Resenhas - Lavoura Arcaica

Caio.Immanuel 03/06/2024

"Sempre ouvi do pai que os olhos são a candeia do corpo"
O que dizer de Lavoura Arcaica? O início já é um baque e eu, particularmente, gosto muito disso. Que livro incrível, que escrita incrível!! Isso, portanto, não significa que seja fácil, não mesmo.
Algumas vezes é preciso voltar para que nada passe despercebido, o autor brinca com o leitor nesse sentido. Eu amei... O final é uma pedrada na nuca, tudo o que eu precisava de explicação foi saciado.
Recomendo, muito mesmo.

Beatriz.Alves 20/11/2023

Lavoura Arcaica
Livro extremamente poético. A narrativa segue um fluxo imenso de consciência que nos envolve num vórtice de questionamento e surpresas chocantes. Leitura polêmica,mas fenomenal.

Rute31 17/05/2024

Antes de pegar Lavoura Arcaica tinha tentado ler Um Copo de Cólera, mas não rolou. Daí tinha perdido o interesse nesse aqui, mas lendo outro livro que o citava, resolvi conferir. Ainda bem. Fiquei impressionada com o primor da linguagem, com o narrador e com as figuras, especialmente a do pai. Esse livro é uma das coisas mais absurdas e trágicas que já li.

M O A 14/12/2022

Surpreendente!
Iniciei a leitura admirando a linguagem mas achando um grande absurdo toda a narrativa. Aos poucos, pude perceber as referências e as intenções do autor, e assim fui gradativamente sendo cativado pelo texto. Certamente, foi uma das leituras mais marcantes que já fiz.

luizguilherme.puga 04/09/2021

André, protagonista e narrador, está vivendo numa velha pensão interiorana, após prodigamente ter fugido de casa pra conhecer o mundo, quando recebe a visita do irmão mais velho, Pedro, encarregado de cumprir a "sublime missão" de devolver a ovelha perdida pra casa. Através da conversa entre os dois, o leitor não só fica a par da severa rotina doméstica, mas dos motivos que levaram o jovem a abandonar tudo. Essa exposição toma a maior parte da obra e o ceticismo do jovem colide frontalmente com o relato dos sermões do pai que defende a ordem, a temperança e a paciência. O retorno desperta velhas paixões e expõe antigos problemas, culminando num final arrebatador.

Clara Xavier @araclana 08/05/2022

Lavoura Arcaica - Raduan Nassar
Raduan Nassar, em 1975, trouxe, em Lavoura Arcaica, o fluxo de consciência para contar a história de André, que após fugir do seio familiar é resgatado por seu irmão Pedro da pensão que passava seus dias, embriagado e desolado, remoendo o peso do acontecimento que o fez partir.

André, ao ter seu amor rejeitado, não vê razão para continuar tentando se encaixar em um ambiente familiar que não lhe cabe. Sermões à mesa do pai, muito afeto da mãe, família grande, trabalho pesado na lavoura, e uma paixão que o queima mais que tudo. Além disso tudo, ele ainda é visto como alguém torto, pois tem episódios de epilepsia, que para seus pais é sinal de possessão. A sua ?tortidão? é sua tortura. Fica evidente em seus fluxos desconexos, altamente poéticos, que o que o preenche inteiramente é seu martírio. Ele, André, depositou todo seu coração em um amor proibido e avassalador.

Pedro consegue o trazer de volta à casa, mas a festa da volta do filho pródigo se torna uma tragédia com os efeitos da grande verdade revelada. André ama Ana, sua irmã.

Poesia que não parece ter sido feita por um mortal. É incrível!

Para ler Lavoura Arcaica é preciso pausar, ir bem devagar, voltar e se deter aos detalhes, reler o quanto for preciso para atingir o mínimo do panorama cênico impresso por Raduan em sua obra. O leitor ansioso, como eu, precisa ter calma para não devorar sem digerir. A graça está em olhar as minúcias bem de perto. É muito lindo e também perturbador.

Lavoura Arcaica tem adaptação para o cinema e não vou deixar de ver.

Eduarda Duarte 25/08/2021

Lavoura Arcaica de Raduan Nassar
Triste aquele que não investe seu tempo na literatura nacional. Nassar é uma prova desse brilhantismo inato.

