Moby Dick

Moby Dick Herman Melville




Resenhas - Moby Dick


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Paulo 27/03/2021

Resenha
Percebo que leitor tem que ter certa força de vontade para chegar ao final deste livro. Os capítulos são relativamente curtos, mas são bastantes (135), e boa parte deles são de descrições e detalhes que, confesso, me foram alguns muito entediantes. Digo com sinceridade que certos capítulos podem ser pulados sem peso na consciência, e isso não afetaria em nada o entendimento completo da história. Talvez um fã da oba discorde de mim e diga que estou depreciando um clássico, enfim.

A história em si pode até ser interessante. Ishmael, o protagonista, já nas primeiras palavras do livro diz que decidiu por se aventurar nos mares por não ter nada em especial que o interessasse em terra firme; o oceano era uma forma de espairecimento. Embora ele tenha tido experiência como marinheiro mercante, ele não sabia nada da vida de baleeiro. Portanto, a história é tanto uma novidade para o protagonista quanto para o leitor, que passará a conhecer os meandros dessa profissão que foi muito comum nos séculos anteriores, mas já quase banida do nosso século (exceto por Noruega, Finlândia e Japão, que, pelo que pesquisei, ainda caçam os cetáceos). O que dá um toque de mistério à história é a existência de uma baleia que causa terror a qualquer marujo pela simples menção do nome, por causa da lenda em torno desse gigantesco ser de força anormal e inteligência surpreendente para sua espécie; somado a isso, temos os planos quase psicopáticos do capitão do navio, Ahab, que a qualquer custo busca vingança dessa baleia chamada Moby Dick e que transforma sutilmente a profissão de seus subordinados em um plano pessoal para finalmente caçar a baleia branca.

A maior parte do livro, contudo, são de descrições e devaneios do personagem principal, que esbanja observações e termos técnicos náuticos dos quais nós pouco entenderemos. Personagem culto, cheio de referências e, devo dizer, com um bom poder argumentativo, assim Ishmael vai aprendendo a sua nova profissão e o livro ganha um quê de científico ou sociológico: "quanto mais mergulho neste assunto de pesca baleeira e faço avançar minha pesquisa até suas mais remotas fontes, muito mais me impressiona a sua grande respeitabilidade e antiguidade". Mesmo assim, ele mesmo reconhece (será?) o quão mesquinho é por parte do homem caçar centenas de baleias para tão somente garantir a iluminação de lamparinas à óleo: "aqueles eram tempos cavalheirescos da nossa profissão [de baleeiro], quando nos armávamos apenas para socorrer os necessitados e não para abastecer as lamparinas dos homens".

Em suma, é um livro longo de uma jornada longa, cheio de detalhes que podem interessar a alguns mas entediar a outros, como foi meu caso. Por fim, reconheço que devemos dar os méritos ao autor, que na época deve ter esmiuçado a fundo a profissão e a época para poder escrever esta obra tão robusta.
Anderson 27/03/2021minha estante
Bah... põem força de vontade nisso!


Sandro 29/03/2021minha estante
Concordo. Haja paciência para ir até o fim. Mais parece um manual.


Graça 20/05/2021minha estante
Parecido com O Apanhador no Campo de Centeio então


Jeferson 24/05/2021minha estante
Tô quase desistindo de terminar


Edu Santtos 25/05/2021minha estante
Eu tô curtindo bastante


Brenozin 09/07/2021minha estante
O livro em si é legal, mas vale ressaltar que esse livro é uma adaptação do livro original, por isso os capítulos chatos e detalhes inúteis, eu tenho esse livro em casa a uns 2 anos, mas só comecei a ler agora, e realmente é difícil continuar a ler


wagner.souza.3762584 20/06/2022minha estante
Estou na metade, já parei e retomei várias vezes


Karolaine 11/07/2022minha estante
Quais foram os capítulos que vc pulou?


Paulinha 07/08/2022minha estante
Uau, adorei sua resenha. Por favor, quais capítulos podem ser pulados?


