Primeiras Estórias

Primeiras Estórias João Guimarães Rosa




Resenhas - Primeiras Estórias


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Aleksander 11/06/2014

Que tal uma leitura robusta?
Tive o cuidado de ler cada resenha e comentário aqui colocado. Muitas impressões já descritas são as que trago da leitura de Primeiras Estórias. Esse é o primeiro livro do Rosa que leio. Como alguns concordaram, a linguagem empregada não se trata daquela fluida e de fácil entendimento num primeiro momento. Nem em outros momentos, a bem da verdade. No entanto, é interessante, expressa a oralidade muito característica dos personagens e é proposital por parte do autor. Comum encontrarmos também onomatopéias, como o som dos cavalos em disparada em "Tarantão, meu patrão" e o som do tucano em "Os cimos".

É fato também que essa linguagem se altera de conto pra conto. Alguns apresentam maior dificuldade no entendimento, o que não se deve totalmente ao vocabulário empregado, mas também à construção das frases e idéias, fazendo-se necessária às vezes uma releitura de um parágrafo. Outros (contos), no entanto, apresentam um linguajar mais fluido e simples, de fácil apreensão, associado a um enredo mais simples, no sentido da construção do texto, e não da interpretação dele. Por exemplo, "A menina de lá" e "Substância", como dois contos com linguagem mais simples, delicada, assim como seus enredos. Contrastando com "O espelho"e "Darandina", por exemplo, de entendimento mais complicado.

Me surpreendo ao dizer que gostei do livro, porque no início, tendo em vista o que já citei acima, achei que nem terminaria a leitura. No entanto o recomendo. O livro como um todo apresenta algo de muito especial em suas histórias. São 21 contos, personagens simples, cenários em geral sertanejos mas alguns urbanos, estórias até certo ponto também simples mas com um sentido bem mais elaborado do que as aparências possam indicar.
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Bárbara 22/05/2014

Histórias inusitadas
O livro é composto por contos, muito bons, que nos levam à reflexão e deixam uma mensagem. No entanto, não é muito fácil de ser entendido, não consegui compreender tudo que Guimarães Rosa quis transmitir. A linguagem e a forma escrita também me chamaram atenção, termos diferentes, neologismos, e há trechos em que a história tem um ritmo que parece uma poesia, muito interessante mesmo. É uma ótima leitura, um belo livro, com contos por vezes inusitados, diferentes e que certamente, por trás de fatos estranhos, inexplicáveis, deixam uma mensagem, mesmo que de difícil compreensão. A existência humana, seus sentimentos, loucuras, angústias, buscas, entre outros, são abordados na obra. Alguns dos contos que mais me encantaram foram "A menina de lá", "Pirlimpsiquice" e "Os cimos".
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Cyssah 29/01/2014

Contos da Roça
VIAGEM PELO BRASIL EM 54 LIVROS
003/54

"Primeiras Estórias" é o sexto livro do mineiro Guimarães Rosa publicado em 1962.

Os contos são bem divertidos, todos se passam no interior e todos tem um doido ou uma criança como personagens principais. Os textos são ricos em descrições, mas também em palavras criadas pelo autor e frases que não seguem a ordem a qual estamos acostumados. Também tem bastante onomatopeia. Não é nada fácil de ler. Mas não deixa de ser uma leitura agradável!

Tem a história de um menino e seus amigos tentando esconder de seus colegas não participantes o enredo de sua peça de teatro na escola. Uma jovem que abre mão do amor de sua vida para cuidar do pai idoso e doente. Um homem cuja família é perseguida aonde quer que more por um encrenqueiro e pede ajuda de um delegado da nova cidade onde vive. Uma vaca fujona da trabalho ao filho de seo Rigério que se incumbe de levá-la ao dono original. O que se vê em um espelho, mais do que a física e a óptica podem explicar. Fazendeiro que perde a mulher e fica com quatro filhas para criar.

O inicio dos contos parece bem simples, embora não dê para saber exatamente no que vai dar, mas aos poucos eu ia me acostumando com as palavras do autor e ia decifrando a historia. Achei difícil, mas foi divertido. Minha mãe me ajudou com muitas palavras, ela é idosa e nascida no interior, então seu vocabulário engloba algumas das palavras usadas por autores antigos como o Rosa.

Há um filme chamado Outras estórias inspirado em contos de Guimarães Rosa, dirigido por Pedro Bial.
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Ulisses 04/09/2013

Informações básicas sobre o livro
Livro de contos que já traz algumas nuances da excepcional literatura de Rosa. A obra é composta de 21 contos que se inter-relacionam e se complementam.

