Moby Dick

Moby Dick Herman Melville




Resenhas - Moby Dick


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Cris Paiva 18/07/2018

Moby Dick não é um livro muito fácil de se ler.
A narrativa é lenta e muitas vezes você não entende muito bem onde o autor quer chegar com tanta explicação sobre a vida náutica, detalhes dos tipos de baleias, explicações sobre como funcionam partes do navio, como é feita a caça e muitas outras coisas que não entram direito na sua cabeça e que podiam muito bem ser suprimidas da história e deixar somente a parte que interessa.
Mas esses detalhes formam a parte que interessa, mas infelizmente, só vamos entender isso no finalzinho do livro...
Moby Dick é uma aventura épica, que permanece com você muito tempo depois que se fecham as páginas do livro. É uma história sobre a luta do homem contra a natureza, entre o bem e o mal, onde você não sabe direito qual é o lado “certo”. Será o capitão Ahab a mão vingadora de Deus, ou um homem enlouquecido que somente quer se vingar da baleia assassina. E Moby Dick, será que ela representa a fúria de Deus contra os homens ou é apenas um animal irracional com ódio dos homens e o que eles representam?
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Marcos Antonio 09/07/2018

A Baleia demônio
Moby Dick é mais um dos clássicos que resolvi ler, sempre ouvi falar mais nunca havia lido, esse livro narrado por Ishmael ele não fala muito sobre ele, porém o seu conhecimento sobre: arte, geologia e anatomia, códigos legais e literatura; certamente ele é inteligente e bem-educado, mas afirma que um navio baleeiro tem sido seu local de aprendizagem.
O Livro se passa em Londres de 1851 e é afirmado que foi por causa dos baleeiros que temos conhecimentos de muitas coisas, ele abriram as portas dos mundos desconhecidos, para as grandes descobertas.
Ishmael parece ser um professor atrás de aventuras, ele embarca pequot que quer dizer caixão, e lá ele conhece o capitão Ahab que não quer caçar baleias ou como eles chamam o cachalote.
O ódio de seu capitão só o levava a pensar no grande Cachalote Branco o grande mostro do mar, o demônio encarnado em baleia ou o próprio Deus que resolveu nascer baleia. Mody Dick a baleia levou a melhor.
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Lucas.Armelim 06/06/2018

[Leitor dos Sonhos] Moby Dick - Herman Melville
Quem sou eu para falar algo sobre uma obra tão antiga e consagrada?

Eu não sabia nada sobre ela além do óbvio, a caça a colossal cachalote branca: Moby Dick. Eu não costumo criar expectativas e li somente pensando em satisfazer meu gosto sobre o mar e seus mistérios.

Resultado: O livro foi algo totalmente diferente do que eu esperava. Não se trata apenas de um romance, essa obra é uma enciclopédia sobre a caça as baleias.

A história é narrada por Ishmael, um marinheiro letrado que parte junto a uma multiétnica tripulação no Pequod, um navio baleeiro comandado pelo Capitão Ahab, para o que seria apenas mais uma viagem de caça. Porém, pouco depois deles partirem, o capitão declara suas verdadeiras intenções, nesta viagem ele planeja se vingar da baleia que arrancou sua perna, uma baleia conhecida e temida por todos, Moby Dick.

Vale a pena destacar alguns pontos como o conflito de interesses entre a tripulação e seus investidores com o plano de vingança de Ahab, e os conflitos internos causados pela convivência de pessoas tão diversificadas. Em especial, vale destacar também Queequeg, um personagem importante, nativo de uma ilha distante e considerado um perigoso canibal, que Ishmael desenvolve uma amizade reciproca e inesperada.

Eu confesso que demorei oito meses para ler o livro. Fui passando vários outros na frente, não por ser uma leitura cansativa e desinteressante (o que pode realmente ser caso você não esteja predisposto ao tema), mas porque a narrativa não tem um fluxo que te prenda, sendo interrompida a todo instante por capítulos e mais capítulos técnicos e filosóficos que falam sobre tudo o que envolve a caça as baleias naquela época.

Ao mesmo tempo que isso me fez desanimar um pouco durante a leitura, me fez sentir depois a grandiosidade e importância da obra, mais do que um romance, é um livro de História carregado de conhecimento.