Constroi uma narrativa de flutua entre a poesia e a violência de forma intrínseca. E nos faz detestar o protagonista, apesar de querermos conhecer o final (que a maioria já conhece) através de seus olhos desvairados.

nflucaa 13/04/2024

O espasmar da linguagem: isto é arte.
Não sei nem como descrever o mix de sensações que esse livro causa. Ele mexe com o estômago. O enredo é simples: um filho que foi embora de casa e é buscado pelo irmão mais velho, então retorna. Em casa ele revive os embates com o pai, figura que representa autoridade e moralidade. Para não dar spoiler, não falarei dos irmãos e irmãs. É simples. Mas a maneira em que tudo é descrito é artística, poética. É a linguagem em sua agonia: quando palavras saltam ao seu uso meramente linguístico para servir a um uso mais nobre, o artístico.

Ler este livro é uma experiência com a linguagem. Leia-o como quem contempla arte. Se deixa arrastar pelo turbilhão de palavras, pela torrente de frases sem ponto final. É, realmente, extasiante.

rebeca 25/09/2023

Minha nossa, que livro bom
Sinto que minha vida se divide em dois momentos, antes e depois dessa leitura. ainda processando, impactada e obcecada.(no mais, que coisa mais linda nossa língua) (as múltiplas possíveis articulações com psicanálise são a cereja do bolo)

Douglas.Bonin 21/09/2022

Deus fez as primas, mas ele quis a irmã?
Senhores, o que dizer deste livro que começa com tamanha intimidade? Um ator de amor próprio é o primeiro passo na escrita desta obra.

Não digo que é um livro fácil, o leitor desavisado poderá tropeçar numa poética as vezes exagerada, ou num incesto ocasional, mas vale a pena ser insiste.

O autor nos coloca no ceio de uma família que se assenta nas bases do moralismo religioso, as figuras bíblicas marcam os capítulos e conduzem rumo a este amotoado de contradições.

Confesso ter uma dificuldade em distinguir plenamente as intenções do autor, se era o desconforto, conseguiu.

Steph.Mostav 05/02/2020

Um clássico contemporâneo
Eu já conhecia o Nassar em 'Um copo de cólera', mas é aqui que encontrei o auge da (infelizmente curta) carreira literária dele. De cara, o que mais impressiona é a linguagem, a força poética das imagens de que André se utiliza pra narrar sua história de filho pródigo. Não só isso, como ele sabe adaptar a própria linguagem dentro dos contextos diversos do livro: no quarto de pensão, quando o irmão mais velho foi buscá-lo, o texto é uma enxurrada, um parágrafo único e extenso de delírio e discurso para fundamentar sua fuga da fazenda. De volta à casa, o texto passa a ser mais "comportado", tradicional. Na discussão com o pai (o melhor capítulo do livro), temos apenas as falas de cada um. Mas não só de linguagem se faz o romance de Nassar e são os conflitos internos de André o que mais me interessaram no livro. É ele o filho a questionar a lógica patriarcal da fazenda, a não aceitar viver segundo as leis do pai naquele espaço restrito no qual era impossível ser livre, e acredito que foi de sua revolta que nasceu o amor incestuoso que ele nutre por Ana. E ele parece agarrar-se a essa revolta para se posicionar, para definir a si mesmo para além do que o pai quer que todos eles sejam. Com isso, forma e conteúdo servem a um mesmo propósito, já que seu rompimento com as tradições da linguagem simples que era utilizada na fazenda são criticados pelo próprio pai. Enfim, Lavoura arcaica é um livro riquíssimo em leituras e não se esgota em uma só interpretação.

JosA225 29/12/2023

Lavoura Arcaica
A luta entre o novo e o velho. Um filho rebelde volta para casa e começa a brigar com o pai já velho, com quem sempre discordou.

LER ETERNO PRAZER 26/01/2021

Obs. PODE HAVER PEQUENOS SPOILERS EM ALGUNS TRECHOS DA RESENHA.