1. As margens da alegria
2. Famigerado
3. Sorôco, sua mãe, sua filha
4. A menina de lá
5. Os irmãos Dagobé
6. A terceira margem do rio
7. Pirlimpsiquice
8. Nenhum, nenhuma
9. Fatalidade
10. Sequência
11. O espelho
12. Nada e a nossa condição
13. O cavalo que bebia
14. Um moço muito branco
15. Luas-de-mel
16. A partida do audaz navegante
17. A benfazeja
18. Darandina
19. Substância
20. Tarantão, meu patrão
21. Os cimos

lispector 10/02/2019minha estante
Por mais comentários assim,com os contos




Matheus 29/07/2013

O sertão é Rosa. Guimarães Rosa!
Não sei direito o que falar sobre este livro. Escrevo no meio da noite com o marteladas solitário de uma siriema distante, no pasto. A situação não poderia ser melhor. Deixo, pois, ao momento me ditar as palavras.

Muitos são da opinião que Machado de Assis é o deus da literatura portuguesa, ou até universal. Assim também eu achava; até ler Guimarães Rosa. Provavelmente, só não é unanime a opinião de lhe conceder o posto de primeiro lugar na literatura, porque poucos são os que leem seus livros. Paira um ar intimidador sobre as obras desse escritor e a maioria das pessoas não se sentem capazes de pega-las para ler. No entanto, nada justifica esse receio e a intimidação dos livros de Guimarães existe mais pela conversa fiada de professores de literatura do que por um estilo difícil de entender. De fato, logo na escola os professores falam que, de inicio, parece estar-se lendo em outra língua, e a quase totalidade dos alunos caem no equivoco de pressupor que essa outra língua e impossível.

"Ninguém é doido. Ou, então, todos. Só fiz, que fui lá. Com um lenço, para o aceno ser mais. Eu estava muito no meu sentido. Esperei. Ao por fim, ele apareceu, aí e lá, o vulto"
- A terceira margem do rio -

Sim, com certeza Rosa não escreve na mesma língua que os outros escritores brasileiros. Estes usam a linguagem técnica, formal, pensada e repensada... enfim, linguagem de livro. Rosa não. A sua é a da fala, a da alma e por isso mesmo seria impossível que carregasse a incompreensibilidade que lhe é erroneamente atribuída . Consigo perfeitamente imaginar um noite de lua, onde em volta de uma fogueira, sertanejos contam causos na linguagem de Guimarães. O escritor dos sertões é o equivalente aos impressionistas na arte visual. Estes estudaram os efeitos óticos da luz e do olho humano de forma a que pintaram espelhos da natureza sem precedentes, como nem Da Vici ou Michelangelo jamais sonhavam em conseguir; Já Guimarães Rosa estudou a língua de todas as formas possíveis e imagináveis, e conseguiu dar uma vivacidade tão absoluta a suas estórias que nem mesmo Shakespeare conseguira.

O cenário de Rosa, assim como sues personagens, não conhecem limites entre o mundo real e o do romance. Parecem trasbordar do livro. O sertão descrito parece frequentemente muito mais real do que a sala ou quarto em que o leitor lê o livro, e parece termos convivido pessoalmente com as personagens criadas, mais até do que com nossos amigos e parentes mais íntimos. Por mais extraordinárias e misteriosas que que sejam, em nenhum momento se duvida que a estória contada seja verídica - e de fato, elas parecem mais contadas do que escritas. Esse é o Gênio maior e inigualável de Guimarães Rosa!

"A Mãe queria, ela começou a discutir com o Pai. Mas, no mais choro, se serenou – o sorriso tão bom, tão grande – suspensão num pensamento: que não era preciso encomendar, nem explicar, pois havia de sair bem assim, do jeito, cor-de-rosa com verdes funebrilhos, porque era, tinha de ser! – pelo milagre, o de sua filhinha em glória, Santa Nhinhinha."
- A menina de lá -

Esse parágrafo é uma síntese de Primeiras Estórias, e mostra que o livro não foge do que eu falei acima. São vinte um contos que se unem de maneira surpreendente, apesar de não terem entre si nenhum vínculo claro. Há uma mágica comum a todas as estórias, algo entre a sabedoria milenar dos ascetas japoneses e o sobrenatural das fábulas e do folclore brasileiro. Todos os contos tratam de seres humanos excepcionais e talvez aqui esteja o Guimarães do livro. Assim como seus personagens são diferentes de tudo que os cerca, também seu criador possui o Gênio sem igual!
Gian 31/08/2014minha estante
Depois de ler este livro, fica difícil não colocar Rosa como o mais incrível escritor brasileiro, e o mais "inventivo" na língua portuguesa.