Concluindo, Moby Dick é um livro que você precisa estar predisposto a ler e aceitar seu formato, pois não tenho dúvidas que será abandonado no meio se não for assim. Tem um final questionável, eu particularmente não gostei da forma que personagens que nos foram apresentados durante toda a história tiveram seus finais, senti que foram desprezados. De qualquer forma, é um livro que não me arrependi de ter lido, valeu muito a pena a experiência, mas que recomendo somente a quem realmente estiver disposto.

site: https://leitordossonhos.wordpress.com/2018/05/18/moby-dick-herman-melville/
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bobbie 28/05/2018

Clássico inegável
Óbvio: Moby Dick é um clássico da literatura norte-americana. Não há como fugir disso e afirmá-lo e ficar no lugar comum. Herman Melville escreve muito bem, sua história tem profundidade e substância e o grande conflito homem versus natureza não passa despercebido, ainda que, nos dias de hoje, as inúmeras cenas descritivas de caça aos cachalotes possam enfurecer até o mais flexível dos ativistas. Contudo, em vários momentos, senti como se estivesse lendo um manual de navegação, construção de aparato de caça ou um livro de biologia sobre as diferentes espécies de baleias, suas características físicas, comportamentais, dentre outras. Reconheço o valor literário do romance (daí suas estrelas), mas não pude evitar respirar aliviado quando li o FIM.
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Fernando 18/05/2018

A fúria chamada Moby Dick
"Não há loucura de animal algum desta terra que supere a insensatez dos homens" (Moby Dick, página 137).

Vingança. Amargura. Obsessão. Palavras que definem Ahab, capitão do Pequod. Sua caçada cega contra a baleia branca fez com que perdesse os elos que ligam o homem à sua humanidade.
Movido por emoções. Seu coração se perde nas nuance entre trauma e redenção. Ahab induz os tripulantes do Pequod a abraçarem a causa “Morte à Moby Dick” como uma missão que todos querem profundamente conquistar. Ahab ilude as mentes de seus marujos tão bem, que se esquecem de nunca terem visto a baleia branca em algum momento de suas vidas. Os olhos ofuscados de um homem são capazes de ofuscar também a visão daqueles que por temor ou insanidade, rendem-se a uma jornada sanguinolenta que não lhes diz respeito.
E sim, existe também aqueles que com olhos abertos e atentos, sabem qual o resultado de seguir ideias extremistas. A vida é um lado dessa extremidade. Uma lado não aceito pela maioria. A morte, o outro extremo, é abraçado sem resistência pelos corações ignavos. É em vão ir contra todos. Porque aqueles que são contra morrer, não podem fazer nada frente a massa impensante rendida a uma vingança não refletida. Em Pequod, vida é assunto dos indignos.
E se a morte é adorada pelo vivos, Moby Dick é a lança fatal que perfura a carne dos que assim desejam. Porque ela, a cachalote enfurecida, é mais do que um animal, mas também um deus. Um castigo que recai somente naqueles que a cobiçam. Que se rendem à sua beleza sagaz. Porque nos mares, Moby Dick nunca é a caça, é sempre o caçador. Aquela que condena as almas sujas de pecado a vagaram sem rumo pelas águas onde ela reina. Onde ela ETERNAMENTE reina.
Moby Dick é rei do império oceânico, e o homem, a oferenda feita pelos mares.
Pequod desafia um deus. Deus enfrenta Pequod. Os mares pertencem a deus. Pequod pertence ao esquecimento. E assim o é, e assim para sempre será, enquanto Moby Dick viver.
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rosanyvieira 13/05/2018

Não irei me estender tanto nessa resenha, pois confesso que tive grande dificuldade para compreender e interpretar grande parte do livro e que só consegui termina-lo graças aos vídeos do projeto de leitura da Tati Feltrin. Talvez eu não estivesse no momento para Moby Dick e por isso não fui capaz de alcançar a profundidade que o livro trás. Estamos todos suscetíveis a isso, não é mesmo? Quem sabe em um futuro eu faça a releitura da obra e tenha o deleite de carregar toda a bagagem ofertada por ele?!

O livro é narrado em primeira pessoa por Ishmael, um homem que resolve subir a bordo de um navio baleeiro chamado Pequod. Os navios que viviam das caças às baleias naquela época eram grandes fontes de renda para quem ousava se aventurar a passar dois ou três anos em alto mar no trabalho de busca das cachalotes.

Já a bordo do navio nos é apresentado o capitão Ahab, que perdeu a perna tempos atrás em uma tentativa fracassada de caçar a temida baleia branca de nome Moby Dick. Após esse acontecimento, Ahab irá desenvolver uma monomania em perseguir tal baleia para vingar a perda da sua perna. Apesar dos frequentes maus presságios que ocorrem no decorrer da viagem e da resistência para essa caça prosseguir por parte de alguns tripulantes do Pequod, Ahab contraria a tudo e a todos, desafia o destino e prossegue firme à procura da Moby Dick.

Nessa narrativa, iremos nos deparar com uma gama de informações técnicas sobre como é construído um navio, a composição das baleias e como funciona a caça a esses animais. São capítulos cansativos e enfadonhos e é necessário muita força de vontade para prosseguir a leitura. Além da tecnicidade, o livro tem grande influência de acontecimentos bíblicos, sendo permeado também por alegorias e simbolismos.