Lavou Arcaica - Raduan Nassar.
Poxa, que livro a hein!!
Poucas páginas mas um conteúdo imenso.
Raduan Nassar, nasceu em 1935 em Pindorama, São Paulo, descendente de libaneses estreiou na literatura em 1975. Com apenas 3 livros publicados é considerado pela crítica como um grande escritor e comparado a nomes consagrados da literatura brasileira, como Clarice Lispector e Guimarães Rosa. Tudo isso graças à extraordinária qualidade de sua linguagem e força poética da sua prosa.
Lavoura Arcaica é seu livro de estreia e já no ano seguinte recebe o prêmio Coelho Neto para romance dado pela Academia Brasileira de letras.Em Lavoura arcaica podemos sentir toda a força da escrita de Raduan, um enredo onde a prosa se confundi com poesia, onde a força das metáforas faz o leitor busca na âmago de cada palavras tudo aquilo que ele nos passa.
Aqui nos vamos acompanhar praticamente as reflexões e lembrancas do nosso protagnista/narrador André.
André, um jovem que vivia no interior, em uma região rural, mais precisamente na fazenda de sua família, com seus pais e mais seis irmãos, Pedro, Rosa, Zuleika, Huda, Ana e Lula. André decide mudar-se para outra cidade, a fim de se distanciar de sua família e tudo o que ela representava. Nosso enredo tem início com André, sozinho em um quarto de pensão, quando recebe a visita do irmão Pedro, que lhe revela a intenção de levá-lo de volta para casa. Ao receber o irmão e iniciarem uma longa conversa, André é tomado por diversas recordações de sua vida na lavoura e da fazenda dos pais, além da convivência com a família: recorda-se dos sermões de seu pai e de sua severidade; da própria infância; Iohána, que preza pelo equilíbrio no lar, e do avô, que, apesar de morto, era uma figura sempre presente. Diante de todas essas lembranças e flashbacks é revelado ao leitor a realidade perturbadora vivida na casa da família: o autoritarismo do pai, Iohána, que preza pelo equilíbrio no lar, além da sua rigidez moral que sufoca a todos; a tensão de André por não se sentir parte integrante da família, devido à sua inadequação aos padrões impostos pelo pai e ao amor incestuoso do protagonista por sua irmã Ana.
Por fim, Pedro acaba convencendo André a voltar para casa, onde é recebido com grande alegria e com um alvoroço contido por parte do chefe da família. O seu retorno é comparado à parábola bíblica do filho pródigo e, apesar da felicidade de todos, os desentendimentos de André com Iohána (o pai) ainda permanecem.
Nos capítulos finais, na celebração festiva do retorno do filho que partira, o patriarca da família descobre o amor incestuoso entre os irmãos, Ana e André, e desfere um golpe mortal na direção da moça enquanto ela dançava, arruinando, assim, a própria família.
Lavou Arcaica é um excelente obra, cheia de reflexões, não vou negar que em alguns momentos se torna uma leitura difícil, um pouco complexa, que precisa ser lido com bastante atenção. Como disse um comheiro de um grupo literio, Lavoura Arcaica não é leitura de entretenimento é leitura pura, profunda, posso dizer que é uma obra para todos os leitores mas que nem todos os leitores e para ele!

Kyumie 11/06/2014

Uma belíssima de uma bosta!
Pra inicio de conversa, nao tem parágrafo nem ponto final (no meio dos capitulos) é vírgula atras de vírgula!! As vezes sao 5 paginas seguidas só de vírgula (se vc achar um ponto e vírgula vc ta no lucro) Insuportavel de ler, palavroso até o ultimo fio de cabelo, e como se isso ja nao bastasse tem erros gramaticais nada a veeer. Ex: "Te amo Ana" Te amo?? TE amo???? Ô meu querido, é AMO TE, te amo nao existe! O que adianta falar "profusas drosófilas" se chega na hora da gramática comete um errinho besta. E além do mais é nojento, é uma completa bagunça!

Tive que escrever isso, afinal é a minha opinião e é isso que significa resenha. Tava entalado na garganta, somado com a raiva de terem tirado Domcas da lista da federal, mas enfim, pronto falei.

Rodrigo.Silva 24/07/2024

Pura pretensão. Uma prosa poética grudenta, uma historinha boba. Tipo Um Copo de Cólera também, só que Um Copo de Cólera tem a história pior e é menos chato. Incrível um cara que só escreveu esses dois livros e mais um ser incensado como é