Bruno Oliveira 08/01/2023
MOBY DICK, ou quase tudo que você tem que saber sobre A Baleia
Moby Dick, ou A Baleia do norte-americano Herman Melville não é um romance típico, tampouco um livro de aventura “raiz’. Seu começo é meio confuso, há várias informações gerais, que mais parecem pop-ups, que versam sobre o cetáceo do título; esses dados lembram um apanhado geral no Google. Contudo, não estão lá à toa, não! Suas fontes, tanto bíblicas quanto filosóficas e tanto acadêmicas quanto jornalísticas, ajudam a “dar uma ideia geral” do conteúdo do livro e, de quebra, dizem muito do tom da narrativa propriamente dita logo a seguir. Sobre essa, até que ela começa bem, você vai “nas ideias” do Ismael (nome sugestivo, hein?) numa boa e, essa personagem-narrador vai te contando sobre si e sobre o seu futuro empreendimento financeiro: virar caçador de baleias. O problema infelizmente surge quando ele suspende a narrativa (em diversos momentos) para contar “um causo” ou, ainda, para discorrer sobre assuntos específicos demais sobre essa sua nova profissão: há muitos dados, muitas informações desnecessárias que fazem do livro uma espécie de almanaque de curiosidades sobre a caça dos cetáceos nos meados do século XIX; é quase um ensaio que você tem em mãos! A parte da narrativa aventureira é boa, porém, em muitos momentos os personagens parecem estar em um palco declamando suas falas carregadas de um tom fortemente religioso. Dito isso, fica cá o aviso: a obra é simbólica, então, não espere cá os significados específicos, só um alerta amigo acima do mastro. Vá já sabendo o que encontrará.