Quanto ao final do livro, embora tenha sido bastante descritivo e rico em detalhes, foi basicamente focado em dois personagens apenas. Senti falta de saber sobre os restantes dos personagens, pois o autor nos aproximou muito deles durante todo o enredo. Embora eu tenha me entusiasmado bastante no início da leitura e tenha achado bastante divertida inicialmente, a animação foi diminuindo no decorrer das páginas pela tom monótono que o livro tomou e fui começando a achar vários capítulos chatos, cansativos e um pouco (na verdade, muito) incompreensíveis.
Thiago.Struzani 04/04/2019minha estante
Ufa, não fui o único que achei cansativo e com capítulos desinteressantes (muito técnicos).




Maria.Gabriella 13/05/2018

Sobre desafios
Tomando Moby Dick, a baleia, como o grande desafio de Ahab - um desafio monomaníaco e vingativo - posso dizer que Moby Dick, o livro, foi o meu. Tive problemas com a narrativa, não se tornou meu livro favorito, mas uma das maiores leituras, sem dúvida.
O livro começa com Ishmael, um personagem enigmático do qual não sabemos muito sobre e tampouco seu nome, já que pede para ser *tratado* por Ishmael. Ele decide fazer uma nova jornada no mar, visto que a terra não é suficiente para sua alma, e durante sua estadia na Estalagem do Jato, conhece seu grande amigo, Queequeg, um índio dos Mares do Sul. Após isso, a jornada no Pequod, um navio baleeiro, começa. O capitão, porém, só vai se apresentar mais adiante e, quando o faz, comprova para Ishmael o que todos diziam dele: um homem rígido, cujo olhar deixa uma pessoa tensa. A escuridão de Ahab, no entanto, não é tão intensa sem motivo - em uma das viagens, ele enfrenta Moby Dick, a baleia branca que se torna sua obsessão. Ahab é um personagem instigante, com uma loucura e um individualismo tão forte que não se importava de levar uma tripulação inteira para o desastre: ele queria matar Moby Dick porque se ela continuasse viva, ele não poderia.
A história é muito interessante, o que me incomodou foi o excesso de descrições do processo de caça a uma baleia. Tudo é descrito, ferramentas, refinaria, anatomia. Em certos momentos, é bacana, mas torna-se bastante cansativo em boa parte do tempo. As metáforas, uma sobre a outra, e referências bíblicas também colocam um forte cunho moralista na obra, mas não tive tanto problema com essa parte.
No mais, Moby Dick é um livro necessário na jornada de um leitor, acredito, pelo próprio desafio que ele é. Mesmo não gostando de certas partes, não há como negar a grandiosidade da obra pela forma como o tema da caçada, da baleia, da vida e dos mistérios da alma foram tratados como um só. Além da riqueza de simbolismos. Se a viagem de Ahab e do Pequod foi enfadonha e ansiosa para eles, porque não seria para nós? Ou, pelo menos, para mim.

site: https://www.instagram.com/viralivro/?hl=pt-br
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Helder 08/05/2018