DIRCE18 11/02/2012

Milmaravilhosa
Primeiras Estórias, livro de J.G. Rosas que traz 21 contos, e, me permitindo tomar uma emprestada uma fala do narrador- personagem de Pirlimpsiquice , diria que, a leitura que eu fiz foi milmaravilhosa, ainda que, ao contrário do que aparenta, não são contos muitos fáceis de entender – falo por mim, uma vez que, alguns deles, me levou a releituras para um melhor entendimento, como A Terceira Margem do Rio.
De uma maneira geral, J.G. Rosas, aborda nesse livro diferentes temas, como o descoberta do mundo por um menino , o deslumbramento que coisas simples provocam, e a compreensão de que a alegria pode desvanecer , porém, no meio das trevas, um vaga-lume pode representar outra vez a Alegria.
E "mergulhando" na escrita e narrativa de G. Rosa me deparei com a solidão, com a loucura, com a solidariedade, com a lei dos mais fortes, com a ingratidão, com as seqüelas da guerra, com os questionamento que um espelho pode trazer, com um novo despertar do amor e da sexualidade, e encontrei , até , uma vaca fujona que, no final de sua insólita jornada, tal qual um cúpido, permitiu que dois jovens fossem atingidos pela certeira flecha do amor.
Vou me estender um pouco mais falando sobre a "A Terceira Margem do Rio" e "Pirlimpsiquice".
A Terceira Margem do Rio, por ter me intrigado, me instigado e me desafiado, a ponto de eu ler e reler 2 vezes, pois inúmeras perguntas ficaram me martelando: o que representaria o termo a terceira margem? Por que o filho não conseguiu, como os demais membros da família, levar sua vida adiante, quando seu pai resolve viver, rio adentro, em uma pequena canoa? Por que tanta culpa? Por que tive a sensação que o filho ocupou o lugar de protagonista destinado ao pai? Pensei, pensei e pensei. Lembrei-me que, com freqüência, as pessoas sem perspectiva, são definidas como pessoas que vivem às margens da sociedade. Então será que minhas perguntas poderiam ter como respostas que o Rio foi uma metáfora utilizada por G. Rosas da vida, da existência? A negação do filho em ocupar o lugar do pai , representaria o seu medo da travessia, o seu medo de fazer as coisas acontecerem, levando-o a optar em ficar à margem ( a terceira margem do rio) , e , como seu pai que ficou à margem - a mercê da loucura , ficaria ele a mercê de dias não vividos, esperando apenas pela sua derradeira hora?

Já ,Pirlimpsiquice....Ah! Doce verão dos meus sonhos... No conto: a lembrança do narrador-personagem de uma peça encenada na sua infância, e que, devido a ausência de um dos membros ( o protagonista mor) e a rivalidade existente entre os alunos do colégio, se deu o maior quiprocó.
Maior quiprocó também se deu, quando eu, no segundo ano primário, fui escalada pela minha professora ( D. Nilza) para encenar uma peça de teatro , na qual eu representava uma madame- caracterizada como tal : salto alto ( aos 8 anos???) coque na cabeça...fala sério: uma verdadeira caricatura - hilário. Mas não parou por aí: na peça eu derrubava um vaso de porcelana valiosíssimo e, em uma das minha falas, eu dizia: OH! Meu vaso de porcelana, tão valioso! Valioso, não só pelo seu preço mas também pelo seu valor sentimental. Ocorre, que nos ensaios eu derrubava um suposto vaso , e não havia objeto algum representando-o , porém, no dia da apresentação da peça, a professora, colocou na mesa o tão valioso vaso - uma garrafinha de coca-cola- e , eu, toda talentosa, derrubei aquela " preciosidade" que se espatifou no chão em mil cacos. Nossa!!! Que vexame! Não é que eu achei tanta graça com o "vaso" espatifado no chão, que comecei a rir muito , na verdade, eu chorei de tanto rir e não disse fala alguma. Eu apenas ria , ria e ria. A professora apavorada fazia sinal para que eu parasse de rir, mas não tinha jeito: a cada sinal dela mais eu achava graça. A solução que ela encontrou, para acabar com aquela situação embaraçosa, foi ocupar o meu lugar peça. Estava encerrada minha carreira de atriz.
Por que eu "fugi" de modo tão desavergonhado da leitura ? Porque ler G. Rosas também é se permitir, por meio da sua narrativa, "voar" a tempos longínquos, e se perguntar: como G. Rosas escreveria minha façanha? Qual o título que ele daria a ela? Pirlimpsiquice II?
Como nesse meu comentário prevaleceram as interrogações, eu o finalizo com mais uma: posso deixar de dar 5 estrelas?
Tiago 02/05/2012minha estante
Releitura: uma das coisas mais gostosas de ler Rosa é que cada leitura que você faz do mesmo texto dele é um conto novo que lê.


