu suicídio ou foi assassinada. Ficou sozinha praticamente no mundo, nas terras que os pais deixaram para ela. O padrasto, com quem teve um envolvimento amoroso, a pressionava para tomar o que era dela, organizou o assassinato dele.
Antes disso, se confessou com o padre da região e disse que provocaria a morte do padrasto e precisava do prévio perdão. Ela induziu um rapaz da fazenda a matá-lo, prometendo casamento, mas enrolou o rapaz. Quando ele foi cobrar dela de forma mais firme a promessa, tramou o assassinato dele, um funcionários das terras, o Rufo, se encarregou disso após Maria Moura dizer que o rapaz queria abusar dela.
Naquela região, havia grandes disputas por terras, os primos dela, gananciosos, que moravam da região, primeiro tentaram casamento para juntar tudo, como não conseguiram, se organizaram para tomar as terras dela. Armaram uma emboscada, Maria Moura fugiu, mas antes, tocou fogo na casa.
A partir daí, Maria Moura mudou totalmente de vida, passou a viver praticamente como uma cangaceira, liderando um bando e buscando terras de seus antepassados. Ela se vestia de homem para impor mais respeito. Nessas andanças, se apossou de uma enorme quantidade de terras, construiu um casarão forte e imponente, acumulou posses, se fez temida e respeitada, liderava tudo a mão de ferro, tendo o respeito de todos.
Neste ínterim, reuniu na casa Marialva (prima), o esposo e o afilhado. A moça era irmã dos primos desafetos, mas fugiu de casa para se casar com um artista de circo e porque não gostava dos irmãos. Vivia uma vida de muitas dificuldades até ser amparada por Maria Moura. Além de Marialva, também virou braço direito o primo Duarte, que era filho de escrava com o tio dela, pai dos inimigos daquela forte e resistente mulher. Maria Moura protegia perseguidos, como o próprio Padre, com quem se confessou naquela época. Ele virou ali o Beato Romano. Procurou Maria Moura porque se envolveu com uma mulher, perdeu a batina e teve que matar o marido da mulher para se proteger. Desde então, era caçado naquelas bandas.
Maria Moura foi traída por um de seus protegidos, armou uma emboscada para ele. No fim das contas, mesmo com a vida estabilizada, poderosa, revolveu cumprir com o próprio destino e se aventurar com seu bando por aquelas perigosas estradas, para executar uma missão arriscada, sem saber ao certo se iria voltar, mas aquela era a vida dela, a vida que escolheu. Deixou o afilhado com os pais na fazenda, já com o testamento de herdeiro universal de tudo aquilo.