O maior TCC sobre cetáceos já escrito.
Há anos tenho este livro em minha estante, mas nunca dedicara um tempo para le-lo. Porem no começo do ano descobri um grupo de leitura conjunta proposto pela Tati Feltrin e resolvi encarar a leitura de um livro clássico. Eu tinha uma ideia do que era a estória, mas aos poucos fui vendo que era uma leitura que botava medo em muitas pessoas. E logo descobri a razão.
Infelizmente não consegui acompanhar o grupo no devido prazo, pois achei tudo muito chato, mas assim como o lendário capitão Acab, posso dizer que terminar com a Moby Dick virou uma obsessão para mim.
Xiitas e estudiosos me crucificarão, mas estão aqui 5 meses de teimosia de minha vida. Orgulhoso em ter terminado, mas confesso que fiquei com medo do que as pessoas consideram clássicos. Houve algum engano por aqui. Diferente de Acab, eu posso dizer que venci a baleia, mas assim como para ele, isso não trouxe nada de grande para mim.
Não encontrei nenhum conteúdo aqui que me faça dizer que a leitura valeu a pena. Esta com certeza não é uma leitura para mim. Se você é biólogo e curte baleias, talvez seja interessante. Se você curte navios antigos, talvez também se interesse, mas tudo poderia ser muito melhor.
Muitos autores escrevem livros sobre itens que fazem parte de suas vidas e conseguem inserir isso no romance, usando certos conhecimentos a favor da narrativa. Vamos aprendendo coisas e a estória vai fluindo. Vide as aulas de história dos livros de Ken Follett. Aqui isso não acontece.
Ok, xiitas vão dizer que sou louco em comparar um escritor Best Seller como Follett a um Classico como Melville. Sendo assim, vou comparar com Dickens, que em livros antigos nos dá aulas sobre a Revolução Francesa sem parecer um compendio presunçoso.
Como romance, na minha opinião, Moby Dick é nota zero. Tudo ali é errado. Não existe um padrão de escrita. Hora temos um texto que parece um romance, outra hora é uma poesia, outra hora é um texto cientifico tipo enciclopédia, outra hora parece um fato saído de um jornal. Se fosse nos dias de hoje, com certeza Melville teria colocado uns power points para exemplificar sua ambição. E também duvido que alguém o editasse, pois 80% do que está ali acaba me parecendo supérfluo.
Já vi muitas pessoas dizendo que o texto é uma alegoria, com passagens bíblicas e mensagens filosóficas sobre a vida, o homem, a morte, a estória americana. Onde o homem fica cego por uma ambição e acaba com tudo o que está ao seu lado. Quem encontrou alegoria neste texto tem uma grande imaginação, ou eu tenho uma muito pequena.
O livro que li é uma grande Wikipedia sobre baleias e a indústria de caça a mesma no século XIX. Se você decidir ler o texto como um texto técnico, vai encontrar muitos momentos de curiosidade, já que a caça de baleias era uma “indústria” muito especifica. Difícil imaginar que aqueles caras passavam 4 anos no mar. Todo o processo manual de arpoar baleias, depois de carrega-las para o navio, depois de corta-las e transformar todas as suas partes em produtos. Tudo isso é até interessante, apesar de toda a linguagem rebuscada. Existem tempos verbais na minha versão que não sei nem se aprendi na escola. Assim como todo o vocabulário náutico de partes do navio e tipos de ventos.
Tambem é nítida a quantidade de pesquisa que Melville fez para escrever este livro. São diversas citações de coisas no texto e muitas vezes ainda em notas de rodapé, mas como a inserção destas pesquisas não é fluida na narrativa, parece que ele está tentando nos convencer a ler um grande TCC.
Se, assim como eu, você procura a estória de um capitão que tem uma obsessão e busca uma vingança contra o maior animal existente na Terra numa luta de Davi contra Golias, procure uma versão resumida juvenil (Tipo Para Gostar de Ler) e leia numa tarde rapidinho, sem perder todo o tempo que perdi aqui.
No meu caso foi inesquecivelmente a pior leitura de minha vida. Podem me atacar pedras, mas realmente não recomendo este livro para ninguém.
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LeitorAnonimo 05/05/2018minha estante
"Ou por que, a despeito de todas as latitudes e longitudes, o nome do Mar Branco exerce uma impressão tão fantasmagórica sobre a imaginação, enquanto o Mar Amarelo nos embala com pensamentos mortais de tardes longas, brilhantes e amenas sobre as ondas, seguidas dos mais agradáveis e indolentes poentes?", página 215.

"Deus, que transes de tormentos suporta o homem consumido por um incomensurável desejo de vingança! Dorme com os punhos cerrados; e acorda com suas próprias unhas sangrentas cravadas nas palmas das mãos", página 225.

"Garanto a você que o Juízo Final será mais tolerante com um providente fidjiano que salgou um missionário magro em sua adega para se prevenir contra a fome do que contigo, gourmand civilizado e esclarecido, que prendes os gansos no chão e te refestelas com seus fígados dilatados em teu paté de foie gras", página 325.

"Ainda que o homem ame o seu semelhante, é também um animal que faz dinheiro, propensão essa que muitas vezes interfere em sua benevolência", página 434.

"O mar zombador tinha-lhe poupado o corpo finito, mas afogara o infinito de sua alma" ; "Assim, a sanidade do homem é a sanidade do céu; e, distanciando-se de toda razão mortal, o homem chega por fim ao pensamento celeste, que para a razão é um absurdo e um delírio", os dois na página 435.

"O homem deve diminuir ou, pelo menos, deslocar a ideia que faz da felicidade possível, não a colocando em nenhum lugar do intelecto ou da fantasia, mas na esposa, no coração, na cama, na mesa, na sela, na lareira, no campo", página 438.

"Parecia não existir nada diante de mim a não ser um breu absoluto que, vez ou outra, virava terrível devido aos vermelhos clarões. A minha impressão mais forte era de que por mais rápida e impetuosa que fosse aquela coisa na qual eu estava, ela não estava se dirigindo a um porto à frente, mas fugia de todos os portos que deixava para trás", página 444.