Thaiane.Ellen 24/02/2023minha estante
Concordo plenamente com tudo que foi dito.


alexavancini 27/06/2023minha estante
Os clássicos que me desculpem (eu os adoro), mas de todos eles, esse é o mais chato que já li!


alexavancini 07/07/2023minha estante
Este livro antes de mais nada é um exercício de paciência. A ideia por trás da obra é genial, narrar a relação entre o ser humano e a natureza, o dualismo, a processo de cegueira que existe na vingança. Porém, entretanto, isso não garante nada. A escrita do autor é em grande parte do livro enfadonha e não engata. Há muitas descrições práticas que para o leitor que não se interessa pela causa marítima, é desnecessária e entediantes. Para tentar me conectar mais com a obra e não abandoná-lo, fiz pesquisas extras sobre o autor e o livro, li resenhas, assisti vídeos no youtube, até que tive a ideia de começar a organizar todos capítulos em três categorias: I) capítulos inúteis, II) capítulos não inuteis mas facultativos e III) capítulos que valem a pena serem lidos. Após começar ler a obra sobre essa perspectiva, consegui encontrar uma vontade de terminá-lo e até de entendê-lo. Quase no fim, você de tanto odiá-lo, passa a gostar dele, eu não diria amar, mas vivenciá-lo conhecendo seus pontos fracos e péssimos, suas partes boas e aquelas que são ótimas e geniais. Um clássico é um clássico. Este merece respeito, com todos os seus méritos e imperfeições.


Giancarlo.Catafesta 30/10/2023minha estante
Eu escutei o audiobook que resume bem o livro e deixa ele bem interessante. Um amigo falou que eu tinha que ler e sinto que estou perdendo tempo de ler outras coisas nesse tempo. Muito bem descrito, cheeeio de devaneios e divagações.


Aschull 22/01/2024minha estante
Eu lutei pra terminar, eh um bom livro, mas é um pouco massante...


Bruno 22/01/2024minha estante
A maioria dos bons livros, senão todos, não são entretenimento, mas alimento. Como encarar o terror e a divindade da baleia sem as minuciosas e maravilhosas descrições de cada parte do seu corpo e ação? Como entender o quão complexa e visceral é a luta contra ela sem conhecer cada instrumento dos botes e seus usos?

E, ainda, como julgar o que deve ou não ser lido antes mesmo de se ler? Se são em capítulos dito maçantes, como ?A Cauda?, em que Melville faz seus mais maravilhosos paralelos com a alma e vida humanas, que fazem todo o livro valer a pena e estar fora do tempo, fazendo dele o clássico que é?

Para atingir as profundezas, deve se dispor a trabalhar um bocado. E logo se toma gosto por isso.


Efraimzinho 06/03/2024minha estante
Concordo tbm e olhe que eu nem li nem a metade, mas dá pra ver que o livro não é aquele que te prende facilmente, pelo menos pra mim, principalmente que tou começando esse hábito de ler, eu não recomendaria essa adaptação em específico.(Infelizmente vou ter que ler porque é um trabalho da escola ?)


LaAs237 05/04/2024minha estante
Livro incrível mas ainda estou tentando terminar esse livro desde o ano passado


FÃBIO 01/05/2024minha estante
Como diz o ditado, para panela há uma tampa. Ao contrário, achei o livro maravilhoso. Uma leitura instigante, rica, intensa.


Daniel 04/07/2024minha estante
Pior que eu concordo com a sua opinião.


dreckelberg 28/08/2024minha estante
Comecei hoje já tinha essa expectativa de ser descritivo e por vezes chato, tomara que eu consiga ir até o final. Li a montanha mágica e foi nessa linha aí também mas consegui. Coragem.




Clio0 17/09/2023

Ler Moby Dick é sentir cheiro de maresia e gordura de peixe nos dedos. É enjoar com o ritmo das palavras e semicerrar os olhos na penumbra das páginas. É uma história para ser lida em voz alta, reverberando por paredes ou recitada para amigos.

Melville escreveu numa época em que a maioria das pessoas era analfabeta ou impossibilitada de conhecer o mundo ao qual ele se referia, logo a abundância descritiva de cada paragráfo. Porém, essa não é a característica mais marcante, mas sim o clima que o autor criou.