ScaredOn 22/08/2012minha estante
Muito importantes as suas observações.
1-O termo a terceira margem, vem do fato do pai isolar-se e viver na terceira margem, o pai mergulha numa questao existencial;Guimarães rosa revelou que o rio é a alma humana, o pai mergulha no rio que é a alma, e passa a viver numa outra margem, uma amrgem meta fisica.
2-"Por que o filho não conseguiu, como os demais membros da família, levar sua vida adiante"- O conto mostra que alguns filhos sentem necessidade de cuidar dos pais, se sentem responsáveis de alguma forma pelos pais e pelo sofrimento "Por que tanta culpa".
3 - "Por que tive a sensação que o filho ocupou o lugar de protagonista destinado ao pai"-O filho, assim como o pai, acaba se isolando do que deveria viver, o pai deveria viver com a familia,o filho deveria fazer familia, os dois de certa forma, se isolaram da propria existencia.


ScaredOn 22/08/2012minha estante
Corrigindo "Muito importante".


Carla 28/07/2013minha estante
Realmente, Dirce, os contos não fáceis de entender...
Estou no meio da leitura do livro e, muitas vezes, ao terminá-los, percebo que não compreendi o texto e, muito menos, sua mensagem...
Este livro está sendo um grande desafio... há tempos, não lia um livro de tão difícil compreensão!
Torço para conseguir entender a mensagem que o autor almejou transmitir...




Mariana 01/01/2012

Proseando.
Livro de contos.Apresenta como cenário sítios diversos e neles famílias diversas que retratam as lacunas de uma sociedade. O espelho , um conto do livro, que reli várias vezes embargada em reflexões é o marcante. Outro efeito gracioso é a forma de linguagem usada que aconchega, tão tranquilo , íntimo porém com muita base.Sem palavras jogadas ao acaso.
Recomendo, assim como releio.
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Faber-Castell 02/11/2011

A pedagogia rosiana do viver
Livro primoroso deste grande escritor brasileiro. "Primeiras estórias" é uma reunião de contos escritos para este livro que compoem uma harmonia: todas as estórias falam do mesmo tema, mas cada uma de forma diferente. Cabe ao leitor o trabalho de descobrir o tema que é o fio-condutor do uno e do todo no livro.
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May 26/08/2011

Sou muito fã da forma que o Guimarães escreve e esse livro então, esbanja originalidade. ÉPICO!
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Augusto Abreu 29/07/2011

Guimarães Rosa
Além do clássico Grande Sertão, Veredas; e do épico Corpo de Baile, que é como se fosse o Ulisses brasileiro, Guimarães Rosa escrevia contos magistrais, como os deste livro que ele batizou estranhamente Primeiras Estórias, embora fossem as últimas que ele publicasse em vida. Sua justificativa era de que ele compreendia que seus textos buscavam a pureza e a simplicidade, e ele gostaria que tivesse sido assim desde o começo, como quando publicou Sagarana, outro livro de contos. Depois de uma grande volta pelo romance, o gigante retornaria com a técnica refinada a nos presentear com este monumento do lirismo e da concisão. Um livro difícil para quem não é acostumado à linguagem, mas repleto de ótimos momentos.
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ScaredOn 01/11/2010

Ótimo
Não me canso de ler "A terceira margem do rio".Marcou minha vida.
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22/09/2009

Tem um conto que é uma poesia!
Leia para descubrir a terceira margem do rio e a maneira mais singela de falar do medo, do desconhecido, do falível...
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Flávia Salla 16/06/2009

Erudito!!!
Só consegui entender os contos porque na época a professora de literatura do cursinho explicou! Fantástico!!!
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