"E a aproximação da Morte, que a todos iguala, a todos impressiona com uma última revelação que só um autor dentre os mortos poderia expressar com propriedade", "Mas que muito além do horizonte visível seus serenos mares sem continentes se mesclavam com os céus azuis", os dois na página 496.

"Resumindo, era do pensamento de Queequeg acreditar que, se um homem decidisse viver, uma simples doença não poderia matá-lo: nada; exceto uma baleia, uma tormenta, ou qualquer força destrutiva violenta, estúpida e ingovernável dessa natureza", página 499.

"Não se sabe que doce mistério existe naquele oceano, cujos tumultos gentilmente terríveis parecem falar de um espírito oculto em suas profundezas"; "Tudo o que chamamos existências e almas jaz sonhando, sempre sonhando; revirando-se como os adormecidos em seus leitos; as ondas incessantes são assim geradas por suas inquietudes", os dois na página 500.

"Parece a maré pulsante do coração da terra", página 501.

"Trabalhava [o ferreiro] como se o trabalho fosse a própria vida; e a batida grave de seu martelo, a batida grave de seu coração", página 502.

"Oh, dor sobre dor! Ó, Morte, por que não podes às vezes ser conveniente? Se tivesses levado contigo esse velho ferreiro antes de a ruína completa se abater sobre ele, a jovem esposa teria conhecido uma tristeza amena, e os órfãos, um pai lendário, verdadeiramente venerável, com quem sonhariam nos anos futuros; e todos teriam renda suficiente, dispensando cuidados. Mas a Morte colheu outro irmão, virtuoso e mais velho, de cujos cantarolantes labores diários dependia a manutenção de outra família, e deixou o mais que inútil velho de pé, até que a repugnante podridão da vida o tornasse mais fácil de ceifar", página 503.

"Os longamente extensos vales virgens; o azul discreto das colinas; e, sobre estes, o silêncio e o sussurro insinuantes; você poderia jurar que crianças cansadas de brincar jazem dormindo nessas solidões, em algum alegre mês de maio, quando as flores dos bosques são colhidas", página 508.
"És um navio cheio e a caminho de casa, dizes: pois bem, já eu sou navio vazio e correndo de casa", página 511.

"Para os marinheiros, as juras são palavras familiares; praguejarão tanto no auge da calmaria como nas garras da tempestade", página 522.

"Então, se o casco for a pique, haverá trinta sujeitos vivos lutando por um caixão, um espetáculo que não se vê com muita frequência debaixo do sol!", página 547.

"Pode ser que, em certo sentido espiritual, o caixão seja, afinal, apenas um conservador da imortalidade! Pensarei nisso. Mas não. Tão longe fui no lado escuro da terra que o seu outro lado, aquele iluminado pela teoria, me parece apenas um incerto crepúsculo", página 549.

"Eu rastejaria para qualquer lugar, qualquer caverna, e dela faria meu retiro. E, no entanto, que coisa tão nobre e heroica é o vento! Quem já o subjugou? Em todas as lutas, dá o último e mais amargo golpe. Correi de lança em punho contra ele e apenas o atravessareis", página 582.

Em um capítulo perto do final, Ahab até pensa em desistir da caçada à Moby Dick, pensando em sua esposa e seu filho que ele deixou em terra. Mas logo seu semblante muda, e a sua obsessão, que nós vemos em várias passagens durante o livro, volta. No final ele morre, se afundando no oceano.





Larissa Guedes de Souza 30/04/2018

A história de Moby Dick é contada por Ishmael, um dos tripulantes do navio Pequod que vai à caça de baleias. Descobrimos, então, que o navio vai mesmo é procurar a vingança para o seu capitão Ahab, que teve sua perna arrancada pela famosa e temível cachalote branca, Moby Dick. O livro é como um diário de bordo de Ishmael, no qual ele fala diretamente com leitor, contando a história do Pequod e trazendo detalhes técnicos para dar verossimilhança e realismo à narração. O livro faz parecer mesmo que é uma história real e que Ishmael está apenas relatando os fatos (apesar de ser uma ficção que é apenas baseada no ataque de uma baleia ao navio baleeiro Essex, afundado por um cachalote no Oceano Pacífico em 1820).

A maior parte do livro é narrada em primeira pessoa por Ishmael, mas ao longo do livro Herman Melville introduz novos estilos de escrita e uma variação da narração. Em certos momentos a história é contada como em um roteiro de peça, em outros momentos o narrador muda o ponto de vista para outros personagens, como Starbuck, Stubb, ou o capitão Ahab.