Ishmael é o narrador que transmite o horror de ver seu capitão transformar-se durante a caçada ao seu monstro pessoal, Moby Dick. O livro que começa com tons de vermelho - de sangue, de paixão, de cólera - aos poucos tem seu ambiente enegrecido, com um quê de depressão que apenas não possui a palavra por não ser esse conceito conhecido na época.

A história de vingança de Ahab não é suave, e reluto em chamá-la romântica. O heroísmo trágico está lá, mas diferente de Edmundo Dantes, não há esperança de redenção para Ahab. O personagem de Melville é o que se tem quando não há retorno e a cólera é tudo o que resta.

O rico universo marinho vai morrendo aos poucos, assim como a mania vai aumentando. Ao final, tem-se a impressão que há apenas o duelo entre homem e animal, e que a racionalidade é incapaz de resistir aos solavancos do instinto. O animal reina.

Recomendo.
wel - @nanquimcomleite 17/09/2023minha estante
Ótima resenha!




Marcos Carvalho 20/09/2009

Capitão Acab
Um longo livro alternando capítulos grande e pequenos, como ondas, como o próprio mar. 80% da narrativa é sobre assuntos relacionados a navios baleeiros e as baleias de modo geral, tudo é dito e comentado e outros 20% da leitura é sobre a vida do pessoal de bordo e encontros com outros navios, sempre dando notícias de maus agouros. Assim, o leitor, nesse universo, fica impaciente, nervoso, angustiado, tende a largar o livro e abandonar a leitura, pois o encontro da Baleia não chega. Se você se sentiu assim, nesse pequeno universo, e conseguiu findar a leitura, agora podes compreender como Capitão Acab se sentiu nessa sua agonizante espera de seu objetivo, em uma viagem de 3 anos para se vingar da baleia, na bela narrativa das últimas 40 páginas.
Lucas.Pinheiro 11/03/2015minha estante
esta muito bom a resenha mas tambem merece mais sobre o começo do livro e sobre Queeq queq


Venixgamer 11/03/2015minha estante
boa sua resenha cara foi pouca mais muito boa mas para ficar poderia falar de outros personagens, o incio o meio e fim do livro.


Tete 15/10/2020minha estante
Como q abre o livro pra ler gente?


Tete 15/10/2020minha estante
Sou nova aqui


Clarice Adriana 09/01/2021minha estante
Tete, aqui vc só consulta títulos, resenhas, avaliações e organiza suas leituras. Não é app para ler livros.




William LGZ 19/08/2022

Amálgama de gêneros
Com uma premissa que traz um fascínio àqueles que gostam de uma boa aventura e uma excelente introdução que me empolgou e divertiu demais, acabou me decepcionando em seu decorrer e nem mesmo o seu final atemorizante conseguiu me cativar como antes.

Apesar das sinopses que li terem deixado explícito que o autor transita por diversos temas nesta obra, não pensei que isto fosse feito de forma tão maçante e até que abrupta durante a narrativa. Seu começo levemente cômico, com personagens bem marcantes sendo apresentados, não me preparou para as dezenas de capítulos estritamente técnicos sobre cetologia aqui e as muitas viagens mentais que o narrador-protagonista teve.

Talvez só 3 estrelas seria uma nota que respeitaria mais a minha experiência enquanto eu acompanhava, porém dou méritos ao escritor por botar sua experiência como baleeiro pra jogo e ter estudado abundantemente o assunto para dar informações realmente precisas, para sua época pelo menos. Além de boas reflexões e bons momentos dignos de uma obra-prima se o resto da trama tivesse seguido o mesmo nível.

Dito tudo isto, não recomendo a leitura. Pelo menos não de forma esporádica como eu mesmo fiz pois é necessário realmente um grande interesse nas temáticas tratadas e bastante paciência ao seu multifacetado enredo para poder apreciá-lo da melhor forma possível, e não é todo mundo que vai ter isso hoje em dia.
Yasmin 19/08/2022minha estante
Nem sabia que existia baleeiro kakkakka


William LGZ 19/08/2022minha estante
Era quem pescava baleias na época, uma função que deve estar praticamente extinta na maior parte do mundo hoje em dia


Yasmin 19/08/2022minha estante
Nossa, interessante, obrigada pela explicação. ??