Apesar de ter curiosidade pela história, eu nunca tinha tido a iniciativa de realmente começar a ler Moby Dick, porque sempre ouvi que era um livro denso, chato, monótono, difícil e que é uma das leituras mais abandonadas. E aí quando comecei a leitura, eu me surpreendi bastante, pois história estava ótima, bem movimentada e até bem divertida e engraçada. O primeiro encontro de Ishmael e Queequeg, por exemplo, é hilário. Mas o livro vai perdendo esse tom no seu desenrolar e vai se tornando cada vez mais chato e cansativo de ler.

Os capítulos em que o narrador está realmente contando a história são ótimos. A história é interessante e o leitor se envolve nessa caça à Moby Dick, se envolve com os personagens e suas histórias pessoais e se envolve principalmente com a mente vingativa e até maníaca e obsessiva do capitão Ahab. Ahab só pensa em matar a baleia que lhe arrancou a perna, mesmo quando todos os sinais indicam que isto talvez não seja uma boa ideia, mesmo com os outros tripulantes do navio sendo contra essa missão (como Starbuck), e mesmo quando encontra outros navios com histórias terríveis do encontro com Moby Dick. Contrastando com os bons capítulos, há também muitos capítulos chatíssimos, como um capítulo chamado Cetologia, descrevendo os mais diversos tipos de baleias, outros capítulos sobre cada parte das baleias (A Cauda, Cabeças ou Caudas, etc.), entre outros nesse estilo. Sinceramente, nesses capítulos o leitor precisa de muita determinação para continuar.

Também percebo um contraste entre a parte mais técnica e a parte mais filosófica do livro. Como eu já disse, o narrador tenta ao máximo trazer verossimilhança e coerência ao texto; ele faz parecer que o livro é um diário de bordo no qual ele apenas narra os fatos. Mas em contraponto, ele também se atém a certos detalhes e filosofa extensamente sobre eles. São várias digressões e devaneios ao longo do livro.

Outro ponto que acho importante frisar é que o livro traz descrições bem detalhadas, cruas e reais da caça e corte das baleias. Quando eles encontram a primeira baleia, há vários capítulos designados a cada um dos detalhes do processo. Desde o arremesso do arpão, até a captação do óleo da baleia, passando pela morte da baleia, pelo jeito correto de cortá-la e etc., tudo com descrições bem imagéticas. Em certos momentos a leitura se torna um pouco difícil, mas é preciso levar em conta a época em que o livro foi escrito, o propósito da caça às baleias. Não é uma caça por esporte, é para retirar o óleo de baleia, que era usado para fornecer combustível para iluminação das casas e ruas, entre outras funcionalidades. Então, na minha concepção não é um livro sobre crueldade com os animais, é um livro sobre um navio baleeiro. Mas, sim, tem imagens fortes e se você tem problemas com isso, não indico a leitura.

O livro é muito rico em alegorias e simbolismos. Ele possui, por exemplo, várias referências bíblicas e referências a Shakespeare. Algumas bem explícitas e algumas mais disfarçadas. E as digressões e devaneios filosóficos que o autor faz ao longo do livro são repletos dessas alegorias e simbolismos. Esse livro causa sentimentos extremos e contrastantes: enquanto alguns amam o livro, outros não conseguem nem terminá-lo. Certo, é indiscutível que é um livro rico, mas infelizmente isso ficou escrito de uma forma chata e enfadonha na maior parte do livro. Sei que alguns vão me xingar e julgar, mas essa é a MINHA opinião. Não venham me dizer que não entendi o livro, que não entendi o que estava nas entrelinhas, etc. e tal. Entendi, sim. Apenas achei entediante.

Também achei o final meio anticlimático. Você é envolvido nessa narrativa por mais ou menos 500 páginas sobre Moby Dick e cria grandes expectativas pelo encontro e pela luta com a baleia, que só chega nos 3 últimos capítulos e pronto. A luta tem uma descrição incrível, mas sei lá, eu esperava mais. O final é praticamente só focado em Moby Dick e em Ahab. Todos os outros personagens que Ishmael fez questão de nos apresentar tão bem são esquecidos, ou citados rapidamente no desfecho do livro. Então, me senti meio enganada. Pra quê, então, nos aproximar de Queequeg, de Starbuck, de Stubb, de Tashtego e do próprio Ishmael?

Enfim, já me alonguei demais. Ler Moby Dick se mostrou uma prova de resistência e confesso que acho que só não o abandonei porque li no projeto de leitura conjunta da Tatiana Feltrin no canal TLT. Comecei o livro bem animada e gostando muito, mas ele foi ficando cada vez mais desinteressante e com mais capítulos técnicos e filosóficos no seu decorrer. Resumindo: a narrativa propriamente dita é bem interessante, mas os (muitos!) devaneios filosóficos e os detalhes extremamente técnicos me incomodaram.


site: https://bibliomaniacas.blogspot.com.br/
Thiago 04/06/2018minha estante
Tô muito ansioso para ler esse livro. Conheço a história, mas nunca li.




Letícia 16/04/2018

E então eu li Moby Dick!
E então eu li Moby Dick!

Esse é um livro que povoa o nosso imaginário desde a tenra idade. Sempre vamos lembrar do capitão à procura do famoso cachalote e só. Pelo menos sempre foi esse "resumo" que trazia comigo acerca dessa grande obra da literatura mundial.

Gosto de livros, digo, do objeto livro também. Foi assim que surgiu meu desejo de comprar a edição da Cosac, naquela época (já se vão bons anos, essa edição é de 2008). E o livro ficava ali na estante, lindo, decorando, e eu sempre ensaiando: "um dia leio, um dia leio."

Minha primeira tentativa foi em 2014, li até a página 13, justamente onde o título era "Excertos (fornecidos por um sub-sub-bibliotecário)" e parei. O doutorado não me deixou nem começar a aventura atrás de Moby Dick. E então, fiz outra promessa: "acabando o doutorado", quero ler tudo que não pude.

Foi aí que logo depois da defesa do doutorado em Julho de 2017, comecei a olhar para a minha estante e começar a escolher os primeiros livros que me colocariam de volta ao universo da literatura não acadêmica. E Moby Dick estava lá, junto de várias dezenas de outros livros que aguardavam a sua vez.

No final de Dezembro de 2017, conheci o canal da Tati Feltrin (e muitos outros canais), e ela propôs um projeto de leitura conjunta para ler Moby Dick começando em Janeiro e assim eu comecei a leitura que tanto me cativou.

Não faço resenhas como todo mundo por aí, então a partir daqui vou descrever minhas impressões e sentimentos de leitura.

Não me assusto com o tamanho (físico e número de páginas) de livros, mas esse em especial e acredito que vários outros clássicos nos dão receios. Mas para minha surpresa, as primeiras cem páginas fluíram de forma muito boa e divertida. Sim, dei boas gargalhadas com o Ishmael, nosso personagem narrador e também figura bem importante na história.

A cada página ficava bem curiosa para conhecer o famoso capitão Ahab que aparecia nos capítulos da obra, quando os marinheiros já estavam a bordo do Pequod, o barco baleeiro. Confesso que os capítulos mais técnicos, ou seja, aqueles que abordam as partes do navio, instrumentos de pesca, bem como os capítulos de cetologia (estudo das baleias), são deveras cansativos, pela configuração da descrição. Mas depois que você passa deles, você percebe que foram importantes para a construção da narrativa e para que você compreenda quem é a famosa Moby Dick.

Uma coisa bacana nessa edição (não sei como são as outras), temos o mapa para acompanharmos a viagem do Pequod em busca de MD.

De acordo, com o avanço dos capítulos e da navegação, a tripulação vai se aproximando do cachalote. Antes de chegar até lá, teremos vários acontecimentos, a rotina do navio, as relações entre os tripulantes, entre esse e outros navios baleeiros, e assim, por diante.

Podemos resumir o livro na busca do ser humano e encontro consigo mesmo, para minha não foi uma viagem para vingança ou para a pesca de uma baleia. Mas sobre o ser humano, suas relações com o outro, com a natureza e como se adaptar e superar obstáculos. E não deixar o que você pode fazer hoje, para uma outra pessoa ou geração. Você deve morrer tentando!

Recheado de passagens filosóficas e bíblicas, nos faz refletir sobre muitas coisas. Mesmo sendo escrito em 1851, considero bastante atual e fascinante.

É uma leitura que ao final da última página deixa saudades e ficará com você por muito tempo!

Recomendo a leitura! e para ver a postagem completa com links e vídeos sobre o livro, acesse o blog!




site: http://www.minhastempestades.com.br/2018/04/moby-dick-herman-melville.html
Ladyce 23/04/2018minha estante
Letícia você deveria sempre escrever resenhas. Muito boa. Parabéns! O livro é espetacular!


Letícia 23/04/2018minha estante
Ladyce, o livro me inspirou! às vezes sai alguma coisa boa! depois do desgaste da tese né?




Maitê 11/04/2018

um excelente livro, daqueles que sempre te surpreendem. não se deixe enganar pelas más línguas que acusam de ser vazio e só falar de baleias. De fato, eles falam muito de baleias, mais do que você imagina que poderia saber de uma baleia, mas a baleia é muito mais que isso. e você precisa descobrir isso também.
Flávia 11/04/2018minha estante
tendo a desconfiar de resenhas que defendem um grupo atacando outro. não acho que existam más línguas. há os que se afinam com a obra e os que não. de qlq forma, pretendo dar uma chance a esse livro, q está aqui, enfeitando minha estante.