Núbia Cortinhas 24/08/2022minha estante
Arrasando nas resenhas como sempre! ? Mas a Islândia, Noruega e Japão são os únicos países do mundo que permitem a caça à baleia e creio que os esquimós também a pratiquem para a subsistência.


William LGZ 24/08/2022minha estante
Ah sim, agradeço pela correção!


Núbia Cortinhas 24/08/2022minha estante
Vc não errou. Vc colocou na maior parte do mundo deve estar extinto, como realmente está. Eu que errei ao colocar o "mas" deveria ter deixado somente o artigo definido. Na correria aqui do expediente, rsrs. Eu que peço desculpas. ??


William LGZ 24/08/2022minha estante
Tá tranquilo ??




Lenas 02/08/2022

Será que essa é a opinião negativa que você estava procurando?
Finalmente consegui achar um clássico para odiar mais que Frankenstein (não que eu estivesse procurando)!

Eu acho que vou ser muito julgada por escrever isso, mas eu sinto que este livro seja indicado somente aos intelectualmente gigantes. Me esforcei muito para terminar esse livro, somente para descobrir DE NOVO o quão horrível um clássico pode ser.

Talvez eu não tenha entendido o enredo ou o objetivo do livro (e ok, isso pode ser bem provável, não vou negar) mas acho que o grande problema de Moby Dick não é ser chato, e sim que 99% das pessoas vão achar tão entediante que não vão conseguir nem terminar a leitura (abro mais um parêntese aqui para comentar que deve ser por isso que a maioria dos clássicos tem alguma versão resumida aqui no Brasil).

Na minha opinião, é um livro que não possui enredo suficiente para encher as 640 páginas que tem. É o tipo de livro que quando faz parte do roteiro de leitura de uma escola, deve impedir o aluno de amar os livros. Ouso dizer que talvez nem seria publicado nos dias de hoje.

Tinha colocado 2 estrelas, mas como dei 2 estrelas pra Frankenstein, vou dar 1,5 pra esse (e ainda assim, talvez eu tente ler a versão em quadrinho).
Gabi 03/08/2022minha estante
Aí Jesus kkkk estou me esforçando pra terminar pq gosto da história mas muito difícilll senhor! Kkkk tô vendo que não é só eu que passou por isso




3.0.3 16/01/2024

O sopro prateado: o impulso fantasma
“Senta-te sultanicamente entre as luas de Saturno, e imagina um solitário homem abstrato; e ele te parecerá um prodígio, uma grandeza, um sofrimento.”

Quando nos aprofundamos em algum livro, certamente ele perturbará o equilíbrio da nossa bússola interna. As vantagens que uma leitura potente nos confere sempre são capazes de nos surpreender. A capacidade de embarcar em grandes literaturas é um privilégio, e aquele que se dedica a esta expedição tão solitária invariavelmente é um sujeito que respeita os seus semelhantes. Cada escritor nos revela como o universo pode ser visto a partir de outros ângulos.

Em 1820, após ser golpeado por um cachalote, o navio baleeiro “Essex”, que era comandado pelo capitão George Pollard, naufragou em alto mar, e toda a tripulação ficou à deriva por três meses. Sem qualquer tipo de suprimento, os homens tiveram de recorrer ao canibalismo para sobreviver. A obra-prima Moby Dick (1851), do autor norte-americano Herman Melville (1819-1891), é um livro influenciado não só pelas experiências do escritor – que também foi marujo em navios baleeiros e mercantes –, mas também por histórias que marcaram épocas, como a mencionada, que também inspirou Nathaniel Philbrick (1956-) a escrever o livro No coração do mar (2000).