Maitê 13/04/2018minha estante
as más linguas que eu menciono é o pessoal pseudointelectual que nunca leu o livro mas tem uma opinião formada sobre ele.


Flávia 13/04/2018minha estante
ah, entendi! kkkkkkkk


Flávia 13/04/2018minha estante
e aquele q leu um livro qual ñ estava preparado, ñ entende e fala q é ruim? o.O eu acho. só acho, q pra gostar ou desgostar de um livro vc tem de ler, e entender...




Lili 07/04/2018

Moby Dick
Que livro bom!

Não entendo como um livro desses acaba com fama de chato. Eu me diverti muito com essa leitura. O narrador é muito irônico e engraçado, o que faz com que mesmo nas partes mais descritivas (que talvez, de outra forma, mereceriam a tal fama) o leitor dê boas risadas.

Não espere ação deste livro. Existem cenas mais emocionantes sim, mas no geral o livro não é assim. Aliás, não espere nada específico do livro, apenas deixe-o te levar pela narrativa divertida de Ishmael.

Recomendo muito!
Sílvia 08/04/2018minha estante
Vc está acompanhando a leitura com o canal tlt ?


Lili 08/04/2018minha estante
Sim! Consegui terminar ontem, mas ainda não vi o último vídeo =)


Sílvia 10/04/2018minha estante
Eu não segui porque estava lendo O Conde de Monte Cristo. Daí não consegui o segundo volume na biblioteca e achei que era tarde para seguir a leitura


Lili 10/04/2018minha estante
Ah, que pena... Mas depois tenta ler acompanhando os vídeos. Ler com comentários é sempre melhor =)


Danton 15/04/2018minha estante
Que é tlt, gente?


Helder 16/04/2018minha estante
Eu ainda estou lendo. Não consegui seguir os prazos da Tati. E vou ler de teimoso, pois sou do grupo que acha este livro um porre. Pelo jeito vou levar 6 meses pra lê lo.


Lili 16/04/2018minha estante
Dantônico, é o canal da Tatiana Feltrin no YouTube =)


Lili 16/04/2018minha estante
Ah, Helder, que pena que você não está gostando! Para mim foi uma experiência maravilhosa. =)


Danton 17/04/2018minha estante
Muito obrigado :) bom saber que ela fez isso. Quando eu começar Moby Dick, recupero esses vídeos.




Simone.GAndrade 07/04/2018

Um monomaníaco e sua monomania!
Moby Dick (1851), do escritor Herman Melville, apresenta uma narrativa intensa, cômica e dramática. Com vários estilos entrelaçados. Por um lado, ficções românticas de uma tripulação e seu capitão; por outro, afirmações sobre fatos absolutos, com informações minuciosas sobre cetáceos, acessórios de caça e embarcações. É um livro repleto de significados, simbolismos, e referências bíblicas.

"Em um navio louco, sob um capitão louco, em uma louca e fanática viagem. Em nome de quê? Em nome de Moby Dick, a grande baleia branca".

"Ahab é um monomaníaco. Moby Dick é sua monomania. Moby Dick precisa MORRER, ou Ahab não poderá mais viver."

Nas palavras de D.H. LAWRENCE: "É um grande livro. A princípio você se cansa por causa do estilo. Soa como jornalismo. [?] Melville é realmente um pouco sentencioso; cioso e consciente de si, querendo ele mesmo acreditar em algo. E aí não é fácil entrar no ritmo de uma peça de profundo misticismo quando você só quer acompanhar uma história. Ninguém pode ser mais bobalhão, mais sem graça e sentenciosamente de mau gosto do que Melville, mesmo em um grande livro como Moby Dick".

Apesar de cansativo, não deixa de ser uma bela obra, filosófica profunda e enigmática.
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Carlos 05/04/2018

Clássicos. Ame-os ou deixe-os
Quando se fala em Moby Dick sempre se imagina o embate do homem contra a natureza. A raiva cega que direciona as ações humanas as vezes sem um objetivo. Outros por sua vez vêem o título como uma ode aos maus tratos aos animais. Sem entrar nesse mérito, deve-se analisar qualquer obra pela época em que foi escrito e não com o período atual do leitor.
Mas voltemos a esse livro. Moby Dick sofre o mau dos clássicos, alguns amam, outros odeiam. A leitura foi fluida, porém massante em alguns trechos mas nada que não instigue a vontade de continuar a leitura.
Porém essa edição é cheia de erros que pode deixar a leitura cansativa, a diagramação não é a das melhores, entregando um texto clássico mais cansativo que o normal. Moby Dick é um livro de reflexão dos atos humanos, entre os homens, entre o meio em que está inserido, entre o homem e a natureza. É um clássico que deveria ser lido por todos.
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