Após ver as suas finanças em declínio, O jovem narrador Ismael decide ir à cidade de Nantucket, localizada em Massachusetts, para embarcar em um navio baleeiro, mesmo tendo experiência apenas com a marinha mercante. Naquela época, a caça às baleias era abundante e rendia bons lucros. Antes de embarcar no “Pequod”, baleeiro cujo capitão era o autoritário e enigmático Ahab, que teve a sua perna arrancada por um cachalote, Ismael inicia uma grande amizade com o arpoador Queequeg. A bordo do “Pequod”, a tripulação foi apresentada a Starbuck, Flask, Stubb, pilotos responsáveis pelo comando dos botes do navio. Seus arpoadores eram Queequeg, Daggoo e Tashtego. Sem pendências, o “Pequod” estava pronto para seguir sua jornada de três anos em alto mar.

O real motivo da viagem vem à tona. Movido pela vingança, o capitão Ahab surge no convés após dias sumido de sua tripulação e diz que o principal objetivo da expedição é, na verdade, caçar a baleia branca Moby Dick, a besta marinha responsável por desgraçar vários navios e por arrancar a sua perna. Com esta ideia obsessiva em mente, Ahab persegue os rastros da baleia que o mutilou e que continua nadando livremente.

“[...] com as cartas de todos os quatro oceanos diante de si, Ahab tecia um labirinto de correntes e sorvedouros, almejando uma realização mais segura daquele pensamento monomaníaco de sua alma.”

Antes de encontrarem Moby Dick no oceano Pacífico, a expedição atravessa rotas sinuosas dos oceanos Índico e Atlântico. Assim, somos atirados em um maelstrom narrativo que desbrava os cantos do mundo. Se a narrativa começa carmesim, evocando imagens de fúria, fervor e sangue, à medida que a história se desenrola, o tom muda gradualmente, imbuindo a atmosfera da expedição com uma sensação de melancolia. Ismael retrata vividamente o terror que experimenta ao testemunhar a transformação de seu capitão na perseguição incansável de seu inimigo.

Para um escritor, a loucura serve como uma purificação da essência. Alguns artistas alcançaram com sucesso este estado e hoje ocupam posições relevantes em nossa sociedade. Poderíamos argumentar que em geral os escritores travam diálogos com a loucura e se esforçam para abraçá-la, naufragando ao canto das sereias. No âmbito da narrativa de Melville, a ausência de qualquer possibilidade de redenção para Ahab faz com que persista apenas o ódio. Embora haja uma presença de heroísmo trágico no capitão, ela é ofuscada pela dura realidade da história. O mote vingativo que Ahab sustenta ao longo de toda a narrativa é sem romantismo e calma.

A tarefa de compreender a simbologia da baleia cabe ao leitor. Moby Dick, quando se sente coagido, ataca de forma estratégica e inteligente, mas, no geral, é uma baleia que apenas segue o seu fluxo, ignorando aqueles que se aproximam dela, levando ao longo de seu corpo as cicatrizes e os arpões de todos os marinheiros que nunca conseguiram subjugá-la. As opiniões de Starbuck e Ahab não se encontram, pois, segundo este, Moby Dick é um assassino que age com perspicácia e astúcia.

“[...] e o navio silencioso, como que tripulado por marinheiros de cera pintada, prosseguiu, dia após dia, através da loucura e alegria veloz das ondas demoníacas. De noite, a mesma mudez da humanidade diante dos gritos do oceano prevalecia; ainda em silêncio, os homens balançavam nas bolinas; ainda sem palavras, Ahab enfrentou a tormenta.”

É o animal que detém o domínio. Parece-nos que existe uma batalha constante entre humanos e animais, onde o intelecto se revela impotente contra a força instintiva. Enquanto a obsessão continua a crescer, o vibrante mundo marinho gradualmente perece.

Moby Dick é uma história que exige ser contada em voz alta. Envolve cansar-se da cadência da linguagem e deter o olhar na bruma de cada página. Este romance marca o cenário literário de forma ímpar, e um leitor atento pode notar aspectos mais densos na obra. Moby Dick aprofunda pontos importantes, como as questões de raça, de hierarquia dos tripulantes, de exploração econômica com a caça às baleias (para a extração de óleo), entre outras questões de relevância mundial. O navio, aliás, opera como um microcosmo do mundo. Aquele que mergulhar na obra sentirá, na ponta dos dedos, o cheiro persistente de óleo písceo e inalará a cada frase a brisa salgada do oceano.

Joia redescoberta no século XX por escritores influentes, Moby Dick é uma aventura épica que rompe com épocas e parâmetros. Misturando impasses filosóficos, relatos científicos, poesia, sermões religiosos e diálogos à altura de um teatro shakespereano, sob a destreza e a precisão de Melville, Moby Dick é uma aventura sublime com destino à imensidão marítima e às profundezas do ser. Ao contar a obsessiva caçada de Ahab por Moby Dick, o livro narra uma metáfora espantosa da condição humana, transformando-se em um símbolo daqueles que caem nas profundezas insondáveis da loucura e da vingança. De certo, um grande feito da literatura mundial.

“No instante seguinte, o pesado nó corredio da ponta final da linha voou da selha vazia, derrubou um remador e, batendo no mar, desapareceu nas profundezas.”
ABANDONADOPORVOCE 12/02/2024minha estante
Sabe muito!


aline 20/02/2024minha estante
Que resenha! Amei! Parabéns!




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Aline Oliveira 12/02/2023

É inegável a genialidade do autor, tem muito conhecimento empregado na escrita, inúmeras referências e se for analisar as camadas, o comportamento humano, a busca obsessiva por um fim, o tratamento com a natureza e com o ser... É muito belo.
Mas me arrastei com esse livro. Tem muita descrição e detalhes, e são interessantes, mas cansativo. o fantasma de Moby Dick, fica pairando, causando suspense e medo durante todo o trajeto, porém ele só aparece no final mesmo. Fiquei impaciente junto com Ahab, pra encontrar logo este cachalote.
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Nado 03/08/2021

Livro de aventura que se tornou um verdadeiro clássico do gênero e que já teve algumas adaptações para as telas do cinema, televisão, teatro, pinturas e até música.
A trama concentra na vida do capitão Ahab, que parte em uma navegação nos mares para encontrar e aniquilar uma baleia cachalote que amputou a sua perna em um ataque ao seu barco. O leitor acompanhará a vida do personagem desde muito antes do acidente, até o fatídico fato que mudou a sua vida e como ele partiu em busca de vingança. Antes de conhecer o capitão vingativo, o autor apresenta o protagonista Ishmael, que quer se aventurar nas águas, uma vez que considera não ter nada de especial para fazer em terra.
A leitura pode trazer ao leitor não só a narrativa de uma aventura em alto mar, mas também premissas mais profundas nas entrelinhas. Dentre elas, podem ser ressaltadas algumas referências a passagens bíblicas, crítica social e racial, crítica a exploração do meio ambiente, além de tensões sociais entre as várias camadas da sociedade.
Particularmente, mesmo considerando todo o aparato histórico da obra e um texto bem construído, a leitura não funcionou muito bem para mim. Tive dificuldade em me adaptar na narrativa do autor o que prejudicou a absorção de algumas mensagens. Inclusive precisei recorrer ao controverso áudio book, para que eu pudesse concluir os 2/3 finais da leitura. Independente da minha opinião pessoal, é um livro que merece ser lido e conhecido pelos amantes de clássicos que está em alta mesmo após tantos anos de sua publicação original. O autor busca trazer uma grande abordagem social ao contar essa história que ainda é atual no nosso dia a dia.
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Michela Wakami 26/06/2023

Jamais relerei esse livro.
Sem sombra de dúvidas esse é um livro que trás muitas informações sobre a caça às baleias, para quem gosta do assunto, vai amar, pois é extremamente detalhada.
Vai desde informações sobre as espécies de baleias aos modus operandi da caça.

A história tem momentos muito aterrorizantes e também outros muito reflexivos.

Sem dúvida o autor é uma pessoa muito inteligente.
Mas que no meu ponto de vista, na hora de passar a sua genialidade para o papel, não tem uma escrita fluida, gostosa e que nos faça ter vontade de devorar o livro.
Muito pelo contrário, eu tive vontade de abandonar esse livro, desejei nunca ter pego ele para ler.
Mas após toda essa tortura, eu enfim cheguei ao final.

Então deixando claro, que a história é muito boa, mas a escrita é de matar.
Fabricio268 26/06/2023minha estante
Você é uma heroína. ?


Michela Wakami 26/06/2023minha estante
??


Rogéria Martins 26/06/2023minha estante
Amiga, você foi uma verdadeira guerreira com este livro!


Michela Wakami 26/06/2023minha estante
?


Carolina165 26/06/2023minha estante
Eu não aguento um livro arrastado nem com 200 páginas, imagina com 720 então!!! ??
Parabéns Michela! ?????


Michela Wakami 26/06/2023minha estante
Carol, arrasou! Amei ganhar esses troféus. ????


Michela Wakami 26/06/2023minha estante
Obrigada, Carol!?


Rubens Chaves 26/06/2023minha estante
Eu já tentei 3 vezes e ainda não consegui ?


Michela Wakami 26/06/2023minha estante
Eu te entendo, Rubens.


Livia Barini 26/06/2023minha estante
É muito chato. O autor descreve cada poerinha.


Aline Oliveira 26/06/2023minha estante
Compartilho do mesmo sentimento kkkkk, me arrastei com essa leitura. ?


Michela Wakami 26/06/2023minha estante
Verdade, Livia.????


Michela Wakami 26/06/2023minha estante
Aline, parece que o sentimento é unânime.?????




Lista de Livros 22/12/2013

Lista de Livros: Moby Dick, de Herman Melville
“As memórias mais profundas não concedem epitáfios.”
*
“São poucos os homens cuja coragem resiste à reflexão prolongada sem o alívio da ação.”
*
“O primeiro barco de que lemos notícia flutuou num oceano que, em vingança digna de um Português, inundou um mundo inteiro sem nem deixar sequer uma viúva. Aquele mesmo oceano se agita agora; aquele mesmo oceano destruiu os navios naufragados do ano passado. Sim, mortais insensatos, o dilúvio de Noé ainda não cessou; dois terços do belo mundo ele ainda cobre.”
*
Mais do blog Lista de Livros em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2010/05/moby-dick-herman-melville.html
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Gabrielli 24/04/2022

Um dos melhores livros da vida
Difícil resumir a grandiosidade desse livro. Uma história sobre caça às baleias que fala mais sobre a natureza humana do que qualquer outra coisa, com personagens incrivelmente explorados. A mistura de comédia com drama e as inúmeras referências bíblicas mostram a erudição do autor, simplesmente genial.
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Marcos.Detanico 27/01/2021

Time Moby Dick
Um livro denso, prolixo e poético, narra está incrível história que não se trata apenas da caçada insana por uma peculiar baleia em um vasto oceano, assim como sim as aventuras atras da jornada de Ismael, sua amizade com Queequeg, a trajetoria do lunático capitão Ahab e busca irracional por vingança e também a força da natureza, o Leviatã dos mares a cachalote Moby Dick

De modo Geral uma leitura satisfatória, gostei do desenvolvimento dos personagens e o desfecho da história.

Torci pela Cachalote o livro inteiro.
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duda 18/12/2021

Moby Dick
Achei meio arrastado, mas a ambientação é muito boa; os detalhes narrados fazem o leitor entrar na história. Achei bem previsível, senti falta de uma surpresa.
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Peleteiro 29/06/2020

Um prolixo documento histórico com bons momentos
Tão longa quanto a jornada do Pequod para encontrar Moby Dick foi a minha para terminar a leitura deste livro. É verdade que há eventuais trechos profundos e viscerais, sobretudo quando o capitão Ahab se expressa, assim como há interessantíssimas observações sobre as baleias, os tubarões e a vida marinha à época em que o livro foi escrito, no entanto, a obra em si é tão prolixa que por vezes a leitura se torna um quase martírio. Como escreve D.H Lawrence no pósfacio, o humor do livro é sisudo, o que torna ainda mais difícil de continuar. Bem, talvez a ideia seja proporcionar, através da narrativa, a sensação de exaustão que se encontravam os marinheiros na busca por Moby Dick. Se assim for, Melville é mesmo genial, rs.
Mari 30/06/2020minha estante
:O




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